Abro a porta e dou de cara com a minha mãe, fazia um mês que não via ela. Estamos em novembro e falta pouco para o natal, talvez alguém da família esteja sentindo minha falta.
- O que está fazendo aqui?. Falo olhando para ela, eu não acreditava que ela estava aqui, na minha frente, de novo, depois de tanto tempo.
- Posso entrar?. Respiro fundo antes de dar espaço para ela entrar na minha casa, sem que Tina estivesse aqui. - Suas notas chegaram na minha caixa de correio essa manhã. Ela diz indo até minha sala e olhando ao redor, não tinha sofá para oferecer, então peguei uma das cadeiras da cozinha e trouxe até ela.
- Eu juro que aumentei minhas notas. Disse na defensiva e ela passou o dedo na cadeira até que resolveu sentar.
- Não é sobre isso, eu vi que suas notas aumentaram bastante. Ela me olhou de cima a baixo e eu coloquei minhas mãos no bolso. - Você está bem?. Soou tão estranho vindo dela, mas meu coração meloso errou uma batida. Parecia que ela estava perguntando porque se importava e isso era novo.
- Estou. Falo simples. - Eu fiz alguma coisa errada?. Perguntei tentando decifrar o que ela queria.
- Eu só vim saber de você Heidi. Seus olhos subiram até os meus e nos encaramos por uns segundos, eu não acreditava que isso realmente estava acontecendo, minha mãe estava se importando comigo?. - Quero saber se está precisando de alguma coisa... se está bem morando aqui com sua. Ela engoliu o seco, eu via o esforço que ela estava fazendo. - Namorada. Ela falou tão simples, mas aquilo parecia tanto.
- Estamos bem. Digo simples, mas o sorriso grande em meu rosto me entregava totalmente, eu estava fazendo uma festa particular dentro de mim. - Às vezes nos desentendemos, mas nada que uma conversa franca não resolva.
- Bom, eu vim te devolver uma coisa. Ela começa a mexer em sua bolsa e eu solto minha respiração, eu estava tensa e então ela coloca as chaves na minha direção. - Sua moto. Olho para as chaves e olho para minha mãe.
- Não preciso disso, Tina e eu temos um carro agora. Agradeço gentilmente.
- Não, sua namorada tem um carro filha, eu quero te dar a sua moto de volta. Seguro as chaves e abro sua mão colocando ela lá e fecho.
- Tudo que é meu é de Tina e vice-versa mãe. Olho em seus olhos por uns segundos, eu não ia me deixar ser controlada de novo. - Eu realmente agradeço sua gentileza, mas não preciso da moto. Dessa vez eu falei firme, sem vacilar um segundo, acho que Tina sentiria orgulho de mim.
- Certo. Ela piscou por uns momentos, acho que deixei minha mãe sem palavras pela primeira vez. - Então eu vou indo. Ela se levantou da cadeira e eu comecei a ir até a porta.
- Você sempre será muito bem-vinda aqui, mãe, obrigada pela visita. Abri a porta e ela parou me olhando.
- Eu sinceramente não percebi o quanto você cresceu e está tão adulta. Sua voz estava um pouco quebrada, se não conhecesse bem minha mãe diria que ela estava prestes a chorar. - Me desculpa por tudo que fiz com você Heidi, eu não fui tão justa com você depois... que perdi sua irmã. Vejo lágrimas descerem de seus olhos e pela primeira vez em muito tempo eu vi minha mãe chorar, ser vulnerável perto de mim.
- Mãe, não chora. Limpo suas lágrimas e percebo que ela não tinha notado, ela colocou uma de suas mãos no rosto e enxugou sua lágrima olhando para ela em seguida. - Eu aprendi com alguém que você não precisa ser forte o tempo todo, você pode fraquejar em algum momento e é isso que te faz ser ainda mais forte. Seus olhos foram até os meus e minha mãe deu dois passos em minha direção me abraçando forte, demorei uns segundos até reagir, mas a abracei de volta na mesma intensidade. Era o pedido de desculpas mudo e o eu desculpo no mesmo tom, a gente se entendia assim e acho que pode ter um novo capítulo se iniciando a partir de agora para nós duas.
Eu estava extremamente nervosa o caminho todo até aqui, não conseguia sentir minhas pernas responderem aos meus comandos e minhas mãos suavam.
- Da para você ficar calma?. Ouço a voz calma de Tina ao meu lado. - Sua mão está completamente suada, você não fica assim nem em dia de jogo, amor. Ela solta uma risadinha fofa e baixa e a porta a nossa frente se abre, meus olhos param em uma mulher tão linda quanto Tina, para falar a verdade elas eram duas versões diferentes da mesma pessoa, Tina solta minha mão e se joga nos braços de sua mãe e ela abraça de volta.
- Meu Deus, como senti sua falta. Ela disse fazendo carinho nos cabelos de Tina enquanto beijava todo seu rosto. - Está mais magra, você tem comido direito?. Ela disse um pouco brava e preocupada ao mesmo tempo, era engraçado, eu não tinha esse tipo de afeto da minha mãe.
- Mãe, você sempre diz que eu estou mais magra toda vez que me vê. Minha namorada disse revirando os olhos e ganha um tapa no braço.
- Isso por que é exatamente isso. Minha sogra rebate me fazendo rir e sua atenção vai para mim agora. - Que bom gosto o seu Thanawan. Ela diz me puxando para um abraço apertado, o mesmo que ela deu em Tina, me sufocando um pouco, mas eu decidi aproveitar, era quente e acolhedor. Como um abraço de mãe deveria ser.
- Mãe solta ela!. Tina diz me puxando para ela, me soltando de sua mãe. - Vamos entrar antes que Heidi saia correndo daqui e nunca mais volte. Ela diz simples fazendo sua mãe rir e eu achar a coisa mais incrível do mundo, eu amei a minha sogra e parece que ela sente o mesmo.
- Gosta de salada Heidi?. Assenti para a senhora Wigg e ela sorriu enchendo meu prato com bastante salada.
- Mãe, tá bom, não exagera. Tina diz e eu dou risada, era engraçada a relação que ela tinha com a mãe, elas simplesmente se davam tão bem que pareciam irmãs.
- Se você não come, Heidi quer comer. Ela diz ignorando totalmente minha namorada que balança a cabeça negando.
- Pode colocar bastante senhora Wigg. Digo e Tina me olha incrédula.
- Não dá corda, amor. Ela diz baixinho e vejo o sorriso da minha sogra aumentar e ela voltar a encher meu prato com muito mais coisas que tinha na mesa. Era engraçado a vibe delas duas juntas, eu queria ficar aqui na casa da mãe de Tina por muito tempo, as duas me faziam rir com facilidade e tudo era leve, eu poderia ficar horas ouvindo a mãe de Tina contar várias histórias da pequena Thanawan e como seriam nossos filhos se fossem iguais a ela e era para tomar cuidado com toda intimidade que eu dava a Tina, pois uma vez que se dá você não consegue mais sair, porque os Wiggs são as pessoas mais apaixonantes e divertidos e quando um entra em sua vida era para sempre. E então quando eu olhei para a garota ao meu lado, tudo que sua mãe dizia já tinha acontecido, não foi algo que percebi que aconteceu, mas não tinha como voltar atrás, eu queria essa Wigg na minha vida para sempre e eu vou fazer o possível para não perder ela uma segunda vez.
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365 Dias - Heina
FanfictionHeidi tem 365 dias pra conquistar a mulher mais difícil que ela já conheceu, tudo isso por um simples motivo provar para sua melhor amiga que ela consegue tudo que quer no momento e segundo que ela quiser, o problema disso tudo é apenas que a garota...