CAPÍTULO 22

279 49 11
                                    

Ignorei o olhar interrogativo de Eliot quando entrei pela porta, pisar no chão parecia pisar em nuvens agora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ignorei o olhar interrogativo de Eliot quando entrei pela porta, pisar no chão parecia pisar em nuvens agora. Eu com certeza estava flutuando, uma parte era por finalmente compartilhar meus fardos com alguém e a maior parte era por causa dos lábios macios e completamente gostosos dela.

Me joguei no sofá ao lado do garoto claramente curioso, que por um milagre não abriu a boca para me fazer um milhão de perguntas.

— Algo a dizer, Eliot? - perguntei notado o olhar dele fixo em mim.

— Muitas coisas...mas sei que você beijou ela, sua boca ta suja de batom vermelho e ela gosta de usar batom vermelho, você tá sorrindo como se tivesse chapado e eu sei o que é ficar chapado porque vi num filme antes que você me acuse e pra piorar queimei o macarrão, vocês estão namorando? E tem que pedir algo pra comer, estou cheio de fome.

Eu fiquei intrigado sobre o quão rápido ele costumava falar, quando Eli finalmente para de falar, respira fundo, provavelmente para repor o ar.

Passo minha mão na boca, limpando-a enquanto tentava esconder o sorriso.

— Então acho que você deveria parar de ver filmes assim e pedir algo pra gente. - eu disse, encostando a cabeça no sofá com os olhos fechados, voltando às lembranças de alguns minutos atrás.

— SÓ ISSO? - Eliot soa indignado. — Não vai me dizer como ou porque? Nem como foi? Isso não é justo.

Mesmo com os olhos fechados, eu sabia que ele estava com o semblante mais fechado que conseguiria, ainda mais agora que não respondi.

— As vezes eu odeio você, também não vou te contar sobre a selina. - ameaçou, bufando.

Não precisei  contar até três, antes dele começar:

— Ela é uma grande chata arrogante, eu nem ia falar nada, mas você deu sorte com a Crystal, achei que ia dar sorte com ela, ir ao cinema igual da outra vez com vocês. - Eli desabafou, abro os olhos quando percebo que ele realmente está abalado.

Olho para Eli ao meu lado, que abraçava os próprios joelhos com a cabeça apoiada neles, enquanto também me olhava.

— Você é muito novo pra isso, talvez ela se ache muito nova também... acho que você deveria melhorar seus socos e chutes nesse tempo. - tento ajudar em algo, mas sei que em nenhuma realidade conselhos meus podem ser bons.

— E o que você fez quando você e Crystal eram crianças? - o garoto perguntou.

— Só segui em frente...- em partes era verdade, não esperava a ter de novo como amiga, mesmo que tenha aprendido sinais por ela, mesmo a observando de longe. — Foquei nos treinos e só.

— Parece uma vida chata. - murmurou. — Mas pelo menos você vai ser O CAMPEÃO. - Eli volta a se animar, ajeitando a postura enquanto abria os braços para demostrar o quão campeão acha que vou ser. — E eu, eu vou ser o amigo, não, amigo não, O MELHOR amigo do campeão, não é?

— Claro, claro...- entrei na onda para o animar um pouco, apesar de ser improvável, mesmo com os treinos pesados das últimas semanas, eu preferia ver isso como diversão, só isso. — Terei uma casona e você, um quarto com Tv.

O rosto do garoto se ilumina todo.

— Eu gosto disso, e se minha mãe melhorar, ela pode ir comigo, não é? Eu vou dividir a cama com ela, não tem problema.

Ele pede, cheio de receio da minha resposta, mesmo que seja improvável um quarto com TV pra ele, uma casona e que a mãe dele melhore.

Eu não tive as chances de buscar consolo em fantasias, histórias, ou em algum tipo de esperança, mal tenho agora, mas toda vez que olho para Crystal e Eli, é como se saísse fagulhas de todas essas coisas que nunca tive.

— Se eu for campeão, talvez eu dê pra um quarto só dela. - digo firme, o garoto suspirou como se fosse facilmente alcançar esses planos.

— isso seria bom, mas burrito, hambúrguer ou pizzas? - o garoto muda de assunto tão rápido quanto começou.

— Não sei, escolhe ai, preciso de um longo banho. - avisei me levantando, não pude deixar de sentir o frio na barriga ao me lembrar de Crystal tão próxima, dos sorrisos junto aos meus lábios, da mão dela me puxando.

Nem o constrangimento com o pai dela estragou o momento.

— Sei. - Eli murmurou descontraído, enquanto pegava meu celular para pedir alguma coisa. — Banho demorado.

Resmungou debochado.

— Eliii. - o repreendo.

— Taaaaaa.

...

Depois do lanche, deixei Eliot na casa dele, que até então permanecia tudo calmo e isso me deixava aliviado, era menos uma coisa para pensar.

Enquanto passava pelo centro da cidade para ir pra casa, vi algumas lojas de roupas e  me lembrei que deveria ter uma roupa de baile.

Nunca precisei de roupas pra essa ocasião, no máximo, já fui em festas com o pessoal mais antigo dos treinos e nunca nem precisei amarrar uma gravata.

Lembrar dessas coisas me deixava apreensivo, minha mãe provavelmente gostaria de fazer todas essas coisas comigo.

E foi com esses pensamentos, que passei direto por todas as lojas até chegar em casa e me segurei bastante para não ir até a casa ao lado, só para vê-la.

E esse esforço foi difícil pra caralho.

E esse esforço foi difícil pra caralho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.









Sinais do amor [ EM PAUSA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora