Capítulo 21 - Crises de ansiedade e demônios na bagagem

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Bella

— Você aceita namorar comigo?

Bem...

Foda-se!

— Eu... — fiz uma pausa não sabendo realmente o que responder.

Convenhamos também, né Universo?

Por um lado, isso era exatamente o que eu queria e precisava, mas depois do final de semana incrível que a gente teve, as minhas motivações para aceitar esse pedido sinceramente nem passavam perto de nenhuma vingança, e por outro lado, eu senti que estava traindo meu cérebro e meu coração simultaneamente.

— Sim? — ela me trouxe de volta a realidade e percebi que ela mordia o lábio ansiosa aguardando minha resposta. — Muito cedo?

— Não, é o momento perfeito e eu aceito namorar com você, Lexa. — Ela soltou o ar que estava segurando e tomou meus lábios em um beijo apaixonado.

O pedido não poderia ser mais perfeito e pra quem afirmava não gostar de Shakespeare, todo esse final de semana foi digno de um de seus muitos romances...

— Nós precisamos ir embora — ela disse depois de alguns minutos. — Daqui a pouco, a Vero liga de novo falando que eu preciso devolver a amiga dela inteira. — Beijou a minha testa e bocejou.

Não era a primeira vez que fazia isso na última hora.

— Vamos sim, mas você não vai pegar a estrada de noite nesse estado se pretende me devolver com vida. — Me levantei vendo que ela estava pronta pra reclamar, mas eu a impedi. — Não era uma pergunta Lexa, vamos. — Estendi a mão e ela a pegou fazendo birra feito uma criança.

Voltamos para dentro da casa e nos arrumamos para voltar e assim que ela trancou tudo, pedi a chave do jeep, a recebendo sob protestos da Lexa, dizendo que eu estava exagerando.

Claro que sim! Nem dez minutos de estrada e ela já estava apagada do meu lado enquanto eu me perdia em pensamentos.

Me apaixonar pela Lexa era literalmente a última coisa que precisava me acontecer nesse momento, até porque debaixo dessa pessoa atenciosa, carinhosa, divertida e outros mil e um adjetivos que posso pensar para descrevê-la, estava a covarde que como ela mesma disse, não tem coragem de enfrentar o próprio passado e por algumas coisas que ela já me disse e confirmado pelo Miguel depois, ela realmente se lembrava de tudo o que aconteceu.

— Não, eu não fiz nada disso. — A voz da Lexa interrompeu baixinho no silêncio do carro.

Porra!

Que susto!

Era como se ela estivesse lendo meus pensamentos, mas, na verdade ela estava falando enquanto dormia e parecia estar tendo um pesadelo.

— Por favor, me perdoa... — ela voltou a falar, começando a ficar um pouco agitada. — Eu não posso sobreviver sem você comigo, por favor. — Resolvi parar no acostamento para acordar ela, porque sua agitação aumentava a cada instante.

— Lexa! — balancei ela levemente, enquanto ainda dizia coisas sem sentido. — Lexa, acorda!

— Você é um desgraçado! — Continuava resmungando baixo. — Eu vou destruir você nem que seja a última coisa que eu faça. — Eu arregalei os olhos com sua última sentença.

— LEXA! — ela finalmente acordou e eu me assustei com tudo o que seu olhar mostrava naquele momento.

Era uma mistura de raiva, dor e acima de tudo, devastação total. Sem contar que ela começou a hiperventilar passando as mãos pela garganta e todo o seu corpo parecia tencionado.

Galáxias AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora