Capítulo cinquenta e quatro

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Chaeyoung não sabia exatamente o que havia dado nela, entretanto, ver Mina sofrer nunca seria algo que ela fosse ver sem tentar fazer algo para ajudar

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Chaeyoung não sabia exatamente o que havia dado nela, entretanto, ver Mina sofrer nunca seria algo que ela fosse ver sem tentar fazer algo para ajudar. Era quase como se o estado de alerta que ela havia adotado nos últimos anos na cadeia se despertasse instantaneamente naquela situação.

Ela estava quase arrependida de estar ali parada atrás da cama de Sachiko. A mulher não dormia, estava fitando a parede exatamente como quando Mina havia entrado no quarto e, Chaeyoung só não desistiu porque precisava ao menos tentar.

— Uh... Com licença... — Usou seu tom mais doce, fazendo a mulher suspirar.

— Eu estou cheia de remédio. — A voz saiu mole, a língua ligeiramente dormente. – Não preciso de mais, por enquanto. — Falou sem emoção na voz. Chaeyoung mordeu o lábio inferior e se atreveu a dar a volta na cama, ficando de frente para a mulher, que ergueu demoradamente os cílios, levando os olhos de encontro aos de Chaeyoung.

— Eu não, uh... Não trabalho aqui. — Explicou, ganhando a atenção da mulher ali sentada. — Eu vim conversar com você, mas você parece cansada. Por que não dorme um pouco? — Sugeriu, vendo a mulher negar levemente.

— Eu tentei, mas eu não consigo. — Ela disse baixo, vendo Chaeyoung suspirar.

— Problemas com os sonhos? — Chaeyoung indagou e a mulher negou com a cabeça, sentindo os olhos pesados.

— Eu juro que eu queria dormir. — Explicou. — Qualquer coisa é melhor que minha realidade. — Disse, passando a mão pelo rosto. — Eu não sinto a minha língua direito. – Disse rindo tristemente. Chaeyoung mordeu o lábio inferior e se aproximou alguns passos.

— Posso, uh, te tocar? — Perguntou mansamente. — Sabe, para te ajudar a deitar. Sentada fica mais difícil do sono vir e acredito que você precise dormir, ao menos um pouquinho. — Os olhos castanhos da mulher analisaram Chaeyoung, assentindo mansamente antes de sentir a garota lhe acomodar sob as cobertas e se sentar ao seu lado.

— Você veio para tirar a dor? — A mulher perguntou e Chaeyoung franziu o cenho. Ela sabia que dizer coisas sem sentido às vezes era efeito da forte dosagem. Um riso amargurado saiu fraco por entre os lábios da mulher antes de suspirar. — Me sinto tão mole que não consigo nem fazer o que eu queria.

— E o que você queria fazer? — Chaeyoung perguntou, iniciando uma leve carícia no dorso da mão da mais velha.

— Chorar. — A mulher sussurrou, fitando Chaeyoung com os olhos quase fechados.

— É inevitável não sentir dor, só não é justo que você se culpe, uh? — Chaeyoung falou calmamente. — Que tal descansar? – Mudou de assunto, vendo a mulher assentir.

— Só um pouquinho. — Sachiko murmurou, fechando os olhos.

— Eu vou deixar você dormir tranquila, assim que acordar eu volto. — O aperto em sua mão a fez parar e voltar a fitar a mulher.

Presa Por Acaso | MiChaengOnde histórias criam vida. Descubra agora