Dean

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     Olho para o relógio, que mostra que vai tocar em cinco minutos. Sempre acordo antes de qualquer alarme, como se meu corpo soubesse que é hora de se levantar, mas ainda ligo o despertador em casa por precaução. São sete da manhã. Só tive cinco horas de sono, mas me sinto estranhamente descansado. Em paz.

    Mas, esta manhã, tem alguma coisa diferente. Meu corpo está mais quente do que o normal, e me dou conta de um cheiro adocicado. caramelo, talvez? Não, chocolate. Definitivamente chocolate. E algo pinicando embaixo do queixo, algo macio e duro ao mesmo tempo. Uma cabeça? É, tem uma cabeça aninhada na curva do meu pescoço e um braço fino por cima da minha barriga. Uma perna quente enganchada na minha coxa, e um seio macio descansando no lado esquerdo do meu peitoral.

    Abro os olhos lentamente e encontro Octavia aconchegada em mim. Estou deitado de costas, os braços em volta dela, segurando-a com força junto ao meu corpo. Não admira que meus músculos estejam tão tensos.

    Estou completamente acordado agora, respirando o cheiro dela e desfrutando do calor do seu corpo.

— "É melhor você não estar duro." — Uma Voz masculina fala e solto o corpo dela no susto, me  viro e vejo Dag sentado na poltrona no canto do quarto com as pernas cruzadas e me olhando. Nos olhando.

—"Que porra você está fazendo aqui?"— Pergunto.

— "Eu que te pergunto, o que você está fazendo aqui?" — Seu corpo se inclina para frente onde ele cruza as mãos mexendo nos seus dedos.

  Quando eu ia responder o irmão dela, ela se mexe e resmunga em um gemido. É, se antes eu não estava duro pode ter certeza que agora isso mexeu com algo dentro de mim e estou.

    Ela se senta na cama, a blusa caída no seu ombro e o cabelo jogado para o lado. A boca inchada, os olhos ainda pequenos por causa do sono e as bochechas avermelhadas.

   Como eu antes, sua cabeça está começando a funcionar quando ela da as últimas piscadas e seu olhar encontra o do seu irmão. Assim que se afasta, sinto uma sensação de perda. Já não estou quente e aconchegado, mas frio e sozinho.

—"O que está fazendo no meu quarto?" — Ela fala o encarando.

—"Bom." — Ele começa. —"Eu acordo e penso se a minha irmã caçula gostaria de ir comigo a loja de peças de moto e carro e quando entro no quarto vejo um мужчина na porra da cama dela." — Não entendo o que ele disse e a olho.

—"O que ele disse?"— Pergunto.

—"Ele disse Homem em russo."— Ela me olha.

—"Saia."— Ela diz mas ele ainda está encarando ela. —"Saia, agora!" — Sua voz está mais firme e sua postura ereta.

—"Você acha que eu não teria motivos para contar ao meu pai sobre isso tudo? Você tem 16 anos, Octávia." — Ele se levanta e vai na direção dela. — "Он тебе не подойдет, и ты это знаешь, что живешь жизнью, которая ему тоже не подходит." —

  Ela tira a coberta que ainda estava cobrindo as pernas e se levanta, ela é pequena e mesmo que pareça engraçado olhar de fora a diferença de tamanho dos dois, Ela tem uma postura firme e confiante.

— "Угрожай мне и смотри, как я покажу тебе, на что я способен, включая твою темную сторону. Он забыл? Или ты не помнишь тот день, когда я обнаружил, что ты шныряешь там, где тебе не следует быть?"— Ela repete o mesmo sotaque e palavras que não consigo entender como ele fez antes, acredito que em russo.

  Os dois se entreolharam e ele deixa o quarto batendo a porta forte o suficiente para derrubar um vaso de plantas na mesa encostada na parede ao lado da porta.

— "O que foi isso tudo? Vocês não se falam em seus idiomas normais?" — Pergunto.

— "Nosso pai sempre nos ensinou russo, está no nosso sangue mas Dag utiliza mais quando está irritado e eu utilizo para lidar com ele ou quando tenho coisas para resolver que seja necessário o idioma." — Ela inspira e suspira soltando o ar.

— "Você precisa sair daqui antes que alguém o veja." — Sua voz é baixa e ela não diz me olhando, seu rosto está fixo em algum canto no lado de fora da janela.

— "Sparrow, eu..." — Tento falar com ela sobre a noite passada mas sou cortado.

— "Não me chame de Sparrow." — Seu tom é ríspido e isso me pega de surpresa. — "Apenas saia, por favor."

    Olho para os lados procurando por algo que não sei e saio em silêncio do quarto dela a deixando sozinha.






Tradução das falas em russo:

• Ele não será bom para você e você sabe disso, e que você vive uma vida que não é boa para ele também.

•Ameace-me e veja-me mostrar do que sou capaz, incluindo o seu lado sombrio. Você esqueceu? Ou você não se lembra do dia em que descobri você andando onde não deveria?

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