Dean

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   Octavia desce do carro primeiro enquanto guardo ele na garagem da casa dela, faltam 8 horas até a festa dela começar.

    Eu entrei na sala e encontrei com um dos irmãos de Tavi, Dag, encarando-me com um olhar hostil. — "O que é que você pensa que está fazendo com a minha irmã?" — Ele disparou, deixando claro que está com raiva.

— "Dag, nós nos damos bem, não é preciso criar problemas", — Eu respondi, tentando acalmar os ânimos. Ele cruzou os braços, expressando claramente seu descontentamento.

— "Você acha que pode simplesmente entrar na vida dela e mudar tudo? Ela sempre foi minha prioridade, e agora você está aqui, como se fosse dono dela." — Ele aponta o dedo na minha cara.

    Tentei explicar que não tinha intenção de afastá-lo, mas ele não queria ouvir.

     — "Você não entende, cara. Ela sempre me contava tudo, e agora parece que você está ocupando o meu lugar. Tenho todo o direito de me preocupar." — Ele me olha de cima a baixo e para o olhar no meu pé.

    A discussão esquentou à medida que as palavras afiadas eram lançadas de um lado para o outro. — "Cara, eu a amo e respeito. Não estou tentando substituir ninguém, apenas compartilhar a vida dela", — expliquei, esperando que ele pudesse compreender.

     Ele bufou, claramente lutando contra suas próprias emoções. — "Você pode dizer o que quiser, mas não vou deixar de proteger minha irmã. Se você a machucar, vou estar aqui para consertar as coisas."

      No meio da tensão, percebi que, apesar das diferenças, compartilhávamos um interesse comum: o bem-estar da mulher que ambos amávamos. A conversa continuou, com esperança de que, eventualmente, pudéssemos encontrar um terreno comum.

  — "Dag, eu nunca quis substituir você na vida dela. Entendo que vocês têm uma ligação única, e respeito isso. Mas ela cresceu, está fazendo suas próprias escolhas, e eu só quero ser parte do apoio que ela merece", — expliquei, tentando transmitir sinceridade.

    Ele soltou um suspiro, e por um momento, a raiva em seus olhos deu lugar a uma expressão mais reflexiva. — "Não é fácil vê-la se afastar, sabe? Sempre fomos os dois contra o mundo, e agora parece que ela está construindo um mundo novo contigo." — Ele me encara de lado mas volta a olhar para escada.

    Compreendendo melhor a perspectiva dele, concordei. — "Entendo como pode parecer assim, mas ela sempre será sua irmã. E eu não quero tirar isso de você. Quero somar, não substituir."

     A tensão começou a diminuir, substituída por um silêncio carregado. Ele parecia refletir sobre minhas palavras. — "Ainda não gosto disso, mas acho que consigo aceitar, contanto que você a faça feliz."

     Respirei aliviado, vendo uma possível trégua. — "Essa é minha intenção. Quero que você saiba que respeito a relação que vocês têm e que, de alguma forma, espero contribuir para tornar esse novo capítulo em nossas vidas mais rico."

Dag não sorriu, mas sua postura relaxou um pouco. — "Ela está te dando uma chance, então, não a desperdice."

     Assenti, agradecendo pela oportunidade de entendermos melhor um ao outro.

    Enquanto eu e Dag ainda estávamos na sala, a porta se abriu abruptamente, revelando o outro irmão, Gunnar, com um celular na mão e uma expressão de frustração estampada no rosto. — "Você está me deixando louco, Kaila! Não pode simplesmente ignorar minhas mensagens assim!" — Gritou ele, sem se importar com nossa presença.

    Dag e eu trocamos olhares, surpresos com a súbita explosão de emoções. Gunnar continuou a expressar sua frustração, suas palavras carregadas de uma mistura de ansiedade e paixão. — "Eu gosto de você, e você fica brincando comigo desse jeito? Não aguento mais, Ambrósio!"

   Enquanto ele falava, Kaila podia ser ouvida do outro lado da linha, sua voz misturando-se com a dele em uma conversa tumultuada. "Gunnar, eu disse que preciso de espaço. Não posso simplesmente mudar minha vida por você do dia para a noite. E outra, eu não quero falar com você."

    Dag e eu permanecemos em silêncio, observando a cena se desenrolar. G parecia perdido em suas próprias emoções, incapaz de aceitar a situação. — "Não adianta você me bloquear, eu sei onde você mora e posso ir aí nesse exato momento."

     Dag olhou para mim, compartilhando um olhar que indicava que agora não éramos os únicos a lidar com dilemas emocionais naquela casa. Gunnar, frustrado, desligou o telefone com força, encarando-nos como se tivesse se esquecido da nossa presença.

— "O que vocês estão olhando?", murmurou ele, passando a mão pelos cabelos desarrumados.

— "Está tudo bem", respondi, tentando aliviar o clima tenso na sala. — "Relacionamentos podem ser complicados."

   Dag assentiu, parecendo mais solidário agora. — "É, todos vocês são possessivos assim com quem gostam?" — Falo e os dois agora me encaram.

    Enquanto a tensão ainda pairava no ar, percebo que cada membro daquela casa estava lidando com suas próprias batalhas emocionais. A vida, afinal, é repleta de complexidades, e todos ali estavam tentando encontrar seu caminho no meio desse turbilhão de sentimentos.

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