capítulo 5 - O príncipe Dornese

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Aemond

Havia passado duas semanas desde o anúncio do nosso casamento, os murmúrios estavam por toda parte e as fofocas também, como sempre eram coisas como

" Não tem como dar certo esse casamento"
"Veja, Aemond parece mais um alfa do que o próprio Lucerys"
"Ele nem se porta como um ômega, que casamento ruim!"

Muitos das coisas eram relacionadas a mim, como se eu fosse o pior ômega existente para casar com o futuro mestre das mares, obviamente ninguém ousava dizer isso frente a frente, isso que me irritava ainda mais profundamente.

E bem, eu estava fugindo de Alicent como se fosse de uma praga.

— Se concentre! — disse Sir Criston, em um tom sério. Eu suspirei e assenti, envergonhado por estar distraído.  Depois de errar mais uma vez, Criston suspirou— Vamos dar uma pausa, Aemond.

Criston era meu tutor desde criança, eventualmente éramos amigos, mesmo que ele fosse um alfa.

Ah, havia boatos sobre nós, também.

E eu odiava tudo isso, sentir os olhares de todos em minha direção, como era suposto eu me concentrar no treinamento?! Eu superei Criston na espada, virei um dos melhores espadachim e ainda sim, esse povo me rotulava como um ômega horrível.

Que diabos!

— Eu não quero me intrometer em assuntos pessoais — disse Criston assim que se afastamos dos demais, se sentando na sombra de um banco, enquanto bebiamos água. Estava quente na capital. — Mas como me considero seu amigo, preciso saber. Você está realmente bem? Há dias que está distraído e fazia tempo que você não perdia assim.

Suspirei pesadamente, me sentindo nojento com tanto suor em meu corpo e de como a camisa estava colada em meu corpo, me mostrando o óbvio.

Eu não era nenhum tipo de ômega frágil e delicado. Se eu fosse um alfa, certamente estaria tudo bem ter músculos e abdomen definido, pelo treinamento excessivo, ainda sim, eu era um ômega, no fim das contas.

Feio, caolho e indesejável.

— Cada dia que se passa, está mais perto do casamento, é apenas ansiedade. — eu disse dando de ombro, afinal não era nenhuma mentira. — Eu só não esperava que isso fosse acontecer tão repentinamente.

Faltavam apenas alguns dias para fechar o mês, sendo que nosso casamento foi anunciado logo ao amanhecer do dia seguinte do banquete de chegada de Lucerys. E nesse meio tempo, ele parecia ocupado com a política e com as coisas que tinha que resolver.

Provavelmente iríamos morar em Dritfmark, após nosso casamento.

Eu não sabia se isso era ruim ou bom.

— Se quiser, posso te ajudar a fugir — disse Criston em um tom de zombaria e eu ri, revirando os olhos pela atitude infantil do homem. — Aemond... Sua mãe sabe que você está a evitando, vá conversar com ela, estarei lá se algo der errado.

Criston sabia do meu relacionamento com minha mãe, éramos realmente próximos antigamente, depois que eu noivei e conforme os anos passaram, cada dia que passava ela reclamava de como eu deveria me portar, dos treinos, das faltas nas aulas de ômegas que ela inútilmente tentava impor a mim, tudo isso acabou gerando um desconforto.

Ela queria que eu me transformasse em algo que eu não era e eu nunca estive disposto a isso.

Mais confesso que estava realmente me sentindo para baixo, afinal se eu ao menos tivesse me esforçado um pouco mais para ser um ômega, provavelmente eu não estaria me sentindo tão fora de mim e tão irritado com os comentários maldosos.

Lucerys nem ao menos tirou um tempo para mim novamente, apenas andava ocupado, como se fosse um adulto sério e responsável.

— Vou falar com ela depois — falei bufando, afinal não tinha como fugir das coisas para sempre. Encarei Criston e sorri levemente. — Vamos, ainda temos treino. Não vou pegar leve com você.

E novamente voltei ao treino, eu tirava boas horas do dia para praticar espadas, por ser considerado fraco, apenas por ser um ômega, era quase como se eu precisasse provar algo a estes abutres.

E eu era excepcionalmente bom.

****

Quando o dia estava chegando ao fim, eu estava voltando do meu vôo com Vhagar, ela precisava se exercitar no decorrer do dia, para não ficar dorminhoca e manhosa depois. Ela era algo que todos tinham medos, era inevitável, ainda sim, eu nunca a temi realmente, apenas me sentia acolhido pela enorme dragão.

Nossos laços eram fortes conforme o tempo foi passando, não era algo como se ela tivesse eclodido por mim, ainda sim, eu me sentia bem em te-la ao meu lado e ela também se sentia confortável comigo.

— Aemond! — disse minha mãe assim que adentrei o meu aposentos, me sentindo cansado demais para mandar ela sair. Eu só queria um banho! — Como você é tão... Argh! Vá se banhar e venha para o banquete! Não acredito que ficou duas horas voando com aquela besta! Não sabe o quão isso é másculo para um ômega?!

— Eu não quero ir — falei cansado, querendo que ela aceitasse novamente a minha dispensa do banquete. Tinha tido alguns banquetes esses dias e muitos eu não compareci, me sentia fora do lugar. — Por favor, eu tive um dia corrido, mãe.

Alicent parecia furiosa e veio em minha direção a passos largos e fundos, logo me estapeando ao ponto de meu rosto arder e eu virar o rosto o para o lado. Alicent já havia me batido algumas vezes, ela nunca pedia desculpas, apenas sempre trazia algo como se isso compensasse tudo.

— Você realmente é tão inútil assim?! Mesmo que eu não aprove sua relação com aquele bastardo, ainda sim não deixe sua reputação cair para o chão! — disse minha mãe irritada, Alicent parecia furiosa com algo e eu realmente não sabia de nada do que havia ocorrido nas últimas horas. — O banquete é para o príncipe Dornese! Não me envergonhe e vá se arrumar! Sinceramente, acho que até mesmo aquele ômega petulante é melhor com aquele bastardo! Vá de uma vez!

Ela apenas falou aos berros, se retirando e irritada, enquanto eu permaneci parado no meio do quarto, dolorido pelo tapa e pelas palavras ásperas de minha mãe, sabendo que provavelmente ela voltaria e me estapearia mil vezes se eu não fosse.

Resignado, tomei banho gelado e me arrumei com uma roupa comum, sendo o verde predominante em todas as peças.  Eu até pensei em utilizar algo melhor, porém a maioria das minhas vestimentas eram em couro, vestes rápidas e que não interferia no treinamento e no vôo, e mesmo se houvesse alguma coisa bonita, não ficaria bem em mim, então apenas me arrumei normalmente.

Quando adentrei o salão do banquete, os diversos cheiros incomodaram meu nariz, o cheiro da comida, das pessoas, do vinho. O único cheiro que eu me interessava também estava ruim, porque tinha outra fragrância misturada.

Eles se tocaram ao ponto de deixar o cheiro marcado um ao outro....

— Aemond finalmente — disse Aegon, parecendo choroso, sentei ao seu lado. O ambiente antes tão animado caiu em silêncio. — Estávamos esperando você.

E realmente ninguém havia comido, como eu havia chegado, todos se puseram a comer, retornaram a conversa. Eu não consegui levantar o olhar para frente, mesmo se sentindo encarado.

— Você deve ser o Príncipe Aemond? — disse uma voz delicada e bonita, me fazendo levantar o olhar para enxergar o ômega que estava ao lado de Lucerys, olhos esverdeados, cabelos grande e loiros, com alguns cachos nas pontas. — Prazer, me chamo Maron Martel!

O ômega sorriu, brilhante e até mesmo seu sorriso era lindo, sem nenhum defeito, ele estendeu a mão para mim e eu apertei a mesma, sem expressão.

— Prazer, príncipe Maron — retribui o aperto de mão, mesmo que eu não portasse nenhuma expressão facial, eu estava incomodado. — Espero que aproveite a capital..





Heeyy!!!

E ai, Maron amigo ou inimigo?????

Hehe espero que estejam gostando!!

Até logo

Meu Ômega Lúpus - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora