Malévola
Diaval não tem jeito mesmo. Mas também, quem mandou eu me apaixonar por ele? Agora ele não tem mais medo de mim. Muito engraçadinho da parte dele. Neste momento, estávamos indo para a sala jantar, a mesma em que ouve o meu primeiro encontro com Ingrid e John.
- Pai! - Aurora vem de encontro a nós e abraça Diaval, mas logo depois o solta dando um tapinha em seu ombro, isso me vez sorrir de leve - Eu te disse pra ficar no quarto como a minha mãe mandou.
- Aurora, eu não ía conseguir ficar naquele quarto sabendo que sua mãe estava com Borra. - Diaval diz apontando para mim.
- Já te disse que sei muito bem me cuidar sozinha. - Falo séria, revirando os olhos.
- Eu também sei me cuidar sozinho. - Ele diz irônico.
- Mas você tinha acabado de passar mal pai! - Aurora cruza os braços, o repreendendo.
- Aí, eu desisto de vocês duas! Mãe e filha contra mim e demais, não acha Phillip? - Diaval, dramático como sempre, pergunta ao príncipe que só observava a nossa briga em silêncio.
- Concordo. - Ele fala rindo, olhando para Aurora - Vamos comer?
- Claro, estou faminto! - Diaval rapidamente foi em direção a mesa, se sentando.
- Você sempre está faminto Diaval! Até parece que não come. - Vou em direção a mesa, me sentando também.
- Bem que minha querida nora falou que as brigas de vocês são muito engraçadas. - Diz John, entrando na sala - Como estão?
- Muito bem Majestade! - Diaval o responde e eu apenas assinto.
- E então mãe, resolveu tudo com Borra? - Aurora me pergunta ajeitando a comida em seu prato.
- Segundo Udo, ele terá oque merece. - Ela assente a minha fala e da um sorriso.
- Mas você descobriu oque ele pretendia fazer? - Pergunta Phillip tomando um gole de vinho.
- Dizendo ele que me levaria para um local isolado, para que.... - Faço uma pausa, pois só de pensar em tal coisa me embrulha o estômago.
- Para oque? - Diaval pergunta com raiva, colocando sua mão sobre a minha na mesa.
- Para que tivéssemos filhos. - Afirmo olhando no fundo dos olhos dele. Pude sentir sua raiva e ve-la em seus olhos - Assim, nós teríamos que nos casar e ele se tornaria rei e chefe de todos.
- Aquele nojento! - Aurora diz fazendo uma careta - Ainda bem que o meu pai te salvou né?!
- Só porque ele é um comilão. - Digo com indiferença.
- Mas a minha comilança te salvou. - Ela fala todo convencido, fazendo todos rirem.
- Vocês vão ficar mais alguns dias, certo? - John nos pergunta.
- Eu nem pretendia ficar na verdade. Não sabia que isso iria acontecer. - Falo me referindo ao "mal estar" de Diaval.
- Mas já que estão aqui, fiquem alguns dias. - Aurora começa a falar toda animada - Eu iria amar, e Arthur também.
- Por mim tudo bem! - Diaval falou todo animado.
- Se não for atrapalhar... Tudo bem. - Forço um sorriso, pois não me agrada dormir em um lugar repleto de humanos.
- Ótimo então! - Aurora bate palminhas como sempre. Apesar de me incomodar em ficar aqui, vale a pena em ver a felicidade dela - Seu quarto será na frente ao do papai, mas claro, podem dormir no mesmo quarto também se quiserem. - Dou uma pequena engasgada após ela falar isso e a mesma cai na gargalhada.
- Não sabia que estavam juntos. - Fala John, rindo também - Meus parabéns!
- Desculpa mãe! - Aurora diz após se acalmar - Mas agora me lembrei que temos um conversa pendente. Já terminou de jantar?
- Sim, eu já terminei. - Limpo minha boca com um guardanapo que havia ali, Aurora também havia trocado os talheres de ferro para os de prata.
- Então, vamos para o meu quarto. Você não vai dormir agora não é meu amor? - Phillip balança a cabeça negativamente e com isso, nós duas saímos dali. Chegamos ao quarto de Aurora e a mesma já foi começando a falar - Pode ir me contando tudo!
- Tudo oque exatamente? - Pergunto um pouco confusa.
- Tudo oque ta acontecendo entre você e o papai. - Ela falava tudo de uma forma tão radiante, que era até difícil ficar brava.
- Bom, nós estamos namorando, como já sabe. - Dei de ombros, não ligando muito para oque estava falando.
- Disso eu sei mãe. - Ela revira os olhos - Eu quero saber se vocês já.... Você sabe.
- Aurora! - A repreendo - Isso não é coisa que se pergunte.
- Eu sei, me desculpa! - Ela se aproxima de mim e pega minha mão - Eu só quero saber se tem chances de eu ter um irmão agora ou se....
- De novo com esse assunto de irmão Aurora? - A interrompo incomodada, soltando nossas mãos - Por que você e Diaval insistem tanto nesse assunto?
- A pergunta correta é, por que você evita tanto esse assunto? - Ela diz com a sua voz levemente alterada. Parecia brava - Não ama meu pai o suficiente para isso?
- Eu nunca disse tal coisa. Só acho que somente você como nossa filha é o suficiente. - Digo irritada também - Ora, nós já somos até avós. Pra que outro filho agora?
- Pra celar a união de vocês. Essa união que levou tanto tempo pra acontecer por puro orgulho dos dois. - Não estava acostumada a ver Aurora brava. Isso não era algo muito comum.
- Que união Praga? Nós acabamos de começar a namorar. - Acho que Aurora estava achando que o fato de estarmos namorando, significava que íamos nos casar semana que vem.
- Mas vocês vão se casar. Ou não? - Ela cruza os braços.
- Sim, nós vamos nos casar. Mas acho que vocês estão indo rápido demais! - Digo me virando de costas para ela. Aquele assunto estava me incomodando muito.
- Mãe, você só não quer mais filhos ou esta com medo da maternidade? - Aurora se aproxima de mim e toca meu ombro. A olho um pouco surpresa.
- Claro que não! - Saio de seu toque andando um pouco para frente - De onde tirou isso?
- Não mente pra mim. Eu sei que é alguma coisa do tipo. - Me viro para ela, olhando para a imensidão reconfortante de seus olhos azuis.
- Olha, esquece isso ta bem? - Dou um beijo em sua testa e me direciono a porta fugindo do assunto - Já está tarde, é melhor irmos dormir. Boa noite, Praga!
Saio do quarto rapidamente, sem dar a chance de Aurora falar algo. Durante o pequeno caminho de seu quarto até o meu, vou pensando em tudo oque ela havia me dito. No fundo, eu sabia que ela estava certa. O fato de eu não querer um filho, é minha insegurança em ser mãe. Aurora é minha filha, mas ela não nasceu de mim. Eu não a criei diretamente. Um filho biológico, seria totalmente diferente. E além do mais, eu não me imagino grávida. Imagina só, eu com um barrigão, toda sensível e vulnerável? Não, eu realmente não queria isso. Pelo menos, não agora. Diaval e Aurora estão muito apressados, quanto a isso. Chego em frente aos dois quartos, penso em ir falar com Diaval, mas imagino que ele já poderia estar dormindo, então resolvo deixar pra lá. Foi um dia cansativo para todos afinal. Entro em meu quarto, sem olhar muito ao redor. Soltei meu cabelo e já ía começando a tirar meu vestido, porém, percebo que não estou sozinha no quarto.
- Oque está fazendo aqui?
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Apenas nós dois (Maleval)
FantasyApós o casamento de Aurora, Malévola percebe que nem todo amor termina mal como o dela e de Stefan e começa a demonstrar sentimentos por um serto corvo. Mas será que isso irá agradar a todos em Moors?