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Acordei por volta de uma hora da tarde

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Acordei por volta de uma hora da tarde. O ar condicionado ainda estava ligado, mas não estava frio, o ambiente se encontrava bem fresco.

Bella ainda dormia, a deixei lá, pois deveria estar cansada. Ainda deitado, comecei a encarar o espelho, mais precisamente ela. Ela é tão linda... Me sentei na cama e fiquei a observando. Ela dormia tão lindamente... Sua camisa estava levantada, deixando à mostra sua peça íntima. Nem ousei ver ou bater o olho, a cobri no mesmo instante. Alisei sua cabeça e beijei seu cabelo.

Tentei fazer o mínimo de barulho possível para não acorda-la. Entrei no banheiro da minha suíte e fui fazer o que precisava. Escovei meu dente e fui tomar meu banho. Sou viciado em tomar banho, devo tomar uns 4/5 por dia.

Saí do quarto e entrei no quarto de Bill para ver se o mais novo acordara. Sua cama estava bagunçada e a luz do quarto estava acesa, então, já estava acordado. Fui para a cozinha e todos os meninos estavam lá.

Bill fizera um misto quente e estava entregando um prato com um para Georg, que estava sentado no chão juntamente com Gustav ao redor da mesa central, que não é própria pra comer e sim para colocar os pés. Nojento? Sim, nojento.

—— Bom dia, flor do dia! — Bill me cumprimentou animado, enquanto eu coçava os olhos por conta da luz solar que entrava através da sacada.

—— Bom dia, Tom. — Os G's me cumprimentaram em uníssono com a boca cheia.

—— Bom dia, para todos vocês. — Falei me apoiando na parede e cruzando os braços os observando.

—— Quer um pão, Tom? Acordamos tarde e o hotel parou de servir o café da manhã. — Bill diz rindo.

—— Mas vocês são muito dorminhocos mesmo... — Falei rindo.

—— Olha quem fala, você ainda acordou mais tarde que a gente. — Bill rebateu e nós rimos. — Vai querer o pão?

—— Por favor, maninho. — Digo sendo educado.

—— Olhaa, o querido acordou de bom humor... — Gustav falou enquanto bebia seu suco de laranja.

—— A noite deve ter sido boaa. — Georg falou em meio a gargalhadas, batendo o peito da mão na palma da outra por três vezes.

—— Ah, vão cagar, vocês aí. — Saí de minha posição rindo constrangido e ando até a geladeira. — Nada a ver. — Abri a geladeira, peguei a jarra de suco, coloquei sobre a bancada e abri um armário pegando um copo de vidro.

—— Mas eu vi que vocês dormiram abraçadinhos. — Bill disse e eu o encarei. — Eu entrei no quarto de madrugada pra pegar um negócio no seu quarto e vocês estavam abraçados. — Fala rindo.

—— O Tom é muito emocionado. — Gustav ri, colocando o último pedaço de pão em sua boca e Bill me entrega o meu.

—— Não, mas tipo, falando sério mesmo, mané, — Digo enchendo meu copo com suco. — Ela é diferente das outras... — Dou um gole na bebida. Logo que digo isso, os meninos se entreolham e começam a rir ao mesmo tempo. — Cala boca, aí. Para de rir, ela vai acordar.

—— Tom, poupe-nos. Você fala isso de todas. Ela é só mais uma. Tom não consegue ficar sozinho. — Georg fala rindo e nenhum outro ri, todos ficam sérios e Georg fica constrangido.

—— Nada a ver, Georg. — Bill me defende e balança seu dedo indicador negativamente. — A única menina para quem Tom disse isso foi a Heike. Que você sabe que é passado. Você não é novo no grupo e sabe de tudo que aconteceu. Inclusive, você era um dos que estavam lá, ajudando seu amigo. — Aponta para mim. — Voce tá sendo um tremendo idiota falando isso, você sabe o que causa no Tom essas lembranças. É melhor você ficar na sua. Não tô afim de discutir com um amigão véspera de show. Você faz uns comentários muito desnecessários... — Fala irritado virando os olhos, fazendo diversos gestos com as mãos.

Bill sabe o que essas lembranças causam em mim, por isso da sua reação. Senti meus olhos encherem de lágrimas. Eu não podia piscar, porque senão a lágrima caia e eu não gosto de demonstrar meus sentimentos para qualquer pessoa que não seja o Bill. Saí do ambiente que eles estavam e fui para o banheiro de Bill, já que Bella estava no meu quarto e eu não queria acorda-la, e o outro os meninos poderiam querer usar.

Debrucei minhas mãos sobre a pia e comecei a me encarar no enorme espelho que havia em seu banheiro. Não aguentei e cai em choro. Apoiei meus cotovelos no mármore preto e tampei minha cara com minhas mãos. Por que ? Por que eu estou chorando tanto ? Por que isso sempre acontece comigo ? Desabei, mas sem fazer sons.

—— Tom, você tá legal ? — Bill bate na porta e me pergunta e não obtém resposta. — Abre aqui, deixa eu falar com você... — Abro a porta.

No mesmo instante que vejo Bill, o abraço. Um abraço apertado e aconchegante. Ficamos um tempo sem falar qualquer coisa.

—— Relaxa, Tom. Todas aquelas coisas já passaram! Você tá bem agora! — Bill pega em meu rosto com as duas mãos e encara meus olhos até o fundo de minha alma.

—— Por que eu sou tão sozinho assim? Será que ninguém vai gostar de mim? — Pergunto em choro.

—— Tom, eu AMO você. Mamãe AMA você! Você tá seguro.

Eu não estou triste pelo fato daquela decepção amorosa, mas sim pelo o que eu passei depois de um tempo por causa da decepção.

Eu fiquei quieto durante toda esta conversa. Sim, eu já me apaixonei, e foi pela Heike, uma menina alemã, com quem eu estudei no fundamental.

Eu era muito novo ainda para amar alguém! Não era maduro o suficiente! Mas com esse "relacionamento" que tive com ela e com outras mulheres me ajudaram muito a amadurecer. Mudou muito a forma de eu enxergar o mundo e as pessoas. Foi uma decepção amorosa da porra! Mas eu tinha que passar por isso... Essa desilusão mexeu MUITO comigo! E acaba que para algumas coisas, situações em específico, eu travo, não sei o que fazer, porque dá gatilho para diversas coisas. Inclusive, teve uma época que fui diagnosticado com depressão... Eu tinha dezesseis anos. DEZESSEIS ANOS! Eu fiquei MUITO mal, até me afastei da banda e cheguei a pensar em coisas absurdas... Tudo é muito recente ainda... Mas os meninos, principalmente Bill e nossa mãe, me ajudaram, sou muito grato a eles por isso!

Eu já superei o que aconteceu entre mim e a Heike, mas sempre que falam sobre essa época, me deixa muito mal! Eu lembro de tudo que eu passei... depressão, ansiedade, crises existenciais, crises de pânico... foi o PIOR ano da minha vida! Bill sabe o QUANTO isso mexe comigo, por isso ele reagiu daquela forma. Georg foi um babaca de tocar nesse assunto. Ele sabe que isso me machuca...

Tenho certeza que vou ficar sensível o dia inteiro. Odeio isso, odeio me sentir insuficiente, pqp.

A Bella me ajuda MUITO também! Eu sinto um conforto ENORME perto dela. Eu amo sentir o cheiro dela, o abraço dela, o beijo dela, a voz dela, tudo isso me causa uma calma, um aconchego...

Sei que posso parecer meio emocionado, porque a conheci esses dias. Mas ela me causa um sentimento diferente, algo que nunca senti por ninguém, nem pela Heike...

Me arrependo MUITO de ter acelerado as coisas! Não tinha idade, tampouco psicológico para namorar uma menina com 14/15 anos!

—— Eu também te amo, Bill! — Falo em meio a choros.

—— Tá melhor ? — Me pergunta.

—— Na medida do possível, sim...

Logo em seguida fui para o meu quarto. Bella ainda dormia, como uma princesa. Resolvi me deitar junto a ela novamente.

Ela estava encolhidinha, como uma bolinha. E eu deitei por volta dela. O cheiro dela me traz calma... Ela não precisou falar nada pra mim e eu já me senti bem melhor!

Skater Boy | TOM KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora