Minha carreira começou muito antes de Crystal nascer, 20 anos atrás. Eu era apenas um policial novato no escritório, então depois fui para as rondas e fui crescendo até chegar no meu posto como delegado agora.
Eu tive muitas vitórias, casos descobertos e resolvidos, lidei com pessoas crueis esse tempo todo e tive também muito fracassos, nada pior como não chegar a tempo de salvar alguém.
Mas Elle Honnor e seu filho Thomas, são meu maior fracasso.
Anos atrás quando aquele garoto entrou pela minha porta, todo magrinho e receoso, com casaco mesmo estando com a aquecedor ligado naquele dia, então a marca na bochecha veio.
Eu desvendei dezenas de crimes, aquilo ali não era difícil pra mim, no fundo eu sabia, mas queria acreditar que Thomas era só uma criança que brigava com outras na escola.
Lembro do dia observei pela janela eles sentados no gramado em baixo de uma árvore no quintal:
— Você percebeu a marca na rosto dele? - Pen perguntou, sentando-se ao meu lado num pequeno cômodo em frente a janela, os observando também.
— Você acha que pode ser briga no colégio? - perguntei de forma sugestiva. Minha esposa fez uns estalos com a boca, discordando.
— Eu vi a mãe dele no mercado uns dias desse, ela sempre parece com pressa e tinha uns leves hematomas no pescoço, não tive nem tempo de perguntar se ela estava bem. - Pen volta sua atenção pra mim. — Aquele cara...- Pen aponta o dedo para casa vizinha ao lado. — Eu não vou com a cara dele.
— Muito menos eu.
Era o suficiente pra começar a investigar por conta própria, mas não tive um pingo de sucesso nisso, aquele cara era limpo de todas as formas possíveis.
Formado em administração, trabalhava anos na mesma empresa, sem queixa alguma, mas soube que ele trabalhava pra gente importante como contador por fora.
Era alguém inteligente e estudado.
Larguei os papéis sobre minha mesa do escritório, relaxo sobre a cadeira, encostando a cabeça sobre o encosto, matutando soluções ou respostas, qualquer coisa serviroa.
Minha concentração vai embora quando alguém bate à porta do meu escritório , minha filha entra, ela abriu a porta tão animada que o baque da maçaneta na parede fez eu levar um pequeno susto.
Mas la estava ela sorridente como sempre, com seu novo amigo encolhido atrás dela.
"mamãe está chamando para o senhor ver filme com a gente"
Avisa, apontando para ela e Thomas. Um pequeno sorriso brota em mim, observando o garoto sempre tão silencioso e receoso perto de mim.
" Podem começar, daqui uns minutos eu desço, querida"
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Sinais do amor [ EM PAUSA ]
Humor+17 [ EM PAUSA POR MOTIVOS PESSOAIS, MAS EU VOLTO <3 ] Ele não era amigável, tão pouco sociável, sua inocência foi quebrada antes do tempo, nada de Papai Noel ou um Super herói para salva-lo. Como ser alguém normal depois de tudo? Como acreditar em...