365 Dias - Heina

Apaixonada

Acho que eu consigo distinguir o que eu sinto e vendo a garota do outro lado do corredor olhando com atenção cada marca de macarrão que tinha na prateleira do mercado eu facilmente te digo que estou completamente apaixonada por Heidi, eu tô com medo de sentir isso tudo, mas eu estou amando sentir isso por ela e me jogar de todas as maneiras nisso que eu não sei do que chamar.

- Quatro massas?. Ela me pergunta e eu assenti, quantas massas você quiser babe, eu queria falar em alto e bom som. - Eu gosto daqueles molhos prontos sabe, não vai pegar nada que você goste?. Ela começou a empurrar o carrinho. - É legal fazer isso com você, deveria ser assim desde o começo. Ela pega uma caixa de cereal.

- Mas você era uma mimadinha do nariz em pé que não ia com a minha cara. Digo simples e Heidi me olha incrédula. - Nem adianta rebater, era assim mesmo. Vejo ela revirar os olhos.

- Vamos esquecer esse nosso passado. É a minha vez de revirar os olhos e então vejo ela sorrir, aquele sorriso convencido que agora fazia meu coração disparar, o sorriso que mudou de significado, acho que amar era isso afinal de contas. - Sua amiga, Marima eu acho, me chamou para ir em uma festa na casa dela. Ela fala com cuidado e me olha segurando minha mão e mexendo em meus dedos como sempre faz, ela adorava passar minutos mexendo em meus dedos enquanto conversávamos, era uma sensação boa.

- Se ela te chamou então você deve ir. Dou de ombros, eu realmente não ligava. - Não tem como eu te proibir de estar na minha vida Heidi, acho que isso é meio que impossível. Heidi passa o braço por dentro do meu e sinto um beijinho fraco no meu pescoço, eram coisas tão simples que me faziam ficar ainda mais caidinha por ela, sinceramente eu me sentia cada dia mais e mais boba por qualquer coisa que Heidi fazia.

- Não é tipo uma permissão, mas ela é sua amiga e você podia não me querer lá. Olho para ela e arqueio a sobrancelha. - Não é como se você nunca tivesse mencionado que morava comigo Tina, eu tenho que ter um pouco de cuidado e eu respeito suas vontades e opiniões. Ela da de ombros e eu dou um selinho nela.

- Como eu já disse, nós não éramos nem amigas e eu não ia falar o dia todo de você com elas e em seguida contar que dormia no mesmo teto que você. Coloco o cabelo dela atrás da orelha e sinto meu rosto esquentar de vergonha, vergonha por ele saber algo que eu fazia antes, antes de querer me perder por horas, nela.

- Olha como o jogo virou, agora nós dividimos a mesma cama. Ela para de andar e eu a olho incrédula com o que ela disse, ela estava sendo convencida mas dessa vez eu não queria sair correndo, as coisas realmente mudam.

- Você tá se achando demais sabia. Vejo ela dar uma risada e se afastar de mim indo até às carnes e eu vou escolher algumas frutas, acho que minha relação com Heidi melhorou bastante e aos poucos vai melhorando ainda mais, em dois meses nós tínhamos uma intimidade surpreendente e eu não mudaria nem uma vírgula disso tudo.

Bato na porta do quarto de Heidi e espero ela abrir, apenas alguns segundos e a porta é aberta e ela estava apenas de shorts.

- Não está pronta ainda?. Vejo ela colocar algumas opções de blusas em cima da cama e olho sorrindo para ela.

- Só preciso colocar uma blusa que combine e que me faça sentir confortável. Era algo simples mas a maneira que ela falava fazia meu coração disparar, acho que eu estava viciada na voz de Heidi e no jeito que ela sorria e até no jeito manso que ela chegava perto de mim e ficava me olhando perdida por alguns segundos, as vezes eu penso que ela sente o mesmo que eu e as vezes eu penso que ela morre de medo de sentir qualquer coisa, é confuso mas tenho que aprender a lidar.

- Coloca essa camisa de seda bege, você vai ficar linda. Ela pegou a peça e olhou por uns segundos, colocou no corpo sem abotoar e eu me desencostei da parede e fui até ela, comecei a colocar um botão por vez mas nem olhava para o que eu estava fazendo, meus olhos estavam grudados no rosto de Heidi, no pescoço chamativo e em seu maxilar bem desenhado.