Capítulo vinte e cinco

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Mina sentia seu mundo cinza, desmoronando, doloroso

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Mina sentia seu mundo cinza, desmoronando, doloroso. Uma dor dilacerante inundava seu peito e ela estava decidida a acabar com aquilo.

Foi então que ela notou a presença de alguém, porém quando se virou não havia ninguém, apenas um lindo arranjo de flores ao seu lado. Ela olhou em volta e não viu sinal de vida, apenas seu segurança conversando com a moça que vendia flores. Eles pareciam estar discutindo, mas Mina desviou a atenção para pegar as flores, inalando o perfume delas.

Era o arranjo mais lindo que já havia recebido em toda a sua vida. Ela notou que havia um bilhete e o abriu, notando uma letra delicada varrendo as linhas do papel branco.

"Eu nem sequer te conheço, mas sua dor me contagia, me assassina, me corrompe e talvez doa em mim tanto quanto em você.

Não a conhecia? Se perguntou, achando fofo a primeira parte do bilhete grande, voltando seus olhos para a leitura.

Sei que se está aqui é porque provavelmente perdeu alguém próximo, tendo em vista a forma dolorosa como está chorando.

Ela voltou a olhar em volta, se perguntando se alguém a observava.

Eu sei que você não sabe, mas você me salvou sem nem saber quem eu era, e sei que isso não se compara com o que fez por mim, porém eu gostaria de retribuir. Obrigada por ter espalhado seu brilho em meu mundo, agora você pode se sentir apagada, mas sei que em algum lugar aí dentro sua luz ainda está. Eu ainda a vejo.

Um sorriso triste nasceu nos lábios da japonesa e um suspiro doloroso se esvaiu de seus pulmões.

Trago essas rosas em sinal de meu respeito e gratidão, não pelo luto. Por ele te ofereço um abraço. Com carinho de alguém que sabe o quanto você vale."

Os olhos avermelhados olharam em volta confusa. No bilhete dizia que a pessoa oferecia um abraço, mas não havia ninguém ali. Ela viu que o selo das flores era igual aos da moça que discutia com o segurança. Decidida, ela se levantou e foi até ela no intuito de perguntá-la se ela vira quem lhe entregara as flores, mas o timbre ríspido do segurança com a moça a fez se enfurecer.

— O que está acontecendo aqui? — Mina indagou e o rapaz lhe fitou.

— Essa moça está vendendo flores sem a permissão do...

— Essa moça não está fazendo nada de errado. Deixe-a! — Mina exasperou sem jamais fitar a garota.

— Mas tenho ordens para...

— Para calar essa boca e me obedecer, a menos que queira ser demitido! — Mina disse irritada, tendo seu buquê ainda em sua mão. — Meu pai morreu... — A garota baixinha arregalou os olhos com a notícia, vendo a maior quase voltar a chorar, porém se manteve firme. — E você pensando nisso? Por Deus, dê o fora daqui e não volte a importunar essa garota. — O homem suspirou e assentiu, sumindo dali.

Ela estava pronta para virar para a garota e perguntar sobre as flores, enquanto a menor estava pronta para dar os pêsames e agradecer, porém o celular da maior tocou e ela atendeu, começando a chorar novamente ao conversar com alguém próximo. Ela saiu dali para prosseguir a conversa e Chaeyoung deixou morrer o "Sinto muito por seu pai." Em sua garganta, vendo a silhueta da mais nova se afastar.

— Você pode não ter visto pelo meu ângulo, Chaeyoung, mas naquele dia quem me salvou foi você. — Mina disse, deixando seu polegar arrumar a sobrancelha bagunçada de Chaeyoung.

— Te salvei como?

— Eu estava meio cega de dor e estava a ponto de cometer uma loucura. — Mina confessou. — Ainda tinha minha mãe... Não sei, eu não raciocinava direito, mas você me fez lembrar que meu pai gostaria que eu fizesse algo de bom no mundo. Como faria se tirasse a minha vida? Não sei se fui útil de lá para cá, mas...

— Você ter ficado viva fez minha vida ter mais alegria e você não faz ideia do quanto minhas palavras são verdadeiras, Minari...

— O que ainda esconde de mim, hm? — Mina perguntou ao ver o desespero no tom de voz de Chaeyoung.

— Quanto mais eu digo, mais frágil me sinto... — Chaeyoung confessou e Mina encostou seus lábios nos dela demoradamente, porém com toda a doçura de si.

— Não precisa ter medo de me dizer as coisas... Eu jamais faria algo para te magoar ou prejudicar, Chaeyoung. Ainda mais agora, após saber que aquelas flores vieram de você. — Mina disse baixo e encostou sua testa na de Chaeyoung.

— Você é tão importante para mim... — Chaeyoung confessou, fazendo Mina sentir seu estômago se revirar e uma enorme felicidade ser irradiada de seu interior.

— Não deveria me ver como heroína de sua vida pelas pequenas coisas que me contou que fiz, Chaeng. — Mina disse.

— As enormes coisas que você fez por mim não se comparam com a maior de todas, a parte que não te disse... — Chaeyoung falou. — Você já fez mais por mim do que qualquer outra pessoa do mundo e sabe qual é a parte mais linda?

— Qual?

— Você sequer me conhecia. — Chaeyoung falou e Mina projetou um sorriso tímido em seus lábios.

— Eu pensava em suas palavras sem saber que era você. — Mina disse rindo. — O quão irônico o universo pode ser nos fazendo conhecer uma a outra anos mais tarde, hm?

— Irônico a ponto de nos colocar sob o mesmo teto. Sua teimosia ajudou também nisso... — Chaeyoung disse rindo e Mina fingiu desapontamento.

— Como ousa? — Indagou. — Você que ficava me olhando paralisada, oras. Culpe seus olhos então.

— Por quê?

— Porque você me secava com o olhar e eu comecei a prestar muito atenção em você por causa disso. Você me deixa intrigada... — Mina disse, arrastando os dentes pelo lábio inferior de Chaeyoung.

— Você foi admirada por mim por anos, como queria que eu não te olhasse? Céus, eu queria pular um cima de você e te pedir um autógrafo, perguntar se estava bem, mencionar que você estava trezentas vezes mais linda do que eu me lembrava...

— Uau... Alguém está deixando a máscara de durona cair por completo. — Mina disse rindo e Chaeyoung suspirou, analisando o rosto delicado em frente ao seu.

— Eu nunca quis te esconder as coisas, mas... É preciso.

— Por quê? Não confia que possa guardar um segredo? — Mina indagou curiosamente.

— Confiaria qualquer coisa em suas mãos. — Chaeyoung disse, lhe olhando com adoração. — E é exatamente por isso que aos pouquinhos estou te contando as coisas.

— Não tenho pressa então. — Mina falou, se aconchegando mais nos braços de Chaeyoung. — Desde que eu tenha você para dormir comigo eu realmente não tenho pressa.

— Quem sair primeiro dessa prisão leva a outra na mala, tudo bem? — Chaeyoung perguntou rindo e Mina assentiu.

— Combinado. — Mina disse sorrindo, sentindo os lábios macios de Chaeyoung voltarem a se encontrar com os seus.

O gosto da paixão parecia tão bom que ela não ousaria desperdiçar.

Presa Por Acaso | MiChaengOnde histórias criam vida. Descubra agora