Capítulo 14 - Eu pensei que você gostasse de jogar

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Bella

— Você realmente acha que eu sou idiota, não é Bella?

Bem...

Merda!

— O quê? Está surpresa em me ver?

— Oi... hum, como v-você s-sabe onde m-moro? — ela sorriu debochada com meu questionamento.

— Eu me pergunto se você perdeu a memória, porque eu já estive aqui diversas vezes, Bella. — Começou a caminhar lentamente entrando em meu espaço pessoal. — Eu passava mais tempo aqui do que na minha própria casa. Você não se lembra? — eu dei alguns passos pra trás e ela entrou e fechou a porta calmamente, antes de voltar a invadir meu espaço pessoal.

— Eu me lembro. Quem parece que se esqueceu foi você! — apontei o óbvio, caminhando mais para trás com ela no meu encalço até bater as costas na parede e ela parar muito próxima a mim. — O quê? Cansou do joguinho, Maria?

— Bella, Bella, Bella... — pronunciou balançando a cabeça e estalando a língua em seguida. — Você deveria saber que dois podem jogar esse jogo. — Sua proximidade era tanta que conseguia sentir sua respiração batendo no meu rosto.

— O que infernos você está fazendo?

— Ué? Nós estamos jogando. Você não gosta de jogar? — seu tom se tornou um sussurro ainda me encarando com suas esferas negras. — Você começou a brincadeira há algumas horas e eu só estou dando continuidade. — Começou a aplicar beijos suaves no meu pescoço, agarrou forte a minha cintura e encaixou sua perna no meio das minhas, comigo tentando empurrá-la inutilmente.

— Você é uma maldita infeliz!

Ela riu contra minha pele, fazendo meu coração bater ainda mais forte no meu peito e minha respiração descompassar mais ainda. Só não sei se meu estado se devia pela nossa situação ou por causa das sensações que seus toques estavam me causando, que diferentes de ontem, eram duros, fortes e sem cuidado.

— É claro que eu sou. A mesma infeliz que você pretende "despedaçar o lindo coraçãozinho" — sussurrou minhas próprias palavras no meu ouvido e se afastou o suficiente para olhar nos meus olhos por alguns segundos antes de tomar meus lábios com voracidade...

Quase pulei da cama assustada, olhando para o cômodo todo só pra garantir que eu estava realmente sozinha e que era apenas um pesadelo muito real.

Nem nos meus sonhos essa desgraçada me deixava em paz, Universo!

[...]

A conversa que nós tivemos aparentemente de nada serviu, já que fazia mais de uma semana que estava tentando entrar em contato com a Lexa e nada dela dar um mísero sinal de vida que fosse. Eu mandei algumas mensagens, depois tentei ligar pra ela, fui até o Roni's a sua procura, e até perguntei ao Miguel sobre ela, mas não obtive êxito em nenhuma das minhas tentativas, mas a Vero teve pena de mim ao ver meu desespero e conseguiu a informação com ele de que a Lexa foi ficar com o filho e que provavelmente voltava hoje. Como era domingo e estava perto do final da tarde, eu resolvi ir atrás dela, supondo que ela já estivesse em casa.

E eu não estava errada na minha suposição.

Assim que desci do Uber, eu a vi deixando o prédio com o Zeus, distraída com alguma coisa no celular.

— Lexa! — a chamei um pouco alto ao me aproximar e ela se virou assustada. — Nós duas precisamos conversar, certo? — fui direto ao ponto antes que ela inventasse alguma desculpa.

— Eu sei — admitiu resignada com um olhar triste e distante. — Eu estou levando o Zeus pra passear no parque aqui do lado, você quer nos acompanhar? — assenti estranhando ainda mais seu comportamento e linguagem corporal.

Galáxias AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora