Deixo o hospital e vou para casa com Dylan. Ele não disse nenhuma palavra até chegarmos, mas minha mente estava gritando o tempo todo, com um turbilhão de pensamentos, e meus sentimentos estavam todos misturados e pesados.
— Vá descansar. — Dylan pede, fechando a porta do carro ao meu lado.
— Acho que não conseguirei dormir...
— Vai ficar bem sozinha? Quer que eu fique com você?
— Ficarei bem. Eu só preciso... processar isso tudo.
— Se precisar de alguma coisa, me chame, por favor. Estarei na casa ao lado, bem pertinho.
— Obrigada por tudo, Dylan. Parece que você está sempre fazendo algo por mim. Sou muito grata.
— Não precisa me agradecer, e deixe de cerimônia. Não somos mais desconhecidos. Agora vá, quero vê-la entrando. — Pede ele, apontando para a porta da minha casa.
— Está bem. Boa noite.
— Boa noite, Saddie.
Caminho até à porta, subindo os degraus da escada. Paro no último lance e me viro para Dylan, que está parado na calçada. Ele acena para mim, fazendo gesto para que eu entre.
Abro a porta e a fecho atrás de mim. Olho em volta, e há vestígios do meu pai em tudo. No sofá da pequena sala, na cadeira da bancada, na mesinha de centro, exatamente em cada canto dos cômodos. Nunca pensei que fosse me sentir tão pequena em momentos assim. Também nunca pensei sequer que passaria por algo parecido.
Meu celular toca. Eu o pego da bolsa rapidamente, com medo de ser uma má notícia sobre meu pai. Mas era minha mãe.
— Oi, mãe.
— Vocês já estão na estrada?
— Ah... não, mãe. Não podemos voltar hoje.
— Mas como assim? Seu pai disse que te traria hoje, ele até me deixando falando sozinha no celular.
Respiro fundo. O mais fundo que posso.
— O papai não está bem. Ele passou mal, está no hospital agora. — Informei. Torci para que ela não me fizesse perguntas.
— Passou mal? É do estômago? Ele sempre teve o estômago difícil. Você não está no hospital com ele?
— Sou de menor, mãe. Ainda não posso ficar como... responsável.
— Então ele está sozinho?
— Tem uma pessoa com ele, não se preocupe.
Minha mãe faz uma pausa, dando espaço para o silêncio me incomodar o suficiente para sentir vontade de finalizar a ligação abruptamente. Mas, isso seria pior, ela me encheria de perguntas, as quais não estou com nenhuma energia para responder.
— Quem está lá com ele, Saddie?
— Uma... amiga, mãe.
— Por acaso, essa amiga é muito íntima?
— Mãe, por favor, não estou no clima. O papai realmente não está bem e acabei de chegar do hospital. Podemos nos falar amanhã?
— Claro. Descanse e nos falaremos depois. Me mande notícias, está bem? Vai ficar bem sozinha nessa casa?
— Vou, sim. Fiz amizade com... um dos nossos vizinhos. Qualquer coisa peço ajuda a eles, não se preocupe.
— Vizinhos? Os Griffin?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Má Companhia
RomanceSaddie vive esperando pela volta do seu primeiro amor, que voltou para a Itália. Enquanto isso, ela lida com o drama dos pais e conhece o misterioso Dylan, que faz de tudo para conquistar o seu coração.