— Estou ansiosa, sabe? Em pouquíssimos meses saio finalmente. — Nay comemorou e Mina sorriu, olhando em volta.
Elas estavam na mini-arquibancada onde apenas Chaeyoung se sentava enquanto a menor havia ido ao banheiro. O dia estava ensolarado e já fazia quase dois meses que a maior estava presa e quanto mais tempo ali, mais curiosa ela ficava sobre Chaeyoung, mas não a pressionaria.
— Você também deveria estar. Faltam quatro meses. — Nay disse sorrindo e Mina forçou um sorriso, assentindo.
— Estou, afinal verei minha sobrinha. — Mina disse, sorrindo, dessa vez, sinceramente.
— Olha só como nos olham. — Nay disse olhando em volta. — Como as rainhas do mundo. Céus! Eu nunca havia sentado aqui antes. — Falou animada e Mina riu. — Acho que ninguém daqui, na verdade. A única pessoa que sentava aqui era a ex-amiga de Chaeyoung. — Mina franziu o cenho.
—- Ex-amiga? — Mina perguntou confusa.
— Sim, a ex líder. — Nay explicou e Mina a olhou surpresa.
— Chaeyoung derrotou a própria amiga? — Mina perguntou e Nay deu de ombros.
— Não se surpreenda com algo assim, estamos na cadeia. — Nay disse, porém Mina ficou ainda mais intrigada. Chaeyoung dissera que não queria amigos aqui dentro. Seria culpa?
— Séria assim por quê? — Chaeyoung perguntou, fazendo Mina negar com a cabeça e sorrir fraco. A menor suspirou e subiu na mini-arquibancada, sentando-se ao seu lado. — Não ficou contente com o que fizemos mais cedo?
— Muito. Obrigada. — Mina disse, deitando a cabeça em seu ombro. — Eu estava com saudades de falar com ela.
— Falaram em um celular? — Nay perguntou chocada e Chaeyoung olhou em volta, verificando se não havia policiais por perto. — Vocês são doidas. Mina, você está prestes a sair, não deveria arriscar.
— Eu não deixaria ela levar a culpa. — Chaeyoung disse solenemente. — E é melhor não tocarmos nesse assunto, não quero dar brecha para alguém nos ouvir. — Avisou. — Olha só o que eu trouxe para nós. — Falou, retirando de baixo de sua blusa um cacho de uvas roxas.
— Como conseguiu? — Mina perguntou erguendo a cabeça, vendo Chaeyoung retirar uma uva do cacho e levar até a boca da maior.
— Sem perguntas. — Ela disse, dando um selinho em Mina assim que ela capturou a fruta entre seus dentes.
— Chata. — Mina disse rindo, mastigando e engolindo a fruta antes de passar dois braços ao redor do pescoço de Chaeyoung e apoiar seus seios no braço dela. — Mais uma. — Pediu, abrindo a boca e Chaeyoung riu, levando mais uma fruta até seus lábios.
A maior segurou a fruta entre seus dentes e a direcionou até a boca de Chaeyoung, fazendo a menor roubá-la e comê-la. Mina sorriu e pincelou seu nariz no de Chaeyoung antes de apoiar sua testa na dela.
— Me conta? — Mina insistiu e Chaeyoung sorriu, bufando antes de assentir.
— Eu tenho amizade com a tiazinha da cozinha. — Chaeyoung disse baixinho e Mina riu de uma forma nasalada antes de fechar os olhos e lhe dar um beijo casto.
— O mais bonito de tudo é que sem vocês nos falarem é possível ver o quão apaixonada vocês estão. — Nay disse suspirando e Mina, que acabara de capturar mais uma fruta entre seus lábios, começara a tossir incessantemente.
— Você está bem? — Chaeyoung perguntou e Mina assentiu, tossindo ainda mais.
— Foi só... — Ela tomou ar quando a tosse cessou. — A fruta. — Disfarçou.
— Uh, que bom. — Chaeyoung disse, vendo Nay sorrir em sua direção e logo corou. — Eu, uh, vou ali dentro ver se não...
— Certo. — Mina disse constrangida. — Eu vou ficar bem aqui com a Nay. — Chaeyoung assentiu e se levantou, entregando o cacho de uvas para Nay.
— Nos vemos. — Chaeyoung disse, incerta sobre beijar ou não Mina logo após Nay ter tocado em um assunto tão frágil.
— Certo. — Mina respondeu e Chaeyoung sorriu amarelo, se afastando. A maior soltou o ar de seus pulmões e enterrou o rosto em suas mãos.
— O que foi isso? — Nay indagou confusa e Mina negou com a cabeça.
— Não toque em assuntos como amor, paixão ou algo assim entre Chaeyoung e eu, Nay. — Mina pediu.
— Por quê? — Indagou confusa.
— Porque... Não posso dizer a ela como me sinto. Não vê que ela fugiu? Claramente ela não quer que nos envolvamos nisso de sentimento.
— Besteira! Vocês já estão envolvidas, só não tocam no assunto.
— Você acha que ela... — Mina mordeu o lábio inferior e Nay sorriu.
— Óbvio. — A ruiva respondeu apressadamente. — Deveriam aproveitar que sentem isso e falar uma com a outra. Não precisam se separar ou fazer aquele drama todo de "não deveríamos e blá-blá-blá.".
— Não é tão simples desse lado aqui da história. — Mina disse.
— É sim. Vocês só precisam falar, porque qualquer um que olha vê que estão irremediavelmente apaixonadas.
— Não precisamos falar então. Se qualquer um vê, então ela já deve ter notado também. Há coisas que não precisam ser ditas.
— Você sequer tinha certeza se era recíproco se eu não tivesse falado. — Nay alertou. — Ela deve se sentir igual. — A morena olhou em volta e suspirou.
— Aos poucos nós duas vamos conversando. — Mina disse e Nay sorriu.
— Você tinha razão, sabe? — a ruiva falou e Mina franziu o cenho.
— Em quê? — Indagou confusa.
— Em dizer que ela é boa. — Falou naturalmente. — Ela se esconde por trás da pinta de durona, mas tem um bom coração.
— Sim. — Mina disse, deixando um sorriso enorme rasgar seu rosto. — Ela tem..
— E é todo seu. — Nay falou e Mina a fitou.
— Eu acho que eu vou lá falar com ela. — Mina disse e foi Nay quem sorriu abertamente dessa vez.
— Sim! — a ruiva disse, batendo palminhas de excitação antes de um ruído escapar de si. — Droga de risada que estraga meus momentos. — Ela falou e Mina gargalhou.
— Eu te adoro, garota! — Mina falou ainda rindo e abraçou sua amiga.
— Agora vá lá e use esse mesmo entusiasmo para falar que está apaixonada.
— Eu não vou falar isso. — Mina disse rindo. — Digo, eu vou tentar, mas se eu ver que ela reage mal eu vou desistir.
— Certo. Boa sorte nisso e bom divertimento no acasalamento pós revelação. — Ela disse, piscando para a morena, que riu.
— Não iremos transar. — Mina disse, porém no fundo desejava que sim.
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Presa Por Acaso | MiChaeng
FanfictionCONCLUÍDA O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Myoui Mina não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para paga...