Capítulo 36 - Te segurar e nunca mais soltar

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 Bella

— Pelo visto a bruxaria da Aurora pegou em você também, hein? — a Lexa questionou ao ocupar o lugar da atriz ao meu lado.

— O quê? Que bruxaria? — A morena riu da minha cara confusa.

— A Débora, a melhor amiga da Aurora, tem uma teoria de que tanto ela como a filha tem uma espécie de bruxaria pairando ao redor delas que faz com que todos se sintam atraídos por elas inconscientemente, como mariposas com a luz. — Eu ri da teoria inusitada, mas estranhamente precisa.

— Ela está certa... — Eu voltei meu olhar para a atriz e ela sorriu pra mim de longe, acendo em seguida, assim como seu marido. — Eu não sei. Só tem algo sobre ela que te faz querer saber mais, sabe?

— Eu sei do que você está falando, é tão intrínseco que eu não consigo achar outra explicação lógica a não ser a teoria da Débora, ou pode ser as covinhas... — Ela fez uma pausa atraindo a minha atenção novamente e vi ela parecendo ponderar. — Definitivamente, são as covinhas. — Eu ri, mas não pude deixar de concordar mais uma vez antes do silêncio se instalar entre nós enquanto observávamos a festa, cada uma perdida com seus próprios pensamentos.

Era tão estranho estar assim com ela, Universo.

Antes de toda a verdade ser revelada, o nosso relacionamento estava chegando em um ponto em que nós praticamente podíamos ter conversas inteiras sem dizer uma única palavra. Bastava uma troca de olhares ou um toque casual nas mãos ou ombros que cada uma podia entender exatamente o que a outra estava comunicando.

E agora, mesmo com ela aqui do meu lado, estava parecendo que ainda que eu gritasse, ela não seria capaz de me escutar, muito menos entender tudo o que eu precisava tirar do meu peito...

— Bella? — Ela me trouxe de volta a realidade com um toque no meu antebraço. — E aí, você aceita? — Eu franzi o cenho com seu questionamento.

— Hum... — Balancei a cabeça levemente tentando dispersar meus pensamentos. — Desculpa, você pode repetir a pergunta, por favor?

— Eu perguntei se você quer dançar? — Ela apontou com a cabeça para a pista de dança, que só agora eu percebi estar mais calma, com só alguns casais balançando ao som de alguma música romântica em espanhol.

— Claro.

Nós duas levantamos e seguimos para o nosso destino comigo recebendo acenos sutis de incentivo da Vero e da Aurora no caminho. Assim que chegamos, a Lexa me estendeu a mão e eu prontamente a peguei antes de aproximar nossos corpos e ela começar a liderar a dança, como sempre fizemos desde a primeira vez nossa naquele galpão com o teto cheio de estrelas, sem passos muito elaborados e somente curtindo a presença a da outra.

Apesar de tudo, eu não consegui evitar o suspiro de contentamento quando ela moveu minhas mãos para o seu pescoço e segurou minha cintura, capturando sua atenção. Ela olhou pra mim e pude ver em suas esferas negras lindas, que ela entendeu o significado por trás do meu suspiro.

Estar nos braços dela novamente era como se tudo estivesse em seu devido lugar, Universo.

E assim os minutos foram se passando e uma música foi dando lugar a outra enquanto nós duas continuamos perdidas na nossa névoa, com nenhuma das duas parecendo ter a intenção de se separar. Mas eu sabia que essa era provavelmente a minha última oportunidade de tentar, então eu respirei fundo e pedi pra qualquer que fosse a força ou divindade que estivesse por aí, que ela me aceitasse de volta.

— Lexa? — disse seu nome baixinho, não sentindo a necessidade de alterar a calmaria entre nós nesse momento.

— Mhm.

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