Capítulo 4 - O susto

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MON'S POV

Me levanto atordoada após ser acordada pelo toque insuportável do meu despertador.

Após alguns minutos enrolando na cama me levanto para fazer minha higiene matinal e me arrumar para trabalhar. Coloco minha roupa social para o trabalho e vou em direção ao quarto da minha filha que está dormindo como um anjo. Sorrio a olhando encostada na porta e logo me aproximo deixando um beijo em sua testa.

Hoje me sinto mais disposta pois Becca dormiu, sim, ela dormiu sozinha! Não foi para minha cama de madrugada chorando e isso aconteceu pela primeira vez depois de meses. Um milagre com toda certeza.

Saio do quarto da pequena e ligo para Jisso, que irá ficar com ela hoje. A mais velha informa que está chegando então vou em direção a porta da minha casa depois de pegar minha bolsa e chaves e a abro, me assustando com Jisso na porta que se assusta também.

- Ai caralho mulher! quer me matar de susto!? - exclama Jisso colocando a mão em seu coração, reviro os olhos e rio da mulher. Jisso é minha segunda irmã, irmã de coração, ela tem estado comigo assim como Jennie, completamente presente na vida de Rebecca e a considerando sobrinha. Só tenho agradecer a ela, Jennie e Nop, os três foram a minha base para eu não desistir de viver, antes mesmo de ter Rebecca.

- Oi Jisso - sorrio em sua direção. - a casa é sua - lanço uma piscadela para ela que agora sorri e entra na casa após me dar um beijo no rosto. Sinto suas mãos me empurrando por trás para fora da minha casa.
- Já que a casa é minha agora, saia, saia - brinca me fazendo gargalhar e negar com a cabeça. Me despeço dela e sigo meu caminho para meu trabalho, que fica bem longe.

JISSO'S POV

- Está com fome pirralha? - beijo a tempora da menina que brinca com meu celular. Seu rosto está com um semblante cansado, provavelmente por ter acordado agora a pouco. Becca balança a cabeca indicando que sim, então me levanto.

- Vou fazer algo para você comer, okay? fique aí - aviso a pequena que não responde pois está concentrada no meu celular. Dou de ombros e vou para cozinha.

Após alguns minutos preparando panquecas para mim e Becca comermos, escuto a pequena chorar, largo o prato que estava em minhas mãos e corro em direção a Rebecca que está chorando compulsivamente no sofá. Meu celular está jogado no mesmo e ela está sentada com os joelhos apoiando seu queixo e seu braços que estão em volta do rosto.

Me aproximo da pequena e sinto meus olhos encherem de lágrimas, céus, o que faço? eu nunca presenteei nenhuma crise dela sozinha.

- Becca? - sento ao seu lado e o choro parece não parar. Pego meu celular ligando para Mon e mandando mensagem várias vezes. Até que quando eu estava para desistir e levar minha sobrinha ao hospital Mon atende o telefone.
- MON! - grito já desesperada pois o choro de Rebecca se intensifica. Acaricio seus cabelos enquanto estou na linha com Mon.
- Mon por favor, Becca está tendo uma crise o que faço? - pergunto sentindo lágrimas caírem pelo meu rosto enquanto olho para minha pequena. Mon responde nervosa para mim que iria ligar para Sam e que eu a levasse para o médico, pois seria melhor agora resolver com especialistas.

Antes mesmo de me despedir de Mon larguei o celular sobre o sofá e fui atrás da bolsa de Becca, verifiquei seus documentos que já estavam dentro e está tudo okay para ir ao hospital. Pego um casaco e a sandália preferida da pequena depressa colocando tudo na mochila e indo em direção a menina que continua chorar sem parar.

Enquanto faço tudo isso tento conter as lágrimas que insistem em cair em meu rosto e pego Becca em meu colo com a mochila da mesma em meu ombro. Pego meu celular e a chave do meu carro em cima da mesa.

Abro a porta com Becca grudada em mim enquanto ainda chorava e agora tremia, saio e tranco a porta andando em passos largos até meu carro.

[...]

Quando estaciono o carro em frente ao hospital e tiro meu sinto depressa para tirar Becca que continua a chorar e tremer, me assusto quando a porta do meu carro é aberta com velocidade.

Sam tira o cinto que prende Becca e a coloca no colo correndo para dentro do hospital em seguida. Pego a mochila da minha sobrinha e corro para dentro do hospital procurando por Sam.

POV'S SAM

Corro com uma Rebecca chorosa e atordoada em meus braços enquanto a mesma treme todo seu gélido corpo. Acaricio suas costas até chegar na sala de emergência, imediatamente Tee se assusta quando me vê chegar com Becca no colo mas age rapidamente e me ajuda a colocar a pequena sentada na cama do hospital.

- Becca - a chamo enquanto puxo a cadeira do hospital de acompanhante para sentar em sua frente, segura suas mãos que insistem em tremer e suar, faço um leve carinho com meus polegares por cima de suas mãos e a deixo chorar.

Meu coração está despedaçado, me sinto péssima assistindo isso tão de perto. Eu não deveria estar aqui, mas Tee me deu a liberdade de acompanha-la. Por mais que seria recomendado dar algum remédio para a pequena, apenas deixo que ela melhore só. É doloroso para Becca, mas eu não sairei daqui.

Quando seu choro cesa, me levanto e a abraço com cuidado. Ela passa os braços pelo meu pescoço e suas pernas pela minha cintura, e eu acaricio seu cabelo liso. Sei que eu não deveria abraça-la sem a permissão da Mon, mas é inevitável, meu coração está despedaçado.

Ouço uma notificação chegar pelo meu celular e coloco Becca que já está calma para pegar meu celular que está no bolso do meu Jaleco branco.

Mon aparece na porta com Tee atrás da mesma, que está com seus olhos inchados, provavelmente chorou pelo caminho até aqui. Mais uma vez sinto meu coração apertar, mas dessa vez por conta dela.

A chamo e ela vai até nós, pega na mão de Becca que está sentada de cabeça baixa. Tive que me afastar pois era um momento apenas delas, fui até a porta e fiquei junto a Tee, parada vendo as duas que permaneciam quietas. Mon acaricia o cabelo da pequena e afasta a franja dela dos olhos. Quando estou prestes a sair para deixar Tee fazer seu trabalho a mesma segura meu braço com cautela e pede em silêncio para que eu fique.

- Mon, irei fazer os procedimentos necessários nela e logo Rebecca poderá ir para casa, tudo bem? - Avisa Tee após alguns minutos de silêncio na sala, ela se aproxima de Rebecca que primeiro fica relutante para deixar que a examine, mas que após olhar para mim e buscar alguma resposta minha sobre a mulher e eu balançar a cabeça concordando, deixa a mulher dos cabelos curtos a examinar.

Dois Amores - MonsamOnde histórias criam vida. Descubra agora