Capítulo cinco

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— Hey

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— Hey... — A voz fina de Nay tirou Mina de seus devaneios. — Posso me sentar? — A garota perguntou gentilmente e Mina assentiu.

— Obrigada por ont...

— Shiiiiu... — Nay sussurrou, olhando em volta. — Não cite jamais, nunca, em hipótese alguma, que fui eu que comecei com aquilo.

— Tudo bem, mas... obrigada. — Mina disse gentilmente e Nay assentiu sorrindo.

— Como você está? — Ela perguntou apontando para o curativo na testa de Mina e a mais nova iria responder, mas viu o momento onde Chaeyoung passou com sua bandeja de comida nas mãos e desacelerou o passo, como quisesse saber daquela informação.

Mina se calou, esperando ela passar e se surpreendeu quando a garota se sentou na mesa ao lado da dela. Seus olhos se encontraram com os da Chaeyoung e nenhuma das duas se atreveu a desviar o olhar, até Nay rir baixinho, soltando uma espécie de ronco junto, o que chamou a atenção de Mina.

— Estou bem, doeu para inferno ontem, mas já estou melhor. — Mina disse e Nay assentiu.

— Esta noite ela sai da detenção, o que fará? Aquela barulheira da noite passada não poderá se repetir, seria suspeito. — Nay disse apenada e Mina sorriu-lhe fraco.

— Não sei, na verdade. Ter o outro lado da testa estourado até eu desacordar? — Brincou sorrindo fraco.

— Não diga isso. — Nay disse tristemente e Mina suspirou.

— Se for para ser violentada eu prefiro que eu esteja desacordada do que ter a repugnante imagem daquela mulher em cima de mim. — Mina disse firmemente. — Não vou deixar que ela toque em mim.

— Ah, eu vou gritar, mas você não toca em mim. — A voz de Scarlett assustou Mina. A garota jogou sua bandeja sobre a mesa e sorriu. — Caramba, mulher. Eu virei a sua fã. Ninguém nunca desafiou Bora antes.

— Obrigada, huh, eu acho. — Mina disse confusa.

— Não fomos apresentadas, sou a Scar e você é a minha mais nova amiga. Você não tem opções, se não aceitar eu esmago seu crânio. — Disse, fazendo Mina arregalar os olhos. A risada alta e escandalosa de Scar chamou a atenção de várias pessoas. — Eu estou só brincando.

— Oh. — Mina disse ainda em estado de choque. — Eu me chamo Mina. — Ela disse, mas a figura de uma morena alta, com o maior dos sorrisos estampado em seu rosto, chamou a atenção de Mina.

Unicamente porque ela sorria para Chaeyoung. Será que...

— Você se deu mal pegando a mesma cela que ela. Aquela mulher é perigosa. — Mina suspirou, vendo Chaeyoung se levantar com a morena e sairem.

— Eu percebi.

— Nem a Son enfrenta ela, elas se evitam. — Scar disse, começando a comer sua maça. — Todos sabem que a Son ganharia ali, inclusive ambas, mas elas não se bicam, é como se fugissem de confusão. — Mina estranhou aquilo.

— Elas... costumam travar guerras inesquecíveis de olhares, hm? Para mostrar quem manda. — Mina disse e Nay riu baixinho, soltando outro ronco.

— Não. Elas sequer se olham, nenhuma invade o território da outra. — Chaeyoung praticamente expulsara Bora com o olhar no dia anterior no banheiro, pensou Mina ainda mais confusa.

Passaram o restante do tempo conversando e definitivamente Nay tinha razão, Scar era um amor de pessoa.

Mais tarde naquele mesmo dia, Mina se dirigia até o pátio no intervalo para tomar sol, porém sentiu seu corpo sendo puxado para trás e alguém tampar sua boca. Sua primeira reação foi se espernear, mas foi em vão.

— Calma aí que ninguém quer te machucar, é só uma conversa. — Mina ouviu alguém dizer, no entanto não conhecia aquela voz.

Deixou-se ser arrastada até o corredor das celas quando viu que não tinha mais forças para lutar. Quando seu corpo foi jogado dentro de uma das celas, seus olhos se arregalaram em surpresa. Son Chaeyoung estava deitada na cama de cima a olhando intensamente.

— Ela é magrela, mas tem força. — A morena, que agora Mina podia identificar ser a garota que sentara com Chaeyoung no horário da refeição, disse.

— Deixe-nos a sós, Tzuyu. — Chaeyoung disse e a morena assentiu, saindo da cela e ficando de vigia do lado de fora da mesma para ninguém incomodar, enquanto segurava a ponta do lençol que tampava a visão para dentro daquela cela.

— O que... o que quer? — Mina perguntou. A verdade era que ela se atrevia a encarar Chaeyoung enquanto estava longe, mas perto daquele jeito sentia-se intimidada.

Aquele castanho perfurante a desconcertava completamente. Será que era por ela encarar que estava ali? Deveria ter ouvido a policial Heo quando teve a chance.

— Você vai dizer a todos desse maldito lugar que você está comigo, que agora é minha mulher. Entendido? — A voz rouca soou firme, causando involuntariamente arrepios no corpo de Mina.

— Não sou sua mulher. Apanhei ontem de outra pessoa por ter esse mesmo pensamento e você pode mandar sua capacho entrar aqui agora mesmo e me arrebentar, mas você não vai tocar em mim. — Disse firmemente, nem sabendo de onde havia saído tanta coragem. Seu coração batia descompassado em seu peito, claro, acabara de se opor a algo que a pessoa que julgam ser a lider absoluta de tudo pediu.

Ela, certamente, não duraria até o fim dos seis meses. Seus pensamentos foram cortados quando ela viu a figura em sua frente pular da cama de cima no chão e se aproximar dela, que, sem perceber, deu dois passos para trás.

Suas costas tocaram a parede e seus olhos fitaram a garota mais baixa em sua frente, a centímetros de distância dela agora. Prendeu a respiração ante àquela aproximação.

— Eu acho que eu não fui clara o suficiente. Você vai dizer a todos, inclusive às suas amiguinhas, que agora é minha mulher. — Falou roucamente. — E em mulher de Son Chaeyoung, ninguém, preste atenção, ninguém toca. — Mina piscou confusa quando a outra se afastou.

— Você não vai tentar nad...

— Já pode dar o fora. — Chaeyoung disse friamente e Mina franziu o cenho. Chaeyoung disse que era para ela dizer...

Espere! Estaria, Son Chaeyoung, oferecendo proteção gratuita? Não teve tempo de perguntar, porque o toque para o banho soou, fazendo-a sair dali com um enorme ponto de interrogação em sua cabeça.

Presa Por Acaso | MiChaengOnde histórias criam vida. Descubra agora