Capítulo 26 - Eu te amo

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Bella

A gente estava nesse momento no carro a caminho da cabana que ela citou mais cedo e minha cabeça parecia a ponto de explodir.

Por que ela simplesmente não chegava em mim e me pedia desculpa? Por que não falar sobre o passado? Por que insistir em fingir? Talvez se ela fizesse isso, eu a perdoaria e desistiria de tentar quebrar o coração dela e o resto do meu também no processo.

Mas nós duas éramos covardes...

— Tem certeza que está tudo bem? — a Lexa perguntou me trazendo de volta a realidade.

— Tá sim, por quê?

— Você está mais quieta que o normal, linda — respondeu atenta a estrada.

— Ah, são só algumas memórias que estão me perturbando.

— Disso eu entendo bem. — Ela sorriu de lado sem humor. — Quando fica difícil demais pra eu suportar, eu tento manter a minha atenção em alguma coisa que me acalma, só assim eu consigo silenciar os meus pensamentos e focar no presente e não no passado. A minha fixação pelas estrelas, em parte, vem daí.

— Como você aprendeu isso?

— Terapia — disse rápido e eu ri. — Sei lá, você poderia tentar, vai que funciona com você. — Deu de ombros.

Eu nada respondi, até porque no momento era a companhia dela que fazia eu me sentir em paz, porém também era ela que, quando tudo estava bem, me fazia lembrar de todo o inferno que vivi por sua causa, exatamente como fez mais cedo quando percebi qual era o assunto que ela e as irmãs Ponce estavam conversando.

Meia hora depois a gente chegou na cabana um pouco afastada da cidade, cercada por árvores por todos os lados, parecendo aquelas de filmes e do Pinterest, toda de madeira com varanda e deck ao fundo. Já dentro dela, pude ver que era mais moderna, em conceito aberto, com paredes separando somente o banheiro. Ela foi acender a lareira e eu sentei na cama cobrindo minhas pernas com as cobertas por conta do frio que fazia aquela noite. Depois nós duas deitamos, comigo praticamente em cima dela enquanto ela acariciava meus cabelos e beijava minha testa.

Mais uma vez, meus pensamentos me dominaram e enquanto eu tentava obter toda a calma que a presença dela me proporcionava, isso era o que mais me doía, tanto que quando percebi, uma lágrima escorreu pelo meu rosto e caiu no pescoço dela.

— Linda, você está chorando? — ela questionou e tentou me fazer olhar pra ela, mas eu a abracei mais forte e enfiei o rosto na curva do seu pescoço.

— Só me abraça, por favor. — Ela prontamente atendeu o meu pedido e eu não me segurei mais, deixando minhas lágrimas rolarem soltas.

Dentro de mim, todos os meus sentimentos confusos em relação a Lexa, estavam em todos os lugares.

Angústia. Tristeza. Dor. Aflição. Traição. Alegria. Paixão. Pertencimento. Paz. Amor...

Tudo isso estava lutando dentro de mim pra ver qual deles predominava e eu simplesmente não conseguia mais segurar.

Universo, eu nunca pensei que era possível amar e odiar uma pessoa ao mesmo tempo, mas eu não tinha outro modo de descrever o que tava acontecendo dentro de mim agora...

— Tá melhor, amor? — ela questionou depois de alguns minutos e levantei a cabeça do meu esconderijo, tendo suas esferas negras prendendo a minha atenção.

— Tô sim — respondi e ela beijou a minha testa, antes de me presentear com uma daqueles característicos sorrisos de lado, cheio de carinho.

E só isso foi suficiente para não me controlar mais e simplesmente seguir meu coração.

Eu aproximei meu rosto do dela e a beijei com toda a urgência dos sentimentos que me tiravam a paz, pedi passagem com a língua e ela relutou, mas acabou cedendo. Em seguida eu me sentei em cima dela ficando com uma perna de cada lado sem separar nossos lábios e a puxei para sentar também. Assim que comecei a puxar a blusa de frio que ela estava vestindo, ela segurou minhas mãos, me impedindo de continuar e findou nosso beijo com alguns selinhos.

— Linda, não acha melhor pararmos? — Abri os olhos e encontrei em suas esferas praticamente negras, nesse ambiente mal iluminado, toda a preocupação que ela sentia. — Você ainda está chorando. — Ela enxugou as lágrimas do meu rosto para evidenciar seu argumento.

— Eu preciso sentir você, Lexa. Me deixa fazer isso? — praticamente supliquei ainda com as minhas emoções em todos os lugares.

Não entendi o que estava acontecendo comigo. O meu corpo parecia que precisava do dela pra se manter vivo. Minha mente gritava em auto-defesa pra eu fugir a todo instante. Já o meu coração estava aos pedaços...

Ela nada respondeu e tomou meus lábios novamente, porém diferente das outras vezes em que estivemos juntas, ela estava me deixando no controle da situação, para que eu fosse até onde o meu limite permitisse naquele momento de vulnerabilidade e eu chorei mais ao perceber isso. Honestamente eu não me atentei o suficiente para perceber em que momento todas as nossas roupas estavam fora do caminho, tudo o que eu queria era sentir ela, seu corpo, seu amor, sua alma...

Coloquei minha perna sobre seu sexo úmido, fazendo ela morder o lábio inferior e suspirar em deleite e continuei descendo minhas carícias até seus seios e os tomei com todo o desejo que sentia, chupava um enquanto apertava o outro, escutando os primeiros de seus gemidos roucos deixarem seus lábios. Repeti o mesmo processo no outro seio, voltei a descer os beijos e nesse momento meu cérebro voltou a realidade, quando parei em cima de sua intimidade.

Eu nunca fiz isso e estava muito insegura e ela, parecendo sair do transe, me olhou entendendo pelo que eu estava passando. Mesmo assim eu queria continuar.

— Me ensina? — perguntei insegura e ela confirmou com a cabeça.

Respirei pesado e ela gemeu por antecipação abrindo mais as pernas, e eu finalmente passei minha língua por seu clitóris e segui para sua entrada, mesmo ainda perdida sobre o que fazer. Ela começou a me ensinar o que lhe dava prazer e quando seus comandos foram sendo substituídos por seus roucos gemidos cada vez mais altos, minha insegurança foi se esvaindo aos poucos.

— Hum... Mais rápido — disse com a respiração alterada, começando a mover os quadris na minha boca e atendi seu pedido. — Assim... Isso amor.

A Lexa enfiou as mãos nos meus cabelos me incentivando e instantes depois senti seu corpo tremer na minha boca enquanto ela puxava meus cabelos levemente, alcançando seu ápice. Eu subi novamente para seu rosto e tomei seus lábios com voracidade, mesmo com sua respiração descompassada.

Não era suficiente, eu queria mais, eu precisava de mais.

Por isso, sem soltar seus lábios, eu me ajustei sobre ela e ela gemeu pelo contato dos nossos sexos, antes da Lexa nos virar na cama ficando por cima, tomando meus lábios com urgência e começou a rebolar em cima de mim, ela então interrompeu o beijo e prendeu meu olhar ao dela. E durante os próximos minutos tudo o que eu registrei foram nossas respirações ofegantes, gemidos, suspiros em deleite e o barulho da fricção das nossas intimidades. Eu não aguentei e fechei os olhos quando o orgasmo me atingiu e não demorou muito para o dela a alcançar também, desabando sobre mim sem forças.

Com nossas respirações de volta ao normal, ela sentou no meio das minhas pernas e me puxou pra sentar também tomando meus lábios lentamente, dessa vez, e ao findar nosso beijo com vários selinhos, ela, sorrindo lindamente, disse a frase que me marcaria para o resto da minha vida:

— Eu te amo. 

Galáxias AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora