quinze

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Eu corria. Corria como nunca antes. Sem parar, sem cansar. Corria pelo vazio. Um lugar claro e sem nada. Não dava para distinguir o que era céu ou chão.

Mas eu ainda corria em busca de algo. Talvez alguém.

Campos verdes começaram a surgir. E então árvores grossas e densas. Colinas eram vistas ao longe. Flores brotavam do chão. E lá na frente, não tão longe assim, estava você.

Virando e sorrindo para mim, os olhos se fechando e as covinhas aparecendo. No entanto, eu não conseguia te alcançar. Quanto mais rápido eu corria, mais longe você parecia estar.

Gostaria que fosse apenas uma questão de perspectiva errada, mas não era. Queria alcançá-lo mesmo sabendo que não seria possível.

Estava tão perto agora, mesmo estando tão longe. Quando levantei a mão para te tocar, você sumiu. O vazio voltou dez vezes mais rápido do que quando apareceu. Eu estava sozinho de novo, sem flores e sem você.

Fico aliviado de ser apenas um sonho, mas comecei a chorar quando lembrei que não estaria aqui para me proteger ou dizer que vai ficar tudo bem.

Mesmo que seu eu mais de dez anos mais novo fique me encarando e segurando minha mão enquanto eu choro feito uma criança que acabou de levar uma bronca dos pais.

Não é você, mesmo que seja. Isso pode parecer confuso para alguém que esteja lendo, e é mais confuso ainda quando se vive.

Só preciso te alcançar e então voltarei para você, Jaehyunie. Eu vou fazer isso, espere por mim, meu amor, o hyung está voltando.

Se isso for meu último ato perto da morte, pois que seja. Contando que eu esteja com você, o mundo pode acabar que levanterei meus pés e deixarei um beijo em qualquer parte do seu rosto.

Que o universo se exploda, que a Terra pare de girar, que Saturno perca seus anéis e que o sol não brilhe mais, contando que eu ainda esteja em seus braços quando isso acontecer.

Vou te alcançar, Jaehyunie, nem que seja a última coisa que eu faça.

suddenly 30 · jaeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora