Malévola
Acordo um pouco tonta e desnorteada, olho em volta e vejo que estou em minha caverna. Aos poucos, vou lembrando de tudo oque aconteceu e uma dor enorme começa a tomar conta de meu ser.
- Já acordou? Isso é bom. - Disse Mary, uma Fae da floresta já um pouco idosa, ela é como a médica de toda a espécie e uma das mais sábias - Como se sente? - Com dificuldade, me sento e ponho a mão sobre minha barriga, olhando para a mesma.
- O meu bebê.... - Digo sem dar muita importância para suas perguntas, e a olho - Ele... Ele está bem. Não está? - Mary olha para baixo e parece murmurar alguma coisa a qual não entendo.
- Majestade, eu preciso que se acalme em primeiro lugar. - Ela diz cautelosamente - Ficar nervosa pode não te fazer bem.
- Eu estou perfeitamente calma Mary. - Digo com um nó em minha garganta, respirando fundo, já esperando oque ela diria a seguir - Anda! Fale de uma vez.
- Eu sinto muito, mas infelizmente, a senhora perdeu o bebê. - Sinto lágrimas brotarem em meus olhos após sua fala. Apesar de já esperar por essa notícia, não pude conter a vontade imensa que tive de chorar.
- Não.... - Uma de minhas mãos permaneceu em minha barriga, enquanto a outra foi de encontro a minha boca, ambas trêmulas - Meu filho....
Eu tentava controlar minhas lágrimas mas não conseguia. Havia uma dor muito grande em mim, era como se parte de mim tivesse ido junto ao meu filho. Mary, percebendo minha situação, se aproxima na tentativa de me abraçar ou algo do tipo, mas eu não permito o contato. Ela se afasta novamente um pouco sem jeito.
- Majestade, isso não é tudo. - Ela diz e eu a olho, limpando as lágrimas de meus olhos.
- Oque pode ser pior que isso? - Falo com um nó na garganta, tentando segurar minhas lágrimas ao máximo.
- A senhora perdeu muito, muito sangue! Creio que foi por isso que desmaiou. - Mary fala olhando para baixo enquanto eu a escuto atentamente.
- E oque isso tem haver? - Minha voz sai baixa, mas não propositalmente. Era como se ela estivesse presa em minha garganta, junto ao meu choro.
- Por conta da quantidade excessiva de sangue que perdeu, seu interior foi afetado de certa forma. - Ela faz uma pausa e finalmente me olha - E por isso, será muito difícil que engravide novamente.
Suas palavras foram como facadas em meu ser. Muito pior do que uma rede de ferro ou correntes em cima de mim. Nessa hora, comecei a me arrepender de não ter ouvido Aurora. Ela disse para eu não ir. Disse que estava com um pressentimento ruim, mas eu não quis dar ouvidos a ela. Por que sou tão idiota? Eu estava em uma confusão e dor interna tão grande, que nem conseguia mais chorar. Só fiquei parada, observando um ponto fixo.
- Se não estiver sentindo nada de anormal, eu irei me retirar. - Anuncia Mary, parando em minha frente e me tirando do transe. Faço um gesto com a cabeça, apontando com a mesma em direção a saída da caverna e ela entende o recado. Quando Mary estava quase levantando voo, a chamo.
- Espere! - Ela se vira e me olha, murmurando um "Sim, Majestade?" - Chame o Diaval aqui. - Mary assenti e sai, me deixando perdida em pensamentos outra vez.
Diaval
Depois que trouxe Malévola de volta a Moors e expliquei tudo oque aconteceu a "fada médica" da espécie, ela, junto a mais duas Faes, levaram Malévola para sua caverna e disse que falariam comigo depois que a examinassem. Agora eu estava aqui, em baixo da caverna de minha amada, esperando notícias dela e de nosso filho. De repente, escuto um bater de asas e quando olho pra cima, vejo Mary se aproximando. Desencosto da árvore onde estava e me aproximo da Fae quando ela pousa.
- E então? Eles estão bem? - Pergunto um pouco apreensivo. A Fae, já um pouco grisalha, olha para o chão e murmura algo para si.
- Diaval, eu preciso que seja forte! Por você e por Malévola. - Ela fiz olhando fundo nos meus olhos - Infelizmente, vocês perderam o bebê.
Quando ela fala isso, sinto algo estranho dentro de mim. Era como se minha alergia tivesse sido sugada. Fico imaginando como Malévola deve estar agora. Mesmo que dissesse que não queria mais nenhum filho e essas coisas, eu vi como ela ficou radiante depois que descobriu a gravidez. Nós estávamos radiantes.
- Eu preciso ver ela! - Digo indo em direção ao local onde iria subir para a caverna, mas Mary segura meu braço.
- Calma, tem mais uma coisa. - Senti meu coração gelar por um momento. Será que Malévola estava bem? - Malévola perdeu muito sangue, isso afetou seu interior. - Ela respira fundo, olha para o chão e depois volta a me olhar - Por conta disso, será muito difícil que ela engravide novamente. - Fico um tempo parado, tentando processar tanta informação ruim - Eu sinto muito!
- Eu posso ir ve-lá? - Pergunto e Mary assente. Assim, subo em direção a caverna de Malévola. Nessa hora, queria não ter perdido meu cetro, assim, poderia me transformar em corvo e chegar lá em cima rapidamente, para abraça-la e não a soltar mais, mas ao invés disso, tenho que ficar aqui, escalando.
Quando finalmente chego na caverna, vejo Malévola sentada, com as mãos em volta dos joelhos e a cabeça jogada pra trás, olhando para um ponto fixo. Ao me aproximar mais, vejo que lágrimas escorriam de seus olhos.
- Meu amor... - Corro em sua direção e me abaixo ao seu lado. Ponho sua cabeça em meu peito e ela me abraça, começando a chorar desesperadamente. Passo um de meus braços por sua cintura, a abraçando também, enquanto acaricio seus cabelos.
- Nosso filho Diaval... - Falava entre soluços, passando uma mão por sua barriga - Nosso filhinho...
- Shh! - Dei um beijo em sua cabeça, ainda afagando seus cabelos - Vai ficar tudo bem.
- Não Diaval! Não vai. - Ela se levanta e olha para mim, seu rosto estava vermelho e um pouco inchado pelo choro. Ela me olha com uma imensa tristeza em seus olhar. Naquele momento, só queria transportar toda a dor dela para mim, mesmo que minha dor também fosse enorme. Eu só queria que ela não estivesse naquele estado - Eu não posso mais engravidar!
- Ei! - A deito sobre meu peito novamente e ela me abraça outra vez - Mary me disse que realmente pode ser difícil que você engravide de novo, mas não impossível.
- É quase que impossível Diaval. - Malévola me abraça mais forte e começa a chorar outra vez, só que mais controladamente. Acho que nunca a vi tão frágil assim.
- Quase impossível não é a mesma coisa que impossível. - Dou outro beijo em sua cabeça - Agora, descansa.
- Você é quem tem que descansar! Você que foi sequestrado. - Ela diz limpando algumas lágrimas de seu rosto.
- Eu estou bem! Você curou boa parte de meus ferimentos. - Me ajeitei melhor no chão da caverna, deixando a mim e a Malévola mais confortáveis - Pode descansar. - Fico afagando seus cabelos e dando beijos em sua cabeça até ela dormir. Os próximos dias com certeza serão difíceis.
Autora:
É gente, desculpa por ter dado e tirado o baby Maleval de vocês kkkk
Povo, tava vendo aqui ontem que vai fazer 1 ano na segunda que comecei a postar a fic. Fiquei um pouco chocada e quis compartilhar essa informação com vocês kkkkk Sério, quando comecei a escrever ela há 1 ano, não imaginava que ela teria esse alcance todo. Sei que pode parecer que ela não tem tanto alcance comparada a outras fics dos dois, mas pra mim, ela superou minhas expectativas. E tudo isso graças a vocês.Muito obrigadinha por lerem e gostarem dela principalmente!
I love you guys!❤
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Apenas nós dois (Maleval)
FantasíaApós o casamento de Aurora, Malévola percebe que nem todo amor termina mal como o dela e de Stefan e começa a demonstrar sentimentos por um serto corvo. Mas será que isso irá agradar a todos em Moors?