Capítulo nove

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Mina estava deitada enquanto olhava quadradinhos imaginários na parede

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Mina estava deitada enquanto olhava quadradinhos imaginários na parede. Sim, o tédio a estava matando, porém, não mais do que a curiosidade sobre Son Chaeyoung.

A garota era grosseira, seca, fria, contudo, se ofereceu em ajudar Mina. Ela também já fora gentil, mesmo sem perceber. A maior só queria entender aquela mulher. Por que ela ajudaria alguém gratuitamente?

Chaeyoung jamais se envolvera com alguém daquela cadeia, de acordo com Nay. Então por que diria a todas que estava com Mina? Para sua única proteção? Muito estranho.

Chaeyoung a havia beijado, um selinho, na frente de todas. Aqueles lábios rosados e tão beijáveis, junto com aquele olhar intenso que derreteria qualquer iceberg... Não! Ela não deveria pensar nisso, se repreendeu.

O barulho de sua cela sendo aberta a fez respirar fundo. A merda aconteceria, se tivesse que acontecer.

— Olá, novata. — O sorriso rancoroso no rosto de Bora fez Mina sentir um frio cortar toda a sua espinha.

— Myoui Mina. — A voz da guarda fez Mina a olhar. Era Heo.

— Sim? — Mina perguntou baixo antes de fitar Bora. Seus olhos a fitavam ansiosamente, à espera daquela guarda sair para acertar contas. O nariz da garota estava enfaixado e ela tinha um olho roxo.

— Arrume seus pertences que em menos de dois minutos volto aqui. — Ela disse e Mina assentiu confusa, apesar de não ter quase nada. Alguns itens de higiene pessoal e suas roupas íntimas.

— Quebraram meu nariz, sua vadia. — Bora disse irritada assim que Younggi saiu. — Vou esperar Heo fazer seja lá o que for aqui nessa inspeção de cela e esta noite você me paga. Son verá quem manda nessa merda. — Mina sequer a olhou, o medo circulava em cada canto de suas veias.

— Eu sinto muito por seu nariz. — Mina disse baixo, se sentando e arrumando suas coisas no canto de sua cama.

— Ah, com certeza não sente, sua vadia. — Bora disse cruzando os braços. — Não mandei se sentar. Levanta! — Impôs e Mina obedeceu. — Chaeyoung deveria saber que você só está com ela por interesse, mas deveria ter escolhido melhor, boneca, sou eu quem tenho todas as guardas compradas.

— Nem todas. — A voz de Heo soou firme e Bora a olhou assustada. — Myoui, pegue suas coisas e me acompanhe.

— Não quis dizer que as compro de verdade, senhora. São todas mulheres integras. — Bora disse colocando as mãos para trás e Younggi manteve sua expressão imparcial quando Mina saiu da cela.

— Eu sei bem o que você quis dizer e não se preocupe, porque cada mulher integra dessas que você citou terão sua vez na hora certa. — Falou, erguendo um braço, fazendo a policial que tinha os comandos a ver pela câmera de segurança e voltar a fechar a cela.

— Aonde ela vai? — Bora perguntou confusa.

— Não é da sua conta. Cuide de suas coisas. — Younggi disse impassível. — Por aqui, Myoui.

Caminharam duas celas, até pararem de frente com a cela que Mina conhecia muito bem.

— Espero que nessa você não arranje problemas. — Younggi disse. — Elas duas sempre arranjam problemas uma com a outra e por isso foram colocadas em celas separadas. Com Bora você não vem dando certo, vejamos com Chaeyoung. — Falou, abrindo a cela. Mina entrou no ambiente antes da cela voltar a se fechar.

— Obrigada, Young. — Chaeyoung disse e Younggi sorriu.

— Juízo, garotas. — Ela disse, se afastando dali.

Mina olhou confusa para Chaeyoung antes de colocar suas coisas em seus devidos lugares.

— Você... A subornou? — Mina perguntou confusa e Chaeyoung riu.

— Uma mulher nunca revela seus truques. — Chaeyoung falou e Mina assentiu.

— Eu posso, huh, me deitar? — Mina perguntou e Chaeyoung franziu o cenho.

— Não precisa de uma autorização minha para isso, Myoui. — Son falou e Mina riu fraco.

— É que a Bora as vezes...

— Não sou ela. — Chaeyoung disse seriamente e Mina a fitou novamente.

— Claro, me desculpe. — Pediu, se deitando em sua cama. Seu cérebro voltou a divagar.

— Ela já estava na cela? — A voz de Chaeyoung soou e alguns segundos depois as luzes se apagaram.

— Estava.

— Ela te machucou?

— Não.

— Hm. — Respondeu com frieza novamente, deixando o silêncio se instaurar no local.

— Por que ficava me olhando tanto quando cheguei? — Mina perguntou. Droga! Era sempre tão estúpida? Pensou.

— Não te interessa. — Chaeyoung disse e, para a sua surpresa, Mina riu.

— Por que sempre é tão rude comigo?

— Você é sempre idiota ao ponto de ficar insistindo em falar com alguém que claramente não quer conversar com você? — Chaeyoung perguntou, colocando a cabeça para fora do beliche, apenas para ver Mina a fitar da cama de baixo.

— E você é sempre a protetora das novatas que claramente não pediram por sua ajuda? — Mina rebateu e Chaeyoung bufou.

— Eu sabia que isso seria um erro. — Chaeyoung disse boquiaberta. — Amanhã pedirei à Younggi que te mande de volta. Direi a todos que você está livre e você que se acerte com Bora. Já me meti em problemas demais para ouvir esse tipo de coisa. — Chaeyoung falou, se deitando bruscamente.

— Não, por favor... — Mina pediu rapidamente, se levantando para poder ver o rosto da outra garota. — Eu não quis dizer que não sou grata... — Mina se corrigiu. — Só quis dizer que você começou a me ajudar do nada e nunca me disse o por quê, mas vive me tratando como se não gostasse de mim. — Ela disse em suspirou. — Isso só me deixa... confusa.

Chaeyoung a fitou antes de se apoiar em seu cotovelo e voltar a falar.

— Preste muita atenção no que vou dizer: Não somos amigas, não somos nada. Eu te ajudei e você deve ficar agradecida, nada mais. — Ela falou friamente. — Sem amizade, sem sorrisos, sem conversas sobre nossas vidas, sem perguntas. Ficou claro? — Mina assentiu encolhendo seus ombros antes de voltar a se deitar.

— Claríssimo. — A maior respondeu. Pelo menos poderia dormir em paz, sabendo que não teria uma Bora para tentar pular em cima dela durante a noite. Seus olhos se fecharam, porém sua mente se concentrava em um único pensamento:

Viveriam por um longo tempo sob o mesmo teto, no entanto, Chaeyoung se negava a conversar com ela. Mina não sabia o que era pior: Estar sozinha em uma cela, sem ninguém para conversar por meses ou anos, ou estar em uma cela com uma pessoa que gostaria muito de conversar, porém não podia.

Presa Por Acaso | MiChaengOnde histórias criam vida. Descubra agora