ʏᴏᴋᴜʙᴏ, ʟᴇɢᴇɴᴅ. ⸺ Obanai Iguro +18

10 | Carta de Giyu, talvez um incêndio, mochis e chá.

Madrugada fria. A lua no fim da rua vê nascer o dia. Os raios do Sol matinal bateram nos rostos dos dois jovens que ali no campo deitados sobre a neve fina, dormiam. Obanai cobria boa parte do corpo de S/n com seu próprio haori, os ombros relaxados, a cabeça tombando para o lado, enquanto tentava pegar um pouco do espaço da mochila, que estavam usando como travesseiro, seus olhos estavam serenos, suspiros aliviados saiam de S/n ao momento em que ela se enterrava mais no sono.

A neve pingava das árvores, como uma chuva serena, pingos gelados e aveludados caiam sob o rosto de Obanai, os olhos do garoto foram acordando devagar, Kaburamaru, que estava em cima de sua barriga dormindo, despertou também.

O garoto levantou-se, observou a garota que ainda dormia, enquanto sentia Kaburamaru subir por seu tronco e parar em seu pescoço, se enrolando ali. Obanai cutucou S/n com o dedo, o semblante aliviado e sereno dela fazia ele duvidar de sua personalidade. Com os toques insistentes do garoto, S/n despertou.

ㅡ Ãh... ㅡ ela resmungou baixinho, cobriu os olhos com as mãos e lutou contra a vontade de dormir mais. ㅡ Bom... dia...

ㅡ Precisamos ir. ㅡ o olhar dele foi logo no Haori que a cobria, ele o puxou rápido, antes que ela começasse a acordar realmente. ㅡ E- Levanta.

Obanai vestiu-se rápido e começou a averiguar o ambiente, encostando-se em uma árvore, para esperar, contra a sua vontade, S/n acordar. O dia começou bem claro, as árvores pareciam mais vivas, os pássaros, mesmo no frio, cantavam alegres e sobressaltavam no ar. Quando, enfim, S/n se colocou de pé, Doyobi, que estava a um tempo distante, apareceu, pousou em sua cabeça e coçou a cabeça de S/n com um papel no bico.

ㅡ Oh, Doyobi... Bom dia... ㅡ S/n resmungou enquanto colocava o cinto com as Katanas ao redor de sua cintura e a outra ao lado do pescoço.

ㅡ Iguro-sama. ㅡ Doyobi curvou-se para Obanai, ainda em cima da cabeça de S/n. ㅡ S/n-san, toma.

S/n pegou o papel do bico do pássaro, o analisou enquanto coçava os olhos com a costa da mão, e o abriu.

"Hoje conheci dois irmãos, um com um olfato espetacular, semelhante ao do Senhor Urokodaki e a outra que é um Oni. Eles perderam toda a família, o garoto me intrigou, insistiu e implorou para que eu não matasse a irmã que era um Oni, pois disse que encontraria uma cura. Eu não a matei, mas entenda, eu tive um bom motivo para isso.

Venho através dessa carta buscar por você S/n, sei que você se interessaria por essa história, e agora, nesse momento, estou enviando eles até Urokodaki, assim como fiz com você. Não sei onde você está, mas sei que está bem, aliás, eu estou bem.

Assim que tiver uma oportunidade, vá visitar eles, e me dê a chance de saber se fiz certo ou não.

Sinto sua falta.

Ass: Tomioka Giyu."

S/n leu tudo, suas sobrancelhas arqueadas, uma mistura de confusão e ao mesmo tempo choque invadiu seu corpo por inteiro. Ela ergueu os olhos na direção de Obanai e, confusa, suspirou antes de começar a falar.

ㅡ Uma pergunta... É possível encontrar uma cura para um Oni? ㅡ perguntou, genuinamente interessada.

ㅡ O que...? ㅡ Obanai arqueou as sombrancelhas, seu semblante visivelmente desconfortável. ㅡ Você é louc- ㅡ parou e pensou. ㅡ Eu não sei, mas se houvesse uma, já teríamos essa informação.

Obanai continuou encarando S/n, com o rosto totalmente contorcido e as sombrancelhas arqueadas.

ㅡ Por que você quer saber disso? ㅡ perguntou, o olhar desconfiado indo intensamente até o papel que a garota tinha nas mãos. ㅡ Assim... Do nada.