Capítulo 44- ''Nosso bebê''

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Aemond pov

O cheiro de Lucerys estava impregnado em minha mente, em minha pele e até mesmo em minhas vestes, as quais vestia com pressa ao acordar tarde pela primeira vez em muito tempo. Não sabia a razão de estar tão cansado ultimamente. Claro que voltar para a capital e ajudar Criston nos treinos me deixava exausto, mas nunca senti um cansaço tão avassalador.

Lucerys decidiu ficar na capital.
Segundo ele, não queria ir ficar em Dritfmark e se Corlys queria tanto azedar a vida dele, que o fizesse então.

Ele estava obviamente ajudando sua mãe diretamente na corte, sendo um estrategista nato e também resolvia todas as pendências na capital, em relação a Dritfmark.
Não sabia exatamente o que andava incomodando-o, afinal dormia primeiro que ele muitas das vezes e só se passaram duas semanas!

Infelizmente estava com saudades de sair por aí, apenas nós dois e um mundo para descobrirmos.

Talvez tenha ficado mal acostumado.

— Você está suspirando pela quinta vez — resmungou Criston revirando os olhos e o encarei sem expressão alguma. — Que cara de desânimo é essa?

— Quero sequestrar meu Lucerys e o levar para longe da corte — murmurei bufando e Criston me encarou profundamente por longos segundos ou minutos, antes de cair em risada.

— Está com tanta saudade de seu alfa? Não sabia que você era do tipo dramático, Aemond — Criston me zoou e isso teria me feito enlouquecer ou rir em outra ocasião, só que realmente não tinha vontade alguma de fazer nada — Certo, vamos levá-lo lá. Você dá medo ficando dessa forma.

De qualquer forma, o treino havia acabado e não seria um problema ir descansar, mesmo que ainda o sol estivesse no alto.

— Não vou incomodá-lo — resmunguei para Criston, andando lado a lado com meu amigo que suspirou — Aceito sua companhia na cozinha, que tal? Estou com tanta vontade de comer abacaxi com mel.

— Seu estômago está bem? — perguntou Criston verdadeiramente assustado, parecendo até um pouco enojado e isso me fez parar os passos e o encarar, confuso — Não... É que... É uma combinação estranha.

Franzi a testa sem entender, afinal, onde que era uma combinação estranha? Era saborosa e tinha um gosto verdadeiramente doce e um ardor, uma ótima mistura.

— É uma ótima combinação! — retruquei cruzando os braços, encarando Criston com certa impaciência — Vêm ou não?

— Vou... Vou — respondeu Criston em um suspiro, resignado. Teria rido da cara de tortura dele, mas o melhor seria depois, quando estaríamos realmente comendo — Deuses me ajudem.

Estava num meio termo entre achar engraçado ou ficar com raiva pela perda do meu apetite quando Criston foi experimentar a mistura e acabou vomitando, na minha frente.
Seria cômico se não tivesse vomitado também, mas não em sua frente e nas das servas, obviamente.

Mantive um certo decoro ao menos.

Decidi ir para o quarto, após me despedir de um Criston desorientado e enojado.
Era uma pena que ele não soubesse degustar de boas combinações. Talvez ele goste de frutas com mel?

E se comesse banana e mel puro?
Hum, seria algo interessante e novo.

O fato é que meu estômago estava louco ultimamente, por estar me alimentando de coisas estranhas. Acho que foi o tempo viajando, afinal Dorne me deixou com o paladar diferenciado e degustei de muitas coisas diferentes em minha estadia lá.

O dia se arrastou de maneira insuportável, porque me sentia angustiado em estar sozinho no quarto, apenas desfrutando do tempo para pensar, comer e me sentir mal.
E não era só um mal físico e sim algo emocional também, visto que me deu vontade de chorar e chamar por meu Lucerys.

Meu Ômega Lúpus - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora