Presa Por Acaso | MiChaeng

Capítulo vinte

— Son! — A voz firme da policial loira fez Chaeyoung se virar para trás e limpar a garganta, se cobrindo com a parte de cima do uniforme que precisou se abaixar para pegar do chão.

— Pois não? — Perguntou, vendo a policial negar com a cabeça.

— Nada. Não quero esse tipo de atividade durante o dia. Se quiserem fazer isso durante a noite o problema é de vocês. — A policial disse e Chaeyoung assentiu. — Se eu voltar aqui e ver vocês assim terão problemas. — Alertou, puxando o lençol das grades e o fazendo cair no chão antes de sumir de vista.

— Essa foi por pouco. — Chaeyoung sussurrou e Mina riu, assentindo.

— Eu quase me borrei de medo. — Mina confessou, porém seus olhos pararam na região abaixo dos seios se Chaeyoung pois dava para ver de lado. Estava sangrando.

— O que foi? — Chaeyoung perguntou e Mina puxou sua blusa para o lado, analisando a ferida com olhos preocupados.

— O que foi isso? — Perguntou e Chaeyoung abaixou a vista, encontrando o pequeno ferimento.

— Esse sangue deve estar seco já. Me machuquei hoje pela manhã naquela porcaria de jogo. — Chaeyoung falou e Mina se levantou, pegando algodão, Band-Aid e pomada que havia levado para a sua cela como brinde por estar na enfermaria.

— Já falei para tomar cuidado nesse jogo. Elas são muito brutas, Chaeng. — Mina falou, molhando o algodão no lavatório antes de se aproximar de Chaeyoung e deslizar o mesmo sobre sua pele.

— Você abandonou meu time. — Chaeyoung falou fingindo ressentimento. — Estou com uma jogadora a menos agora.

— Não sirvo para jogar. — Mina falou, cuidando do ferimento antes de correr os olhos pelo corpo de Chaeyoung a procura de mais. Encontrou outro em suas costas e a virou de costas para ela, jogando seus cabelos para frente e se levantando para molhar outro pedaço de algodão. — Aquelas garotas te machucaram aqui em cima como?

— Não faço ideia. — Chaeyoung respondeu rindo, segurando a camisa na frente dos seios enquanto sentia o algodão deslizar por sua pele. — O chão não é limpinho igual em todos os lugares. Há pontas de concreto tortas também, talvez quando eu caí tenha me machucado.

— Tome cuidado, por favor. — Mina pediu preocupada e Chaeyoung assentiu, sentindo Mina parar o que fazia e suspirar. Ela sentiu as pontas dos dedos de Mina percorrerem sua pele desnuda e instantaneamente se arrepiou.

Os lábios de Mina tocaram a pele quente de suas costas, começando a distribuir mansos beijos ao longo da extensão até finalmente apoiar o queixo em seu ombro e envolver seus braços na cintura da garota.

— Eu senti sua falta essa semana. — Mina confessou, percebendo que Chaeyoung havia engolido em seco. — Não se afaste assim de novo, Chaeng, por favor.

— Eu não vou. — Chaeyoung respondeu, se esquivando de Mina apenas para sentir novamente o deslizar dos dedos em suas costas, fazendo-a fechar os olhos para manter o autocontrole.

— Obrigada por hoje. — Mina disse, deslumbrada conforme sentia a pele macia sob seu toque.

— De nada. — Chaeyoung respondeu, controlando novamente sua respiração ao sentir os lábios de Mina tocarem sua nuca vagarosamente. — Pare, Mina... —Chaeyoung pediu com fraqueza na voz.

— Eu senti mesmo a sua falta... — Mina falou e Chaeyoung se esquivou dela, vestindo a camisa as pressas sem sutiã mesmo.

— Você já disse isso. — Chaeyoung falou ao se virar de frente para Mina e a maior se aproximou, porém Chaeyoung se levantou.

— Eu sei que você também se sente atraída por mim, então para que ficar fugindo? — Mina perguntou e Chaeyoung se encostou na parede.

— Não estou fugindo, mas uma policial meio que nos proibiu de qualquer coisas de dia. Não estou afim de problemas. — Chaeyoung falou e Mina assentiu, se levantando para ficar de frente para ela.

— Nos proibiu de transar, não nos beijarmos. — Mina falou e Chaeyoung riu.

— Eu devo beijar muito bem mesmo, para você estar desesperada assim. — Chaeyoung falou sorrindo prepotente e Mina franziu os olhos.

— idiota. — Resmungou. — Não quero mais também. Fique aí com seu egocentrismo e narcisismo. — Mina reclamou, no entanto, quando estava prestes a sair da cela, sentiu uma mão de Chaeyoung tocar seu pulso, puxando-a para seus braços.

— Ah, não minta! — Chaeyoung falou, colando ainda mais os corpos. — Você e eu sabemos que você quer sim. — Seus lábios roçaram nos de Mina antes da maior suspirar.

— E você e eu também sabemos que você também quer. — Mina falou sorrindo de forma contida. — Então que tal você só me beijar e ambas calarmos a boca?

— Certo. — Chaeyoung falou, rindo baixinho antes de se inclinar ligeiramente e beijar Mina. O toque singelo fez ambas suspirarem e então a maior se aconchegou mais nos braços de Chaeyoung, deixando sua língua deslizar pela da outra garota.

— Hmm... — Mina murmurou antes de depositar um selinho em Chaeyoung. — Que beijo gostoso. — Falou sorrindo contra seus lábios e Chaeyoung riu, corando levemente.

— Sabe que às vezes eu gostaria de te falar as coisas? — Chaeyoung comentou, levando uma mão até as mechas de Mina, colocando-as atrás da orelha da maior. — Não tem nada demais em te falar, mas...

— Então me fala. — Mina pediu e Chaeyoung riu.

— Eu não queria te contar para não quebrar a barreira entre nós, mas parece que você se infiltrou, hm? — Chaeyoung disse rindo e Mina assentiu.

— Sim. — Mina disse e Chaeyoung umedeceu os lábios. — Por favor, me conta algo... Sou muito curiosa. — A menor riu e assentiu.

— Bem, eu posso te contar da primeira vez que te vi, que tal? — Sugeriu e Mina balançou a cabeça positivamente de uma maneira frenética. — Se eu te disser que não foi nesse estado você acreditaria? — Chaeyoung perguntou e Mina assentiu.

— Eu viajava bastante alguns anos atrás, então não seria difícil. — Mina disse, deitando sua cabeça no ombro de Chaeyoung.

— Foi na praia. — Chaeyoung disse olhando para um ponto distante, como se puxasse de sua memória uma antiga lembrança. — E você estava tão maravilhosa.

— Quem te vê com aquela cara emburrada lá fora jamais acreditaria em você me dizendo coisas assim. — Mina falou rindo e Chaeyoung suspirou.

— Vai me deixar contar ou não? — Chaeyoung perguntou e Mina assentiu.

— Desculpe. — Mina se retratou. — É que estou feliz. — Chaeyoung arqueou uma sobrancelha e a fitou nos olhos.

— Eu imagino. Conversar com sua...

— Não é só por isso. — Mina disse. — Você voltou a falar comigo e eu não sabia o quanto você poderia fazer falta. — Explicou. — Eu gosto de ficar assim com você, Chaeng.

— Eu também gosto. — Chaeyoung confessou, vendo Mina envolver os dois braços em torno de seu pescoço.

— Agora conta... — Mina pediu e Chaeyoung riu, assentindo.

— Sem interrupções? — Chaeyoung indagou, sentindo Mina fitar seus lábios antes de dar-lhe um beijo casto.

— Pronto. Agora sim sem interrupções. — Mina disse e Chaeyoung assentiu.

Não faria mal contar aquilo à Mina, até porque não tinha nada a ver com o que ela deveria manter segredo, porém ela sabia que aos poucos Mina ia desvendando ela. Precisava tomar cuidado, porque algo que acontecera alguns anos atrás para seu benefício poderia acarretar em grandes problemas se descobrissem.