Octávia

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O problema da ambição é que ela não pode ser interrompida, medida ou contida.

Sempre há algo para fazer e um poder a seguir. Não importa a direção que eu tome, há uma meta a ser alcançada e uma situação a ser conquistada. No entanto, a ambição não pode ser cega ou se tornará destrutiva.

A necessidade de mais e o medo de menos. As pulsações constantes de energia e a queda do vazio subsequente.

A verdade permanece, a ambição é minha força motriz, e ainda não tenho ideia de como acabei de pé na beira, olhando para um abismo escuro e nebuloso. Seus tentáculos esfumaçados giram em torno de mim, esperando para me arrastar para baixo. Esta não é a primeira vez que encarei aquele abismo e ele me encarou de volta. Sempre que estou em uma encruzilhada, me lembro de como acabei aqui.

Lembro de minha educação 'privilegiada' e de todos os benefícios que vieram com ela. Não está dito que nenhum benefício valioso vem sem sacrifícios? Mesmo assim, não é hora de ter essas imagens ou pensamentos.

Não gostaria de ser a pessoa que quando a vida está muito tranquila procura por algo que cause sentimentos de adrenalina,

Dean está cada vez melhor no time profissional de Basquete junto com Ivarsen, meu sobrinho ou sobrinha está perto de nascer e eu estou entrando na fórmula 2.

Em um domingo descobri uma traição de Dean, de todas as coisas do mundo eu nunca esperei isso dele.

Ele admitir em um tom de voz alta que torcia pra redbull mesmo sabendo o quão fanática eu sou pela Ferrari.

— "Octávia?" — William se aproxima de mim de encostando no balcão da cozinha. — "Você está bem?"

— "Sim, estou bem, — digo a ele.
Ele está me olhando com olhos castanhos claros que não são nada como os verdes escuros de seu pai. Seu cabelo é muito castanho, muito brilhante e levemente cacheado como da tia emmy.

Mas ele é lindo. Tipo, 'superquente' como Safira sempre diz. E vejo seu charme, eu realmente vejo. Mas não sinto isso. Não sinto formigamento e calor, com a necessidade de controlar meu maldito rosto e emoções por apenas estar na presença dele.

Dean me causa isso, todas essas sensações e sentimentos.

— "Finn está para ganhar o bebê essa semana ou na outra." — Ele diz com empolgação.

— "Ela me contou quando fui em sua casa semana passada." — Falo colocando o copo de suco vazio dentro da pia.

Ele acena com a cabeça e me encara por um momento. — "Caso queira largar Dean e testar coisas novas, estou aqui." — Ele pisca pra mim e sorri quando reviro os olhos.

Will sempre brincou de flertar comigo e com Jett mas seu coração foi partido no momento que seu amor por Jett não seria correspondido por eles gostarem da mesma coisa.

Meu telefone vibra com uma mensagem.

Jeremy Volkov: Cecily está com saudades, venha nos visitar hoje e não falte pois isso irá chatear.

Rio e lembro da última corrida onde ele quase me matou por estar com ela na garupa da minha moto correndo 120 km por hora.

Gosto da emoção de fazer coisas que não deveria, como roubar goles da bebida do papai, voltar para casa após o toque de recolher e beijar o melhor amigo do meu irmão. É uma falha de caráter.

— "O que vocês estão aprontando?" — Dag entra na cozinha pegando uma maçã na fruteira.

— "Nada que seja da sua conta." — Will responde e Dag o encarando com um semblante de tédio. — "O que houve com seu rosto, cara? Está horrível."

— "Impossível eu estar feio, eu sou como um Deus." — Ele diz se olhando no reflexo do vidro do microondas. — "Apenas um incidente no treino de hoje."

   Dag me ronda como um leão, — "Seu namorado finalmente foi embora?" — Ele se apoia no balcão ao meu lado enquanto me olha.

— "Não sou como você que deixa as pessoas irem embora, ele é meu e eu sou dele para sempre." — Dag ri.

— "Merda, você soa como o nosso pai." — Ele brinca com o anel em sua mão esquerda. — "Notícias de Gunnar? Não o tenho visto em casa."

— "Ele está na casa dos Fanes." — William que responde.

— "O que esse menino faz tanto lá que vive indo pra casa deles desde criança?" — Dag se questiona.

— "Como eu vivo na casa dos Mori, Gunnar na casa dos Fanes, Ivarsen na casa dos Grayson e Fane na casa dos Palmer. — Respondo, — "Ninguém tem culpa se você não tem lugar para ir e só fica aqui."

— "Eu tenho minha mãe, se lembra?" — Dag responde como se fosse uma ofensa ele não ir para casa dos nossos tios. — "Eu costumo ir para casa da nossa Avó Christiane."

— "De uns anos pra cá você não tem ido com frequência para lá." — William diz e Dag o encara.

— "Estou focado na faculdade e no hockey." — Dag o responde quase cuspindo.

— "Ou apenas não quer estar perto de uma jovem loira alta." — Eu o provoco e isso é o suficiente para ele bufar saindo da cozinha.

— "Eu estou cansado de vocês ficarem me associando com essa garota." — Ele fala em um tom mais alto.

— "Você disse o nome de alguém, Will?" — Pergunto.

— "De Anastácia? Nem você e nem eu!" — William ri.

— "Você." — Dag aponta para Will, — "Acabou videogame e sem maconha para você!"

    Dag sai da cozinha e William anda atrás dele falando coisas tipo 'Irmão, era brincadeira! Não faz assim.'

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