Permaneço em silêncio até que novamente ouço mais três batidas na porta, porém agora sai uma voz abafada.
– Sam! Sou eu, Tee! – Novamente mais uma batida. Não irei sair daqui nem morta ou viva.
Meu corpo inteiro está se formigando, meus olhos estão coçando e minhas mãos suadas. Alguns minutos depois ouço o som de seus passos diminuindo de acordo com a distância.
Não entendo o porque cheguei a esse ponto novamente, mas hoje não quero sair desse buraco fundo. Hoje não consigo fingir, não consigo me ocupar, tudo oque tinha que fazer estava feito.
Com uma certa dificuldade consegui me sentar no sofá. Em meio às silenciosas lágrimas surge um sorriso irônico.
E há quem diga que os adultos são mais fortes.
Deito minha cabeça no encosto do sofá enquanto tento controlar minha respiração, mas nada nesse momento consegue me tirar daqui.
Flashback On
" – Você seria qual super herói se pudesse Sam?"
" – Acho que seria… o homem aranha!"
" – Mas eu que sou o homem aranha! Você tem que ser outro!"
[...]
"– Samantha e Matthew! Saiam do meu sofá agora!" Descemos rapidamente do sofá após o susto e corremos até o nosso quarto. Ao entrarmos fechamos a grande porta juntos de costas. Nos olhamos e explodimos em uma risada.
Flashback Off
Ouço batidas na porta. Quem será? De novo Tee?
Bufo e me levanto, indo até a porta.
– Sam? – Oh… É Mon. Ela não pode me ver desse jeito… – Eu sei que está aí, não precisa me atender, só… – Encosto minha testa na porta, escutando sua voz acariciar meu coração. – Só me diga se está bem… por favor. – Nada digo. Com o indicador passo o dedo freneticamente e lentamente na porta. Sentindo meu coração formigar e uma pontada certeira nele.
Passou-se alguns minutos, pensei que ela teria ido embora então abro a porta.
– Ei – Ela sorri tímida acenando. Involuntariamente brota um sorriso de meus lábios. – Não está nada bem, né? – Não consigo mentir, nem se quisesse. Mon coloca sua mão direita em meu rosto, acariciando minha bochecha com o dedão. Fecho meus olhos sentindo o toque suave, quase despercebido por tamanha delicadeza. – Você comeu algo? – Não respondo. – Certo, irei preparar algo para você enquanto toma banho. Não quero ter que sair daqui.
Entramos em silêncio e Mon pede para que eu tome um banho. Sinto vergonha por minha casa estar uma bagunça. Os sofás bagunçados, a mesa e a cozinha, céus.
Sem dizer nada eu acato seu pedido e subo as escadas da casa, não me preocupo com o fato de que ela irá estar na minha cozinha.
Tomo um longo banho, acompanhado de algumas lágrimas solitárias e pensamentos tristes. Não irei me conter, estou em casa.
Ao sair do banheiro, volto ao meu quarto e coloco uma roupa casual e apropriada para ficar em casa. Desço as escadas após sair e passar pelo corredor. Me surpreendo ao ver a sala arrumada, paro no último degrau observando o local.
Uh, depois irei pedir umas aulas de como arrumar a sala. Acabo rindo de meu pensamento. Passo pela sala e vou em direção a copa.
Reviro os olhos ao ver a mesa e as cadeiras completamente arrumadas. Vou para a cozinha e vejo a mulher concentrada enquanto mexe na panela em cima do fogão ligado.
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Dois Amores - Monsam
FanfictionKornkarmon é uma mãe solteira que tem passado por dificuldades em sua vida profissional e com sua filha (Rebecca), que tem apresentado várias crises de pânico e ansiedade. A mãe acaba conhecendo a pediatra Samantha Anuntrakul, que a ajuda não apenas...