-Cadê o Yuta? - Jaehyun me perguntou enquanto estávamos na fila do refeitório.
-Acho que foi apresentar a escola pra algum intercambista chinês.
-Legal, mandarim e japonês conversando em coreano. Isso não se vê na América. - Murmurou terminando de pegar o último item pra bandeja dele, sendo seguido por mim até uma mesa qualquer que ainda estava vazia.
-Você vai comer isso tudo? - Apontei com os hashis para o prato de pedreiro dele.
-Vou, ué. Espero que tenha mais na cantina pra eu repetir. - Deus de ombros e enfiou uma bela quantidade na boca.
-Buraco sem fundo mal-educado. - Começamos a comer, do nada ele parou e ficou me encarando.
-Você curte Queen?
-Sabe, não queria entrar nesse assunto de futuro e tal, mas a gente já brigou por causa disso.
-Então você não gosta. Por quê?
-Muita mudança de ritmo, letra apressada, não faz meu estilo, não sei, não gosto. Por que não gosta de Nirvana?
-Não gosto, acho muito bruto.
-Tem uns cantores de lá que fariam muito seu estilo, parece que a gente flutua escutando.
-Bem, posso esperar até lançarem.
Ficamos em silêncio para terminarmos o almoço. Quando cheguei na metade, distraidamente olhei o lugar, até que parei no prato do bicho na minha frente porque é impossível um ser humano normal ter pegado aquele monte de comida e já ter praticamente terminado.
-Tá brincando, né?
-O quê? - Ele disse colocando o resto da comida na boca.
-Você tá com dívida de jogo? Despedindo da vida, talvez?
-Como assim? Aliás, você vai comer isso aí? - Apontou com a cabeça para o meu prato com esperança.
-Vai na fé. - Arrastei a bandeja e ele abriu o maior sorriso que poderia, atacando o que uma vez foi comida.
-Quer jogar mais tarde?
-Jogar o quê?
-Qualquer coisa. - Deu de ombros quase lambendo um dos pratos. - Tem tabuleiro lá em casa, a gente chama o Yuta e meu amigo Johnny, dá certo.
-Pra que isso do nada?
-Eu não tenho pra fazer, Johnny muito menos, o passatempo do Yuta é fumar maconha e você não faz mais nada além de contemplar as razões da própria existência. Bom, agora temos algo pra fazer.
-Belo argumento. - Debochei baixo vendo ele revirar os olhos. - Por mim tudo bem, posso ir.
-Johnny também. Ele é maconheiro sério, não liga se ele falar alguma coisa esquisita ou começar a rir do nada.
-Nem preciso de droga pra fazer isso tudo, pelo menos ele tem algum motivo.
Ele riu e nos levantamos. Colocamos a bandeja na bancada e saímos, rumando cada um para sua sala. Achei Yuta escorado na parede perto da porta ao lado de um menino alto, mas muito fofo, que ria de alguma coisa que Yuta disse.
-Meu mano tá vindo, depois a gente se fala, Winko. Me manda mensagem que eu te respondo na hora. - O menino riu de novo e deu um abraço no japonês antes de sair pra sei lá onde.
-Winko? - Perguntei me sentando.
-Winwin ou Sicheng pra você. Winko é só meu.
-Conheceu o menino hoje e já tá querendo posse?
-Me diz uma coisa, Tae, ele existe no seu mundinho de lá?
-Não, na verdade nunca ouvi falar dele em todas as minhas duas vidas.
-Será que isso altera alguma coisa?
-Espero que não. Enfim, vamos na casa do Yoonoh hoje a tarde.
-Que porra é Yoonoh?
-O Jaehyun, vida.
-"Vida"? Tá querendo me comer, Tae?
-E eu lá tenho mau gosto? "Vida" é pronome fofo de tratamento, tá bom?
-Tá, mas por que a gente vai na casa do menino lá?
-Ele chamou a gente pra jogar, fazer qualquer coisa, o Johnny vai.
-Johnny o maconheiro? Ele é gente boa.
-Pois é. Vamos depois da aula.
-Tá bom, então. - Ele virou para frente e eu confesso, dormi o resto da aula.
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suddenly 30 · jaeyong
FanfictionTaeyong acaba por acordar no futuro ao lado de quem menos esperava depois de sua festinha de aniversário. Long-fic
