Aemond
Quando o banquete se encerrou, após algumas danças de Helaena com Baela e mais alguns discursos sem sentidos, aos quais não prestei muita atenção, eventualmente eu estava desejando apenas ir para meus aposentos e tentar dormir, mesmo que eu provavelmente não conseguisse.
Saber que Lucerys estava ali, de verdade, depois de tanto tempo, era eufórico.
Eu tentava não levar isso muito para o lado sentimental, afinal não éramos mais crianças, eu não o conhecia mais, e mesmo assim, eu não conseguia evitar de ansiar por ele.
— Por favor irmão! — disse Helaena fazendo uma cara fofa, éramos bastante próximos, por sermos dois esquisitos para todos e isso tornava impossível negar algo a ela. — Não precisa beber, só vamos nos reunir escondidos para conversar e beber.
Isso vai ser tão ruim, pelos Deuses!
Ainda sim, aceitei ser arrastado pela minha irmã, que estava animada, como se estivesse indo fazer a pior das coisas proibidas. Claro que já éramos todos adultos e responsáveis por seus próprios atos, ainda sim, provavelmente não era aconselhável fazer isso com um bando de jovens, presos numa sala, bebendo.
Eu queria ler ou qualquer coisa que não me fizesse encarar Lucerys novamente, por hoje não, eu teria um surto.
— Ah, finalmente chegaram! — disse Baela rindo, quando adentramos a sala, estava meio escuro e todos estavam sentados na frente da lareira acesa, com garrafas de vinho e algumas coisas que pareciam doces. — Sentem-se!!
Eu me sentei, resignado, quase choramingando ao ver que estava na frente do Lucerys, seu cheiro era o melhor e quase me fez suspirar quando inspirei afim de conseguir mais do seu cheiro.
Eu não o encarei e apenas comi alguns doces, sem beber vinho, fiquei apenas absorvido em pensamento.
Para mim, era tão entediante essas festas, beber, conversar. Eu não tinha paciência.
— Ei, Lucerys — disse Aegon chamando atenção do alfa moreno, o que me fez o encarar sério. Se ele fosse falar alguma coisa para ele, eu o mataria. Por sorte, não era nada relacionado a mim. — Você ficou esse tempo todo em Dorne, diz que lá há muitas coisas misteriosas e que você é bem próximo do príncipe de lá, é verdade?
— Hum — Lucerys apenas assentiu, confirmando a pergunta de Aegon, involuntariamente, me senti cabisbaixo. — É bom lá, mais eu prefiro aqui.
— Você ficou bastante tempo lá para quem preferia aqui — disse Jacaerys de repente, empurrando de leve Lucerys, com um sorriso grande nos lábios. — Diga-nos sobre o príncipe, relataram que ele era a encarnação de um Deus de tão bonito.
Aegon quase engasgou e eu teria batido nele, se ele também não estivesse sofrendo com o rumo que a conversa tomou.
— O príncipe Maron Martel é... — começou a dizer Lucerys e eu o encarei, ele divagava sem expressão, parecendo entediado. — Um Dornese, você vai conhecê-lo e entender o que estou dizendo. Vai por mim, tudo que ele tem em beleza, ele tem em brutalidade.
— Isso é bom ou ruim? — perguntou Aegon confuso, assim como todos, afinal havia relatos que o Príncipe Martel era uma beldade, um indomável sedutor. — E como assim conhece-lo, Jacaerys?!
Revirei os olhos, me sentindo insatisfeito, eu não deveria ter vindo aqui. Só de lembrar dos boatos que havia sobre Lucerys e aquele príncipe, me deixava indisposto, irritado.
Eu não queria saber, entretanto era impossível não saber das conquistas que ambos fizeram, de matar inimigos juntos e quase morrerem juntos.
O gosto do doce ficou amargo em minha boca.
Deixei que Aegon os distraísse, com sua crise de ciúmes nada discreta, afinal apenas um cego como Jacaerys para não perceber os sentimentos envolvidos ali, porque mais Aegon não aceitaria nenhum cortejo, se não estivesse esperando por um, feito pelo idiota do Jacaerys?!
Há quem ache que alfas são mais inteligentes, sinceramente.
— Aemond — disse uma voz atrás de mim e eu parei no meio do corredor, surpreso. Não me virei, engolindo a seco. — Vamos conversar, por favor?
Eu me virei para ele e assenti, ele veio ao meu lado e começamos a caminhar pelo corredor, eu não sabia aonde ele iria, eu apenas gostaria de ir para a biblioteca. No fim, acabamos realmente na biblioteca, por que Lucerys parecia estar me seguindo, silencioso.
Ele queria conversar mais não abria a boca para isso, o que ele queria? Me irritar?!
— Desculpa pelo transtorno — disse Lucerys após um momento em silêncio, ainda estando ao meu lado no centro da biblioteca, eu apenas encarei a frente, sem querer me virar para si. — Se realmente não estiver disposto a casar agora....
— Você não quer casar comigo, é isso? — perguntei sério, me virando para si e o encarando irritado. Eu estava com vinte e um anos, ele estavam com dezenove, o que mais ele queria? Que eu estivesse a beira da velhice?! — Se não quer, apenas cancele o noivado e faça o que quer.
Aquelas palavras foram ásperas, tanto para mim que disse, quanto para ele que ouviu. O silêncio recaiu novamente e eu o encarei atentamente, ele não tinha muita expressão visível, seu rosto másculo com pequenas sardas, seus cabelos cacheados que quase escondia seus olhos e ah, seus olhos castanhos eram intensos.
Por mais que ele parecesse totalmente frio e arrogante, seu olhar era quente.
Sinceramente, eu me sentia nervoso ao seu lado e feio, totalmente feio. O meu corpo não era nada desejado, então talvez fosse por isso que ele não quisesse apressar as coisas. No fim, ele passou seis anos ao lado de um ômega que era considerado a reencarnação de algum Deus da beleza.
Não era ciúmes ou talvez fosse.
Eu apenas não queria ser assim.
Não queria ser um ômega tão horrível de se ter.— Eu quero me casar com você — disse Lucerys se aproximando, colocando a mão em minha cintura, apenas isso me fez arregalar os olhos e ofegar em surpresa. — Me desculpe a demora para voltar, pra você.
Lucerys era um pouco mais alto que eu, não muita coisa porém ele se inclinou para baixo, segurando firmemente minha cintura e deixou um singelo selar nos meus lábios. Eu estava com os olhos abertos, chocado demais para surtar. Ele era musculoso, alto, tinha ombros largos e provavelmente tinha um abdômen perfeito.
Engoli a seco ao ver a direção dos meus pensamentos, conforme ele se afastava e eu o encarava dos pés a cabeça.
Minha mente estava nublada de desejo e quente, estava bastante quente. Por causa de um beijo! Só um beijo!
— Vou me retirar primeiro — disse Lucerys sorrindo de leve, eu apenas pude assentir e o encarar enquanto ia para porta, se retirar. Antes que se fosse por completo, Lucerys me encarou e ainda sorrindo, foi gentil. — Não leia até altas horas, vá descansar direito e qualquer coisa me chame.
Ele saiu e eu me encostei na prateleira de livros, corando e quente, ainda me lembrando o quão quente era sua presença e como seus lábios eram macios.
To que nem o Aemond, caindo em tentação por causa do Lucerys alfa KKKKKK
Lindos, lindos!!!
Espero que estejam gostando!
Logo trago mais!Obs: Logo todos conheceram o príncipe Dornese 🤭
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Ômega Lúpus - Lucemond
FanfictionAemond Targayen não era muito querido pelos céus, era isso que pensava, mesmo sendo um príncipe, não havia conforto em sua posição, apenas mais uma peça na mão daqueles que estava ao seu redor. Quando ele despertou como um ômega Lúpus, isso imediata...