CAPÍTULO 19

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"Sobre você matar seu pai"

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"Sobre você matar seu pai"

Meus corpo parecia congelado, com a sensação de medo crescente subindo pela minha espinha, não movi um músculo sequer ao perceber o que ela havia dito.

Isso explicava ela não ter sorrido como de costume e ter se afastado como se eu fosse uma doença contagiosa.

E eu poderia a culpar?  Isso com certeza não.

Depois da conversa de ontem com o pai dela, meu único pensamento é que depois do que eu fiz,  jamais serei bom pra ela.

Crystal me olhava, com seus olhos verdes e pela primeira vez desde que voltamos a conversar, estava cheio de receio.

Recuei alguns passos para trás, como se pudesse fugir disso de alguma forma e voltar como era antes,   eu teria dado aquele beijo ontem, se soubesse que esse seria o fim.

Porque vai ser assim que eu confessar.

Meu corpo pareceu voltar a funcionar quando Eli se aproximou, ofegante pela luta imaginária, ele acena para Crystal e olha pra mim com o cenho franzido, confuso.

— O que é que aconteceu? - perguntou enquanto intercalava o olhar dela pra mim.

— Pode entrar e fazer aquele macarrão com queijos que compramos hoje? - sugeri, minha voz saiu mais como uma súplica. Eliot parecia curioso, mas apenas deu meia volta.

Agradeci por ele não vir com um monte de perguntas antes de ir.

— Podemos conversar em algum lugar que não seja a calçada da sua casa? - sugeri, aqui não seria o melhor lugar pra isso.

Ela acenou pra casa dela, antes de ir caminhando na frente, a segui, sentindo que a cada passo que eu dava, mais pesado eu ficava.

Eu tentava ignorar tudo do dia depoismeu pai morreu, tive os melhores momentos com minha mãe, depois com Eli e agora com Crystal.

O mundo parecia melhor sem ele.

Crystal abre a porta, fazendo um sinal para que eu vá para o sofá e assim eu fiz, ela faz o mesmo, meus olhos vão direto para sacola, onde provavelmente estaria o vestido que ela iria ao baile comigo.

Suspiro antes de a olhar.

"Você o matou mesmo?"

Ela perguntou com as sobrancelhas juntas, eu enrolei para responder, enquanto observava o quão dolorosamente bonita Crystal é.

Seus olhos verdes como uma esmeralda, seus lábios canudos sempre com alguma cor, as pintas por boa parte do rosto, os pequenos fios de cabelo que caiam sobre o rosto dela.

O Thomas criança achava ela a garota mais bonita do mundo e o Thomas de agora acha a mesma coisa.

Crystal parecia impaciente agora, com as sobrancelhas arqueadas, também estava inquieta, mas não de uma maneira confusa, mas sim brava.

Sinais do amor [ EM PAUSA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora