Persuit

Octavia

Nas poucas semanas em que vi Dean, ele nunca mostrou outra personalidade além de ser calmo e alegre. Ele está sempre sorrindo, rindo, sorridente, em festas, rindo, e rindo.

— "O que está pensando?" — Madden resmunga ao meu lado sem tirar o rosto do livro.

— "Em nada" — Falo calma e dou um sorriso para ele.

— "Você sempre mentiu tão mal, seus pensamentos chegam a estar fazendo barulhos que estão entrando na minha cabeça." — Ele me olha de canto de olho.

— "Já falei que não é nada, tirou o dia pra ficar se sentindo um charlatão?" — Respiro fundo, odeio quando sou questionada e principalmente quando já respondi. Eu amo Madden mas nem ele escapa de conseguir me estressar as vezes.

— "Octavia?" — Ele pergunta e fecha o livro — "Você sabe o que é um charlatão?" — Agora ele está me encarando.

— " H-hm" — O olho sem entender o porquê da pergunta, — " São pessoas que ficam tentando adivinhar, pessoas trabalham com isso. Já encontrei vários na rua falando que poderia ver meu futuro lendo a minha mão."

— " Meu Deus" — Sua cara não tem expressão mas consigo ver a expressão ali mesmo assim, incrédulo. — " Isso são videntes e charlatão são pessoas que fingem ser algo para tirar o proveito das pessoas, Octavia."

— "Oh" — Faço com a boca e comprimo os lábios tentando não rir. — "Não deixam de ser diferentes, ambos podem enganar as pessoas, Estou errada?"

Ele abre a boca para responder mas a fecha logo em seguida e balança a cabeça. — "Que seja, Tavi." — Ele se levanta dando um beijo na minha cabeça e anda em direção a porta.

— "Aonde você vai?" — Pergunto.

— "Buscar Indie." — É tudo o que ele diz antes de ir.

Saio do seu quarto e desço até a cozinha, Tio Kai está sentado na mesa olhando uns papéis mas para quando me vê.

— "Não sabia que estava aqui." — Falo abrindo a geladeira pegando uma lata de refrigerante.

— "Estou." — Ele fala e tem um sorriso no rosto, — "Eu ia falar pra ficar a vontade mas acho que não é necessário."

— "Qual é, venho aqui desde que nasci praticamente" — Dou um gole no refrigerante, — "Sou quase sua terceira filha" — Falo mas só percebo quando o vejo ficar sem palavras.

— "Você poderia falar isso na frente do seu pai hoje? Eu adoraria ver a reação dele" — Ele ri e eu reviro os olhos rindo, Kai Mori é meu favorito. Sim, Ele era um chato comigo quando criança mas ele consegue ser legal, eu sei que sim.

— "Bom, vou pra casa me ajeitar já que daqui a pouco tem a festa na casa dos Fanes, Te vejo mais tarde, T-dog." — Dou um beijo no seu rosto e escuto ele reclamar do apelido enquanto sigo no corredor.

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Chego em casa estacionando a moto na garagem, Coloco o capacete na bancada da garagem. Ajeito meu cabelo no espelho e me viro, estou de olho no chão mas quando levanto a cabeça vejo Dag me encarando no canto da parede.

— "Puta merda, você está louco?" — Grito.

— "Estava aonde?" — Ele pergunta me olhando como se tivesse analisando.

— "Não te interessa, sem noção." — Passo por ele mas ele me segura pelo meu braço, O encaro e ele larga meu braço. — "Na casa dos Mori." — Murmuro.