Ressaca moral

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Abro os olhos aos poucos sentindo todo meu corpo doer, parecia até que apanhei para caralho e não conseguia movimentar um centímetro do meu corpo sem doer e minha cabeça estava explodindo, me viro para o outro lado da cama e me assusto um pouco vendo aqueles olhinhos pequenos piscarem devagar enquanto me olhava.

- Oi. Falo simples e a pequena criança a minha frente sorri, o sorriso dela era fofo e me era bem familiar, calma porque tinha uma criança na minha cama?. Me levanto com tudo sentando na cama e olho para a garotinha que dá uma risadinha com a mão na boca e depois se levanta tentando descer da minha cama com um pouco de dificuldade até que seus pés tocam o chão, o que eu tinha bebido ontem a noite?.

- Tiaaa!. Ela gritou fazendo minha cabeça doer ainda mais e ela sai correndo porta afora, o que está acontecendo?. Demorou exatos três segundos até Tina entrar em meu quarto com a pequena garotinha segurando sua mão. - Falei que ela tinha acordado. Tina olhou para ela e as duas sorriram uma para outra, meu deus era o mesmo sorriso.

- Boa tarde, Heidi. Ela disse indo até minhas cortinas e abrindo elas, eu apenas a acompanhei com os olhos.

- Você está mesmo aqui?. Perguntei sem acreditar, Tina estava aqui de novo? Acho que devo estar sonhando, sonhar com Tina ultimamente já estava virando rotina.

- Eu fui te buscar ontem naquele bar. Pisco algumas vezes tentando raciocinar o que ela disse e forçar minha memória, mas eu não lembrava disso. - Nudee e eu te buscamos e trouxemos para casa. Ela vem até mim e me entrega um pequeno envelope de remédio. - Acho que deve estar com a cabeça doendo. Assim que ela falou, levei a mão a minha cabeça lembrando que estava morrendo de dor. - Você apenas bebeu não é Heidi?. Sua pergunta era séria e eu assenti rapidamente. - Que bom. Ela sorriu e chamou a garotinha com a mão e ela veio subindo em cima da cama e parando na sua frente. - Essa é minha sobrinha, o nome dela é Ava. Ela disse sorrindo e a garotinha sorriu.

- Oi Didi. O jeito que ela me chamou derreteu meu coração completamente, Tina me entregou minha garrafinha de água e eu tirei um dos remédios.

- Oi Ava. Seu sorriso aumenta e ela se agarra a Tina mais um pouco, parecia com vergonha, sorriu e tomo o remédio abrindo a garrafa e bebendo ela em seguida, olho para Tina. - Acho que devo um agradecimento a você e a Nudee. Ela assente e pega Ava no colo.

- Eu estava te procurando, eu agradeci por aquele cara ter me ligado e cuidado de você. Ela olhou no fundo dos meus olhos e eu tremi, seus olhos eram intensos e demonstravam o quão desesperada ela estava. - Não faz mais isso, sinceramente se você tivesse topado outro tipo de pessoa aconteceria algo pior, você teve sorte que ele me ligou. Contínuo olhando em seus olhos e assenti devagar.

- Me desculpa Tina. Ela colocou Ava no chão e se jogou no meu colo me abraçando forte, rodeio minha mão no seu corpo a puxando para perto a abraçando do mesmo jeito, sinto seu cheiro invadir meu nariz e com ela ali em meus braços eu definitivamente soube que aquilo era real, sinto o corpo se enfiar no meio de nós duas e ouço a risada de Ava.

- Você também quer abraço?. Ela assentiu e Tina começou a lhe fazer cócegas, eu nunca pensei nisso, mas olhando Ava e Tina me cercando de amor, acho que eu adoraria ter uma família com Tina no futuro.

Olho para o lado e a garotinha estava concretada na tv prestando bastante atenção naquele desenho bobo.

- Quantos você tem Ava?. Ela me olhou e deu um sorrisinho, mostrando cinco dedos, o que me fez rir. - Não gostou de mim?. A garota balança a cabeça negando e eu riu.

- Não liga para o que a Ava fala, ela é ciumenta, acha que a Tia nana é toda dela. Tina sentou no meio de nós duas e entregou o copo rosa para a garota. - Está se sentindo melhor?. Eu assenti.

- Obrigada, por ir me buscar. Tina segurou minha mão na sua e fez carinho nela.

- Eu iria quantas vezes fosse Heidi. O que estava acontecendo? Eu estava completamente confusa e acho que ela percebeu isso. - Não liga para o que Chompu disse, ela só tá um pouco... grudenta demais.

- Ela quer você, acho que é bem simples. Tina riu e eu fiz careta, era bem visível que Chompu estava morrendo de ciúmes e sinceramente era Tina, eu também estaria.

- O problema é que eu não quero ela. O jeito sério de Tina e a voz suave ao mesmo tempo, fez meu coração acelerar, será que quem ela queria era eu?. - Isso que a gente construiu, mesmo que tenha sido de um jeito errado, foi algo bom e eu quero tentar, resetar tudo talvez e começar de novo. Eu não acredito que ela estava dizendo aquilo. - Só que agora com você sabendo que eu gosto de você, então se você vacilar mais uma vez... não tem outra chance. Assenti várias vezes e Tina riu segurando meu rosto com as duas mãos e puxando ele até o dela, onde ela colou superficialmente em um selinho demorado. - Quer fazer brownies comigo?. Ela disse grudada na minha boca.

- Eu quero, Tina. Sorriu e ganho mais um selinho. - Eu topo qualquer coisa com você. Ela desliza seu rosto até meu pescoço de deixar mais alguns beijinhos por ele.

- Tia, eu tô com fome. Ava resolve finalmente falar e a minha garota se vira olhando para ela.

- Que tal, você, Heidi e eu fazermos um brownie e comermos quando estiver pronto?. Os olhos de Ava brilham e ela levanta em cima do sofá.

- Sim!. Ela gritou animada e eu olhei de Tina para ela.

- Então vamos nenê. Ela puxou Ava para os seus braços e elas caminharam até a nossa cozinha. Se isso tudo for algum tipo de sonho, alguém pode gritar, eu preciso acordar. - Você não vem Heidi?. Calma, não precisa agora, deixa eu aproveitar só mais um pouquinho essa mulher.

O irmão de Tina tinha acabado de levar Ava embora e Tina se virou para mim sorrindo, okay, parece que não era um sonho, ela veio na minha direção e se aconchegou em meus braços, coloco meus braços ao redor do seu corpo e passo meu nariz por seu pescoço subindo até seu rosto e dando um selinho nela.

- Onde você vai dormir hoje?. Arqueio a sobrancelha confusa, o que ela queria dizer com aquilo?. - Você está tão lerda hoje, eu não quero essa Heidi lerda não viu. Ela passou a mão na minha bunda e eu olhei para ela surpresa. - Então sua cama ou a minha?. Um sorriso malicioso estampou o rosto de Tina e finalmente eu entendo.

- Qualquer lugar, eu não me importo, na verdade. Ela segurou meu rosto e me beijou sem nenhuma delicadeza e seguro seu rosto, os braços de Tina erguem as minhas pernas e ela encaixa elas na sua cintura, aperto elas assim que Tina começa a andar até o corredor sem parar o beijo, meus olhos estavam fechados ainda sentindo o toque de sua língua na minha, acho que a noite vai ser um pouco longa.

365 Dias - HeinaOnde histórias criam vida. Descubra agora