03. Ciúmes

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Baekhyun estava deitado no sofá da sala, seu corpo tremendo da cabeça aos pés por conta da febre. Enquanto isso, Chanyeol, que estava sentado na poltrona, de pernas cruzadas, lendo um livro, apenas o olhava de canto de olho, louco para dizer as famosas palavras "eu avisei", mas também preocupado com a situação.

O Park estava atento ao seu livro, mas vez ou outra espiava o garoto por cima das páginas amareladas. Já fazia três dias que o garoto estava febril, por isso se preocupava.

— Toma esse chá com mel para melhorar um pouco. — disse Kyungsoo, colocando o chá na mesa de centro e afastando as pernas do amigo para sentar no sofá — Se você não ficar minimamente melhor hoje, não vou mais deixar continuar tomando esses remédios em casa, vou te levar para um hospital.

— Não precisa, amigo. Eu tô bem. Só um resfriadinho. — disse, tendo uma crise de tosse, fazendo Kyungsoo revirar os olhos e Chanyeol soltar um riso anasalado, sem olhar para os dois garotos.

Baekhyun ajeitou-se no estofado para tomar o chá que o amigo havia feito, mas antes que pudesse pegar a caneca, viu seu celular tocar, arregalando os olhos.

— Mi padre… — estranhou, costumava trocar apenas mensagens com o mais velho, devido ao fuso horário — Hola papá. ¿Cómo estás? — perguntou, logo começando a ouvir os gritos de seu pai no telefone — ¿Enfermo? ¡No no! Estoy bien... ¿Mi novio te dijo que estoy enfermo? ¿Por correo electrónico? — sua expressão se tornou de raiva, olhando para Kyungsoo, que franziu o cenho e negou com a cabeça, e logo o olhar do garoto se direcionou a Chanyeol — ¿Qué tipo de correo electrónico papá?... ¿Un correo electrónico en inglés? — respirou fundo (ou quase isso devido a gripe), tendo certeza que aquele e-mail só podia ser do Park, o único entre os amigos que tinha inglês como segunda língua e também sabia que seu pai não entenderia coreano — ¡Pues papá aquí no tengo novio, mi único novio era Javier!... Está bien papá, te prometo que ya no iré a fiestas, solo me concentraré en mis estudios, en la universidad... Adiós, papá. También te amo.

Assim que desligou o telefone, Baekhyun levantou do sofá e puxou o livro das mãos de Chanyeol, dando vários tapas no mais velho.

— Qual é o seu problema? Quer tanto me ver longe de você que está implorando para meu pai me levar de volta para Barcelona?! — disse irritado, se afastando por ter outra crise de tosse.

— Eu não fiz nada, pirralho.

— Ah, pelo amor, Chanyeol. Você é o único que tem inglês como segunda língua, me trata como criança o suficiente para falar com o meu pai como se eu não soubesse cuidar de mim mesmo e se importa o suficiente na hora de escrever para saber que meu pai não fala coreano. — disse irritado, jogando o livro no colo do Park — Você é um merda, cara!

Os olhos do garoto se encheram de lágrimas e ele se afastou dos amigos, indo em direção a porta.

— Para onde você vai, Baekhyun? — perguntou Kyungsoo preocupado, vendo o amigo vestir um casaco e tênis por cima do pijama.

— Lejos de esta basura. Pau no cu do caralho. — disse, saindo porta afora sem que Kyungsoo pudesse dizer mais nada.

— Por que você fez isso? — Perguntou Kyungsoo, olhando irritado para o cunhado.

— Eu não fiz nada. — deu de ombros.

— Ah, não fode, Chanyeol. — respondeu bravo, cruzando os braços — Você sabe que mesmo com a ajuda que damos para o Baekhyun, quem mantém ele aqui, paga as contas dele, é o pai. Você sabe porque ele veio pra cá?! Sabia que o pai do Baekhyun se casou novamente? Sabia que a mãe dele não fala com ele desde o dia que ele decidiu ir para Barcelona com o pai? Esse é o único lugar que ele sente que ainda está entre família. Para de provocar ele, porque você não é criança!

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