Octávia

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   Os dias após a saída de Dean do hospital têm sido como um renascimento. Cada momento é uma oportunidade para redescobrir a alegria que o transtorno alimentar tentou roubar de mim. Hoje, decidimos passear pelo parque, absorvendo os raios de sol que dançam entre as folhas das árvores.

Enquanto caminhamos de mãos dadas, sinto uma conexão mais profunda, alimentada pela gratidão e pelo amor. Dean é meu pilar, e cada passo que damos juntos é uma promessa de enfrentar o futuro de mãos dadas, superando qualquer desafio que surja.

A fome por experiências novas começa a rivalizar com a fome física que uma vez me consumiu. Decidimos parar em uma pequena confeitaria, e a visão dos doces coloridos é irresistível. Em vez de hesitar, escolho um pedaço tentador de bolo de chocolate, sem que a voz crítica dentro de mim tenha a chance de se manifestar.

Ao morder o bolo, sou invadida por uma onda de prazer. É mais do que um sabor delicioso; é a sensação de reconquistar minha vida. Dean sorri, seu olhar cheio de encorajamento, reforçando a ideia de que cada escolha consciente é um passo em direção à cura.

O parque se transforma em um cenário de celebração, e percebo que a jornada para a recuperação não é uma linha reta. É um processo cheio de altos e baixos, mas hoje, neste capítulo da minha vida, estou escrevendo uma história de vitória.

À medida que o sol se põe e retornamos para casa, sei que o caminho para a cura é contínuo. No entanto, ao lado de Dean, sinto-me capaz de enfrentar qualquer desafio, alimentando não apenas meu corpo, mas também minha alma com a promessa de dias mais brilhantes e refeições cheias de significado.

Corremos pelo parque, o riso preenchendo o ar enquanto a brincadeira nos envolve. De repente, uma combinação de desequilíbrio e risos incontroláveis faz com que nos dois tropecem e caímos juntos na grama do parque.

Dean Rindo, — "Parece que a grama ganhou dessa vez."

— "Acho que subestimamos a habilidade da grama em nos derrubar." — Rio junto.

Estamos rindo agora deitados na grama, rindo sem parar. As gargalhadas misturam-se com os sons suaves da natureza ao redor.

Dean passa a mão acariciando a grama, — "Bem, pelo menos é uma queda suave. Você está bem?"

— "Estou ótima. Acho que precisávamos disso, uma pausa na seriedade da vida."

— "Concordo. Às vezes, é bom deixar as preocupações de lado e se perder na simplicidade de um momento assim." — Olhando para o céu.

Me viro de lado, deitando observando ele. Suas sardas espalhadas pelo rosto e uma marca de roxo esverdeada ainda presente no canto do seu olho. — "Você sempre encontra a beleza nos detalhes, não é?"

— "Com você, encontrar a beleza é fácil." — Ele se vira ficando de frente para mim.

E assim, caídos na grama, compartilhamos um olhar cúmplice e rimos, aproveitando o momento.

— "Eu te amo, Dean." — Suspiro, — "Dean, preciso que saiba que te amo de uma maneira que palavras mal conseguem descrever. Sou louca por você, pela forma como você ilumina cada canto escuro da minha vida. O pensamento de qualquer pessoa te machucar ou tentar te tirar de mim me corrói por dentro. Você é a minha âncora, minha felicidade, e a ideia de perder isso é algo que não consigo suportar. Prometo proteger nosso amor com tudo o que tenho, porque você é o meu lar e o meu coração pertence a você, e só a você."

  Dean  me olha profundamente nos olhos de, um brilho refletindo em seus olhos.

— "Octávia, eu só tenho olhos para você. Desde o momento em que nos conhecemos, meu mundo se iluminou e minha atenção é toda sua. Você é a única que faz meu coração bater mais rápido, a única que vejo no meio da multidão. Não importa o que aconteça lá fora, saiba que meus olhos estão sempre buscando os seus, porque você é a minha prioridade, minha luz."

Desculpe por qualquer mal-entendido. Vamos tentar novamente:

Ao ouvir as palavras de Dean, Meus olhos, subitamente, se enchem de lágrimas.

— "Dean," — Sussurro com a voz embargada, —  Meus olhos se enchem de lágrimas, não de tristeza, mas de pura emoção. Saber que ele só tem olhos para mim é mais do que eu poderia sonhar. É um presente que guardarei no fundo do meu coração para sempre.

   Ele me puxa suavemente para um beijo. Nossos lábios se encontram, formando um elo de promessas silenciosas que transcende as barreiras do tempo. No calor desse momento, o mundo ao nosso redor se desvanece, e só existe a troca que compartilhamos. Esse beijo é mais do que um gesto; é uma narrativa de todo o amor não dito.

— "Quero me casar com você." — Ele fala sobre a minha boca ainda de olhos fechados. — "Eu não quero me encaixar em qualquer lugar, Eu só quero que você continue chamando pelo meu nome pois sei que nunca estaria longe de casa."

— "Então me faça sua esposa, me faça uma senhora Hollis." — Falo.

— "Você não pode usar esse sobrenome, eu não quero te associar a ele." — Ele diz acariciando meu rosto.

— "Então seja um Torrance." — Falo, — Michael se tornou um Fane pela minha tia Rika; Você pode muito bem ser um Torrance."

  Ele ri balançando a cabeça, — "Seu pai nunca aceitaria isso, Sparrow."

— "E quem disse que ele tem que aceitar algo? Eu faço minhas escolhas por aqui."

  Assim que as palavras deixam meus lábios, Dean se levanta com uma rapidez surpreendente, envolvendo-me em seus braços fortes. Antes que eu perceba, estou em seu colo, e seus lábios encontram os meus em um beijo profundo. É um gesto impulsivo e cheio de paixão, como se ele quisesse expressar todo o amor que sente de uma só vez.

— "Eu sou completamente viciado em você, Porra." — Ele beija meu rosto inteiro, posso ouvir quase um ronronado.

— "Você pensa em filhos?" — Pergunto.

— "Hoje eu penso." — Hoje? Ele me encara, Oh, Antes de mim não? — "Quer tentar fazer um agora?" — Ele pergunta.

  Meus olhos piscam, tanta coisa aconteceu com não chegamos a fazer ou tentar fazer algo.

— "Hoje vamos receber visitas da minha tia, mesmo que eu quisesse, desculpa." — Falo.

  Ele me encara enquanto me carrega pelo parque e para quando eu falo.

— "Eu não tenho pressa, teremos o tempo todo que quisermos para pensarmos nisso." — Ele me coloca no chão e abre a porta do carro para mim. — "E outra, não quero ouvir você pedir desculpa independente de qualquer coisa, Ouviu?"

   Aceno com a cabeça em confirmação, Ele fecha a minha porta e entra no carro. Os dois em silêncio por um momento, ele dirige de volta para minha casa e sua mão está colada na minha perna.

— "Os meninos me chamaram para ir em um bar amanhã." — Ele diz e fica em silêncio.

— "O que há?" — Ele me olha dando um sorrisinho, — "Está me pedindo permissão?"

— "Estou." — Ele diz da forma mais natural possível.

— "Não vejo problemas, apenas cuidado." — Ajeito meu cabelo para fora da jaqueta, — "Seu pai sumiu da cidade mas pode voltar qualquer momento."

— "Eu sei." — Ele olha para mim, — "Você não pode ficar pensando nisso o tempo todo."

— "Eu vou matá-lo se ele pisar os pés aqui novamente, Eu juro por Deus, Dean." — Bufo, — "Já tenho tudo planejado."

— "Você me assusta as vezes." — Ele ri e pela expressão ele acha que eu estou estou brincando, mas não estou.

  Aprendi desde nova que não se mexe com família, e o pai dele tirou a má sorte de mexer comigo. Eu farei questão dele pagar por tudo que fiz ao Dean e por sua mãe, ela também foi uma vítima dele.

  As vezes me pego pensando o que ela não sofreu antes do nascimento de Dean ou o que ela teve que abdicar para proteger eles dois.

  Meu sangue ferve com esses pensamentos, eu não consigo apenas pensar nele em uma cadeia por que seria pouco pelo que ele fez. Um abatedouro é a única solução.

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