suddenly 30 · jaeyong

doze

Indo para 2011

Eu encarava o chão, mas dava pra notar que Yuta revezava o olhar entre eu e Jaehyun e esse olhava pra mim com alguma coisa ruim no olhar.

-Vocês dois precisam se resolver. Qualquer coisa é só gritarem que eu volto. - Yuta saiu do quarto quase correndo. Idiota.

Jaehyun não deixou de encarar minha alma e a última coisa que eu queria agora era esse tipo de problema.

-Você não precisava ter me batido.

-E você não precisava ter me beijado.

-Precisava, agora a gente sabe que isso não vai resolver.

-Era óbvio que não ia ser fácil assim.

-Talvez eu só tenha que me apaixonar por você de verdade.

-Você já é apaixonado por mim, só precisa aceitar isso.

-Por que eu me apaixonaria por alguém como você, Lee?

-Não sei, nunca entendi. Eu sou tão eu e você é tão você, nunca fez sentido pra mim.

-Não faz nem aqui e nem lá de onde você vem.

-Obrigado?

-Por que você é apaixonado por mim? - Deu ênfase quando se referiu a minha pessoa.

-Eu... - Ué, não, uai, isso não tava no roteiro. - Eu não sei?

-E enche meu saco por causa disso ainda? Olha, Taeyong, se nem você sabe dos seus sentimentos, vai saber dos meus? Sinceramente, não é justo comigo.

-O que...?

-Não é justo comigo você aparecer do nada falando que no futuro somos casados, que eu gosto de você e não sei ainda, que somos felizes juntos, ou qualquer uma dessas coisas. Não é justo que você entre na minha vida e faça essa bagunça nela e ainda me bata quando tento te ajudar.

Tá, fiquei sem reação. Não tenho ideia de quanto tempo me demorei encarando-o. Nem tenho argumento pra discordar.

-Sabe, Yoonoh, acho que esse é um dos motivos de eu gostar de você.

-O fato de eu não gostar de você?

-Não, o fato de saber exatamente o que se passa na sua própria cabeça. Você tem razão, não é legal da minha parte te obrigar a viver com isso tudo como se fosse culpa sua, peço desculpas por isso.

-Obrigado por reconhecer. Sorte que sua mão é leve, Lee, caso contrário eu viraria a minha na tua fuça. - Ordinário!

-Que romântico. - Ficamos um tempo em silêncio antesss de ele voltar a falar.

-E desculpa por ter te beijado mesmo você falando que eu não deveria.

-Tudo bem, garoto, erros acontecem. - Ele riu, mas parecia meio doloroso.

-Erro... Sabe, de todos os cenários possíveis para primeiro beijo da minha vida, você nunca esteve em algum, sem contar que eu não esperava apanhar, ainda mais de você. Pior ainda é que perder meu "bv" tenha sido um erro pra você.

-Considere vingança por todas as merdas que já fez contra o Taeyong daqui. Você não é santo, Yoonoh, essa pose de bom moço não combina com você.

-Até então eu não era fofo?

-Seu rosto não tem absolutamente nada a ver com isso.

-A cada tempo que passa é mais confuso ainda falar com você. - Ele pegou a bolsa e o casaco, se levantou indo até a porta. - Bem, amanhã a gente se fala, preciso ir dar remédio pra minha avó, mas é bem provável que já saiba disso.

Sorri pequeno e dei tchauzinho, ele respondeu com o dedo do meio. Filho da mãe.