vinte

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-Até agora você não disse o que veio fazer aqui. - Comentei olhando para Jaehyun que rodava meu quarto "novo".

-Só queria te visitar. - Falou meio vago. - O que houve com seu quarto?

-Limpei. - Respondi simples e ele franziu as sombrancelhas. - Que foi?

-Era melhor quando era mais... você.

-Ainda sou eu.

-Não parece. Esse lugar tá muito simples, não é você você.

-Ai Jaehyun, se visse nosso apartamento do futuro, nem moraria lá então.

-Deixa eu adivinhar, cores neutras, branco, preto e cinza, o máximo de decoração tá na sala e alguns quadros espalhados. Lugarzinho estilo aqueles programas americanos de casa planejada. Aliás, fecha a boca.

-Como você sabe? E tem um jarrinho de flor artificial na cozinha.

-Se fosse pra eu comprar e escolher, seria assim. - Deu de ombros. - E considerando o jeito que seu quarto tá, não é muito difícil de adivinhar.

Preferi me abster de uma resposta. Jaehyun se sentou do meu lado na cama e ficou me encarando. Foi isso, literalmente isso. Só fixou o olhar no meu rosto e não tirou mais, nem quando tentei devolver.

Sua mão aproximou da minha cabeça, passando-a em uma mecha. Depois desceu até minha bochecha. Afastei um poucou e ele me beliscou, ainda riu quando fiz careta.

-Seu cabelo tá diferente, parece hidratado.

-Vocês deixaram o outro cara não tomar banho? - Ele riu.

-Não é algo que pudemos controlar.

Colocou a outra mão do outro lado do meu rosto e apertou os olhos, ele tá me analisando? Considerando que começou a mexer minha cabeça, pareceu muito ser isso. Só parou quando segurei seus braços.

-O que tá fazendo, seu louco?

-Conferindo uma coisa. Até que você é bonitinho, ignorando o quão magro seu corpo é, mesmo combinando com você, é bonito.

-Tá me chamando de reto?

-Mudou alguma coisa lá onde você tava?

-Não, só cresci um pouco e pintei o cabelo, eu acho.

-Tábua uma vez, tábua sempre. - Filho da mãe.

-Escuta aqui, seu arrombado do caralho!

Tá, comecei a bater nele enquanto nós dois ríamos, era só isso, mas como vim parar em cima dele? E por que caralhos só percebi isso quando as mãos dele apertaram minha cintura?

-Gostou da visão, Lee? - Fui levantar e ele me puxou de volta. - Nem tenta, você começou e agora vai ter que terminar.

-Terminar o que? Só te bati, era isso, apenas isso.

-Por isso sempre te provoquei, você fica fofo sem graça e com raiva.

-Fofo é meu pau.

-Não duvido disso. - Juro, em toda razão da minha existência, esse foi o sorriso mais cafajeste que já vi. - É vermelhinho igual suas bochechas estão agora?

-Não é da sua conta. - Ele levantou o corpo ficando sentado.

-Fala mais alto, não te escutei direito.

-O que tá tentando fazer?

-No momento, tô me divertindo vendo você sofrendo. Só palavras te fazem ficar assim ou outras coisas também?

-Acho que... não sei.

-Por que não me tenta dizer, hm? - Tirou o cabelo da minha testa. Antes que eu pudesse pelo menos pensar em uma resposta, a porta do quarto foi aberta de uma vez.

-Que porra é essa, Lee Taeyong!?

suddenly 30 · jaeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora