Fane Torrance

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O salão de festas exalava alegria enquanto os convidados se divertiam na celebração do casamento do meu irmão. Luzes suaves iluminavam a pista de dança, onde ele e sua recém-esposa, Finn, irradiavam felicidade.

Enquanto eu observava minha mãe, sorrindo enquanto ela olhava a dança do casal, ela não enxerga mas sente as cores, os sentimentos, os cheiros e sempre diz que o fato dela não enxergar faz ela imaginar as coisas como são é isso torna tudo mais bonito. Um impulso irresistível me tomou. Com um sorriso, aproximei-me dela.

— "Mãe, você dançaria comigo?" — perguntei, estendendo minha mão com carinho.

Ela ficou surpresa, mas seu rosto se iluminou com minha proposta. — "Claro, meu amor!", ela respondeu, aceitando minha mão estendida. Juntos, adentramos a pista de dança, criando nosso próprio momento especial em meio à celebração.

A música lenta nos envolveu, e eu a guiei com graça e ternura. Enquanto dançávamos, as memórias de anos compartilhados passaram diante de nós. Ela sorria, sentindo a conexão única que tínhamos.

Enquanto os outros convidados observavam com ternura, sussurrei no ouvido dela, — "Obrigado por sempre estar lá, mãe. Este é o nosso momento agora."

Ela segurou meu rosto entre suas mãos e respondeu, — "Você sempre será meu pequeno grande amor." — Nossa dança era uma expressão de amor e gratidão.

Ela coloca um rosto em meu ombro, com passos leves e devagar eu guio a nossa dança.

— "Sabe, quando paro pra pensar sobre o quanto vocês cresceram tanto esses anos, Octavia já não pede mais roupas de pirata, Não ouço mais os gritos do seu pai com Ivarsen sobre o quão respondão ele está ou quando Gunnar quase colocava fogo na nossa casa." — Ela para um pouco me abraçando mais forte, — "Sinto falta dos meus bebê."

— "Mãe, nós sempre seremos os seus bebês." — A abraço mais forte.

— "É verdade."— Ela fala em uma pausa rindo, — "Sabe, enquanto escutava a cerimônia, fiquei pensando... Você, por acaso, está interessado em alguém?"

— "Mãe, por que está perguntando isso?" — Ajudo ela com o degrau para levá-la de volta ao seu lugar.

— "Oh, apenas curiosidade de mãe, sabe? Eu me pergunto se você encontrou alguém especial." — Ela segura a barra do seu vestido.

— "Ainda não, mãe. Estou focado em outras coisas agora." — Vejo o brilho dos seus olhos e o sorriso travesso como os de Octavia e Gunnar.

— "Compreendo." — Ela coloca a mão no meu braço fazendo carinho, — "Não quero pressionar, só quero que saiba que sempre estarei aqui para você, não importa o que aconteça."

— "Obrigado, mãe. Você é a melhor!"

Ela me puxa me abraçando, — "Você também é incrível. E quando o momento certo chegar, tenho certeza de que será maravilhoso para você."

Peço licença para ela e vou em direção ao banheiro, estou quase chegando na porta do banheiro masculino quando uma garota saiu apressadamente e, sem querer, derrubou seu copo de bebida em mim.

— "Ai, meu Deus, me desculpe! Eu sinto muito, não era minha intenção! Me desculpe mesmo, podemos sair e comprar blusas novas para você e se você quiser eu transfiro o valor da lavanderia..."

— "Relaxa! Essas coisas acontecem. Pelo menos é uma bebida refrescante, né?" — A corto educadamente antes que ela tivesse um piripaque.

— "Mesmo assim, eu sinto muito. Eu não queria atrapalhar seu momento." — Ela encosta a cabeça na parede.

— "Na verdade, eu estava só indo ao banheiro para fugir um pouco da festa. Parece que você trouxe a festa até mim!" — Falo em um tom de brincadeira mas ela ainda está escondendo seu rosto de mim.

— "Desculpe de novo. Eu juro que normalmente não sou desastrada assim." — Ela ri nervosamente.

Eu peguei alguns guardanapos e comecei a me enxugar, ainda sorrindo.

— "Sem problemas! Acidentes acontecem. E eu não fico bravo por um pouco de aventura inesperada." — Ela tira seu rosto da parede mas ainda está tampando seu rosto com as mãos.

Fiz uma piada para aliviar a situação. — "Além disso, agora tenho uma história engraçada para contar. Isso vai render algumas risadas, não acha?"

— "Espero que sim. Obrigada por ser tão compreensivo." — Ela levanta seu rosto e ela olhou para mim, seus olhos encontrando os meus enquanto eu tentava me enxugar do incidente com o copo de bebida.

— "Uau, que olhos lindos você tem!"

Eu surpreso e sorrindo, — "Ah, obrigado! Nunca fui tão elogiado por um acidente com bebida."

   Ela se aproxima sorrindo e falando rápido, — "Sério, seus olhos são como duas estrelas brilhantes no meio dessa festa toda. Tipo, sério mesmo, são incriveeeeis!"

— "Você está me deixando sem jeito, mas eu adoro isso."

Ela falando animadamente, — "E aí, o que mais posso dizer sobre esses olhos maravilhosos? Eles têm esse brilho único, como se carregassem histórias fascinantes. De onde você tirou esses olhos incríveis?"

— "Bem, acho que ganhei na loteria genética. Meus pais têm olhos bonitos também."

Ela faz um biquinho com expressão dramática, — "Sortudo! Deveria agradecer a eles por esses olhos deslumbrantes. E, falando nisso, essa situação toda com o copo foi um acidente sortudo, né? Desculpe por isso, aliás."

— "Não precisa pedir desculpas. Acho que essa é a maneira mais única de me elogiarem até agora."

— "Bom, eu sou apenas honesta. E se eu pudesse, continuaria elogiando esses olhos por horas. Que presentão para os fotógrafos, né?"

E assim, entre risos e elogios incessantes, ela continuou tagarelando.

— "Aisha." — Ela estende a mão e a cumprimento dando um beijo nela.

— "Fane" — Sorrio.

— "Palmer." — Ela cruza as mãos segurando sua bolsa.

— "Torrance" — Respondo em sequência.

  Ela abre a boca em um tom de surpresa, — "Ah! Seu nome é Fane", — Ela gargalha dando uma giradinha. — "Eu pensei que era seu sobrenome como o de Erika Fane"

Balanço a cabeça rindo negando, — "Ela é minha tia, sou um Torrance mesmo."

   Nos entreolhamos em silêncio enquanto olhamos para o corredor.

— "Vai fazer xixi ainda?" — Ela quebra o silêncio.

— "Ah sim!" — Rio, — "Com licença." — Passo por ela mas paro logo na porta.

— "Bom, se quiser roubar um pote de salgados e doces da cozinha podemos ficar em um canto isolado conversando e comendo." — Agora ela fala com um tom de vergonha mas sem malícia.

   Sorrio, — "Claro, te espero aqui quando eu terminar."

— "Justo!" — Ela sorri timidamente e segue o resto do corredor em direção a cozinha.

   Observo ela indo e solto uma risada, — "Aisha Palmer." — Balanço a cabeça me olhando no espelho. — "Ta aí, uma pessoa que tá valendo a pena conhecer."

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