Má Companhia

Capítulo 25

  Meu pai começa ao tratamento com a quimioterapia dois dias depois que chegamos de Cape Charles. Fiquei ao lado dele enquanto a enfermeira o medicava, lendo minhas revistas do universo jovem falando sobre filmes e as fofocas das celebridades. Mas, o que mais me chamou a atenção foi uma garota. Ela tem quinze anos, e tem leucemia. Seu nome é Emily, e ela é sorridente, apesar da doença, que sei ser devastadora.

— Você está doente também? — Ela quis saber.

— Não. Vim acompanhar meu pai, aquele de jaqueta azul-claro.

— O que está lendo?

— As fofocas...

— Ah, sempre tem alguma. Há algo novo e surpreendente?

— Se considera o fato de Harry Style estar namorando a Ariana Grande algo surpreendente...

— Eles estão namorando? — Ela parece surpresa.

— É o que dizem, eles ainda não assumiram.

— Você namora?

A sua pergunta me fez congelar. Não posso dizer que namoro, mas também não posso dizer que não. Nem sei ao certo o que rola entre mim e Dylan, e Duke ainda é uma ideia distante para mim.

— Acho que não... Conheci alguém recentemente...

— Ele é legal?

— Muito.

— Por que está hesitante?

— Não é isso. É uma longa história, na verdade.

Seu olhar fica triste.

— Se eu soubesse se teria mais tempo, teria investido no garoto que eu gosto. — Diz ela.

— Precisa acreditar que tem todo o tempo do mundo, Emily.

— Não posso me dar esse luxo. Não mais.

— Como ele se chama?

— Axel. Ele estuda comigo, e... eu gosto dele já faz algum tempo.

— Nunca contou a ele como se sente?

Ela suspira.

— Ele é do tipo popular e fica no radar das garotas populares também. Qual seria a minha chance?

— Mas se não tentar, como vai saber se não tem uma?

— E qual é a sua história?

Fecho a revista e olho para ela, enquanto escolho as palavras certas.

— Basicamente, passei anos obcecada por um garoto, que voltou para a Itália. Enquanto ele estava lá, eu conheci uma pessoa. Agora, esse garoto... voltou...

— Deixe-me ver se entendi. Você gosta de dois caras?

— Não é tipo gostar de dois. Estou confusa, na verdade.

— Rolou algo entre você e esse garoto da Itália?

— Só nos meus sonhos, se é que me entende.

— E esse... cara novo?

— Sim, uma vez... e foi recente.

Ela pensa um pouco, como se estivesse juntando as peças de um quebra-cabeça.

— Acho que você deveria ficar com esse cara novo. Como ele se chama?

— Dylan.

— Fique com o Dylan.