suddenly 30 · jaeyong

quatorze

-Entrem, Johnny já tá aqui. - Jaehyun nos convidou para entrar. A casa dele é realmente do mesmo jeitinho, fiquei com medo de ter mudado alguma coisa além do chinês.

Os pais dele estavam vendo televisão, Yuta levantou o braço e abriu um sorriso pra cumprimentá-los, mas o abaixei negando com a cabeça antes que ele o fizesse. Grandes traumas.

Ao ver os muitos pôsteres da Queen na parede dele, me lembro de uma época que sua personalidade era baseada nisso, aí pulou pra uma banda de música melancólica e agora eram séries de sitcom.

Johnny estava jogado em um puff rosa - que Jaehyun roubou da própria prima que eu lembro disso - olhando para o teto com um sorriso enorme no rosto.

-Jay, se você pudesse escolher, seria um besouro ou uma joaninha?

-Joaninhas são besouros, JohnD. - Esses apelidos...

-Não foi uma resposta.

-Acho que seria uma minhoca, mas joaninhas são legais. - Disse ele arrumando o tabuleiro em uma mesinha pequena.

-A maconha tava boa, Johnny? - Yuta brincou rindo.

-A maconha eu não sei, mas sua mãe tava uma delícia. - Levantou a mão e eles fizeram um cumprimento rápido de tapinha, estranhamente eles estavam rindo. - Veio perder pra mim?

-Negativo, estou nesse recinto apenas para acompanhar meu querido amigo, Lee Taeyong, ao seu encontro com o futuro marido dele.

-Foda. Me pagaram pra vir aqui. - Jaehyun jogou uma almofada nele.

-Cala sua boca, americano de merda. Todo mundo sabe que você seria o primeiro a aparecer aqui mesmo se eu não te chamasse.

-Me conhece tão bem, deveria se casar comigo.

-Nem se realmente me pagarem.

Passamos a tarde rindo e jogando. Tinha monopólio, torremoto, batalha naval e alguma versão bem ruim de jumanji que não tinha musiquinha. Mais tarde, desci com Johnny pra fazermos alguma coisa pra comer enquanto os outros dois arrumavam o quarto.

-Os pais dele não estão aqui?

-Não, foram trabalhar. Jay me contou a onda que vocês tão vivendo. Eles não gostavam de você ou alguma coisa parecida?

-Acho que pra eles eu era "colorido demais".

-Sabe, Taeyong, não estou no país a tanto tempo, mas se eu for reparar, você não é má pessoa. Até compraria limonada na sua mão, se eu não gastasse o dinheiro que sobra em drogas. Uma dica: não entra nessa vida, por mais ruim que a sua esteja, tenta não piorar ela. - Ele fungou e se virou para pegar alguns ingredientes. - Deixa eu te perguntar, eu tô vivo?

-Você recuperou mais ou menos seu pulmão. - Veio para o meu lado e começamos a montar qualquer coisa que desse pra comer crua.

-Vou levar isso como um sim. Futuro, passado ou presente são coisas que exigem muitos neurônios e paciência. Atravessar entre os tempos também não deve ser legal.

-Continue a nadar, continue a nadar, nadar, nadar... - Murmurei a música da Dory e ele riu.

-Você deve ser uns dez anos mais velho do que eu e ainda assim parece uma criança. Musiquinha legal, aliás.

-Nemo agradece. Obrigado pelas palavras, John.

-Johnny pra você, garoto. - Pegou ambos os pratos com os lanchinhos e deixou o suco e ls copos para mim.

Chegamos no quarto e encontramos Yuta e Jaehyun brincando. Ficamos encarando eles jogando pedra-papel-tesoura e se batendo enquanto riam muito. Como diria Scar, estou cercado de idiotas.

-Ah, hyungs, por que demoraram tanto? - Jaehyun fofinho perguntou.

-Só conversando. - Johnny estendeu o prato para ele.

-Sobre?

-Limonada, quer? - Intervi e ele nos olhou desconfiado antes de pegar a bebida e a comida. Yuta decidiu começar a falar para aliviar o clima.

Conversamos trivialidades e fofoquinhas da escola antes de Johnny precisar ir embora e Yuta pegar uma carona com ele. Enquanto saíam, Jaehyun foi atenter o telefone antes de eu me despedir. Não demorou muito e ele já estava de volta.

-Parece que vai chover. - Coçou a nuca, olhei pela janela e até o sol tava brilhando feliz no céu ainda. - Meus pais não voltam pra casa hoje e eu não tô muito na vontade de ficar sozinho.

-Podia dizer isso olhando pra mim? - Disse rindo enquanto ele ficava vermelho.

-Quer dormir aqui? - Fofura!!!