Capítulo 30 - Você não pode ser aquela garota

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Bella

— Foda-se... Você não é a garota, você não pode ser aquela garota. Minha vida não pode ser tão fudida assim, porra!

— Sério, Lexa, Maria ou o que quer que seja, eu sei de tudo. Na verdade, eu sempre soube desde o primeiro momento e você também, então por que você se recusa a parar com o fingimento?! — eu perguntei ainda mais irritada e ela riu sem humor.

— Você... Meu Deus, como eu não vi isso antes?! Eu tenho que ser muito estúpida mesmo — exclamou ainda rindo, mas em seu transe, ela parecia estar falando mais consigo mesma do que comigo. — A maneira como você me olhava... Desde a primeira vez que te vi no Roni's eu sabia que tinha algo errado, quando você me olhou como se eu fosse a pior pessoa do mundo... — ela riu sem humor mais uma vez. — Como eu poderia imaginar que era por causa disso? Acho que agora eu finalmente entendo porque as pessoas falam que esse maldito lugar é do tamanho de um ovo.

— Então, você finalmente admite? — eu interrompi e ela olhou pra mim e riu de novo ainda parecendo incrédula. — Do que você tá rindo, droga?! — Ela riu mais ainda com a minha pergunta.

— Eu acho que a vida me odeia, só pode. Honestamente não tem outra explicação pra esse absurdo.

— Já chega, Lexa! — eu gritei e ela finalmente se acalmou.

— Se você é aquela garota por que nunca falou nada, Bella? Se você tivesse dito alguma coisa... Qualquer coisa todo esse maldito drama poderia ser evitado.

— Você está me acusando? — questionei retoricamente. — Foi você que voltou e fingiu que não me conhecia. — Ela riu mais uma vez com o que eu disse.

— Eu não fingi que não te conhecia, Bella. Aquela noite no Roni's foi realmente a primeira vez que eu te vi...

Só podia ser brincadeira, né Universo?

Ela iria continuar na mentira?

— Eu não aguento mais você mentindo pra mim, Lexa, quando nós duas sabemos a verdade...

— Bom, eu não sou a única pessoa que tá "mentindo" aqui — debochou, me interrompendo e fazendo aspas com os dedos.

— E importa agora quem está mentindo? Eu só quero que você reconheça, é tão difícil assim? — Ela negou com a cabeça e riu sem humor pela milésima vez nessa conversa. — O Miguel já me confirmou...

— O Luíz! Claro! Como eu não pensei nisso antes? — ela me interrompeu e tirou o celular do bolso, ligando pra alguém em seguida. — Vem pra cá e traz os malditos vídeos com você... Sim Luíz esses malditos vídeos... Ah! E se a Vero estiver com você, pede pra ela vir também. Tenho certeza que ela vai adorar a atração de circo... Não importa Luiz, só traz os malditos vídeos. — Ela desligou o celular.

— Por que você chamou seu irmão? E de que vídeos você tava falando?

— Bom, por mais surpreendente que isso seja pra você, Bella, o Luíz é realmente o único que conhece todos os detalhes dessa história. — Ela se virou e começou a caminhar em direção ao escritório.

— Onde você...

— Não se preocupe, Bella, quando o Luíz chegar, você vai ter a sua tão desejada confissão da verdade, só que não vai ser dos meus lábios... — ela me interrompeu sem se virar e suspirou antes de continuar. — Eu só preciso ficar um momento sozinha. Se alguma coisa do que a gente viveu, vale por mínimo que seja pra você, espera o Luíz chegar e me deixa sozinha. — Sua voz embargou no final da frase.

[...]

— O que você fez? — A voz da minha melhor amiga me tirou do transe confuso em que eu estava e levantei a minha cabeça pra encontrar ela e o Miguel entrando na sala.

Galáxias AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora