Capítulo 8

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Não sei se consegui convencer Dylan sobre o meu primeiro beijo. Nunca beijei ninguém sempre tive a esperança de que Duke fosse me beijar um dia, então, no fundo, guardei o primeiro beijo para ele. Minha vó sempre contava sobre o primeiro beijo dela com meu avô, que foi o primeiro em tudo na vida dela, e sistematicamente, queria que fosse igual comigo, com alguém que eu amasse profundamente, pelo menos.

Totalmente diferente de mim, Tori já tinha beijado muitos caras, e sempre diz que um beijo era diferente do outro, e que alguns fazem seu coração balançar enquanto outros não faziam nem cócegas. Escolhi ter o primeiro beijo com quem fizesse as tais cócegas no meu coração, sem me importar se isso era clichê.

Enquanto tento desviar-me do assunto do primeiro beijo com Dylan, ele conta sem pudor sobre as garotas as quais já beijou, e nome de algumas delas. Nem faz o esforço de esconder que é um paquerador.

— As garotas se jogam em cima, não posso correr como um idiota delas. Se um cara evita beijar uma, as outras inventam rótulos imbecis. Eu já vi esse filme. — Diz ele.

— Mas se sua boca passa de uma e outro igual um rodo, não é necessariamente digno de orgulho.

— Sou homem, Saddie. É diferente. Para as garotas é meio complicado, e admito que o mundo é muito machista.

— Você beija as garotas que beijou muitos caras?

— Não saio perguntando quantos caras elas beijaram.

— Isso é tão... patético.

— O quê?

— Esse papo, para começar.

— Podemos mudar de assunto, se quiser.

— Por favor.

— O que você gosta de fazer, Saddie?

— Gosto de tocar piano. Cuidar do jardim, ler, essas coisas.

Ele joga a cabeça para trás e seus cabelos acompanham o movimento. É totalmente charmoso quando ele faz isso.

— E você é boa no piano?

— Acho que sim.

— Disse que não sabia o que fazer da vida, mas acho que está fugindo.

— Onde quer chegar?

— Você é boa no piano, acho que deveria aproveitar esse talento na faculdade.

— Só fiz aula de piano por causa do Duke.

— Mas ficou boa nisso.

— Talvez esteja certo.

— Do que tem medo?

— Não tenho medo.

— Acho que tem.

— Você sempre supõe sobre as pessoas?

— Isso acontece naturalmente.

Reviro os olhos.

— E você, o que gosta de fazer?

— Sei lá. Gosto de desenhar.

— Que tipo de desenho?

— De tudo, eu acho. Desde caricaturas, abstratos, retratos, realismo...

— Então você deve ser bom nisso.

— Gosto de pensar que sim.

— O que fará na faculdade?

— Estou me decidindo, mas não posso estudar Artes.

Má CompanhiaOnde histórias criam vida. Descubra agora