S/n suspirou, estava começando a sentir enjôo a cada movimento que Obanai fazia ao caminhar. Ele a levava nas costas, andava tranquilo e rápido. A lombar da garota estava tensa, dolorida e ficava cada vez mais franzida a cada novo passo do garoto.
ㅡ S/n ㅡ chamou. ㅡ Vou levá-la para Kocho-san.
S/n assentiu com um aceno dolorido e um grunhido entalado na garganta. Ela não conseguia descansar, a dor era imensa, seu corpo lutava para se manter vivo e ela parecia queimar por dentro. Ela suspirou, suspirou e suspirou. Suava frio, gemia baixo. Chorava as vezes.
Por sorte dela, desmaiou e entrou em sono profundo, mas para Obanai... As coisas não ficaram tão boas. O corpo dela caía para os lados e ele perdia o equilíbrio, lutava para mantê-la em suas costas. Em certo momento, Kaburamaru enrolou-se em S/n e a manteve colada as costas de Obanai, só então ele teve a chance de levá-la sem muitos contras.
Ao chegarem a Mansão Borboleta, Obanai a deixou sob os cuidados das garotinhas e de Kocho, que por pura coincidência havia acabado de retornar.
Ela fez testes e levou S/n para uma consulta rápida antes de colocá-la em quarentena em um quarto sozinha. Obanai não entendeu primeiramente o motivo da mulher ter deixado sua garota por observação e ainda ter alegado que S/n não poderia receber visitas.
O garoto a esperava, inquieto, em frente ao casarão. Suas mãos tensas e pela milésima vez se viu preocupado com a situação da garota novamente.
Kocho saiu do casarão e o encontrou curvado, as mãos na cabeça. Kaburamaru que estava acomodado em seu colo, ao notar a presença da mulher, voltou a seu lugar de costume, o pescoço. Iguro se levantou, encarando com aqueles olhos aguçados Shinobu de cima a baixo.
ㅡ Por que ela não pode receber visitas? ㅡ perguntou quase gritando. ㅡ Eu quero vê-la, quero saber como ela está. ㅡ acrescentou, andando em direção a Shinobu.
ㅡ Tem alguma coisa acontecendo com o corpo dela. ㅡ avisou, a voz serena indicou que não importava a maneira como ele estava falando, ela sempre manteria a calma.
ㅡ Foda-se? Eu quero poder vê-la! ㅡ bateu os pés, virando em outra direção, estava lutando para manter a calma que já havia perdido. ㅡ O que está acontecendo com ela? ㅡ perguntou, suspirando e diminuindo o tom.
Shinobu bateu as mãos e soltou um suspiro.
ㅡ Tem sangue de demônio nela. O sangue está se expandindo e se multiplicando...A multiplicação do sangue demoníaco dentro do corpo de S/n é um caso grave e preocupante.
O rosto de Obanai petrificou, os olhos arregalados e nenhum som saía de sua boca. Kaburamaru permaneceu sibilando incompreendido, ele não aceitava a forma como essas informações estavam sendo ditas. A cobra se aproximou do rosto do dono e passou a se esfregar nele, tentava o acalmar.
Shinobu não se sentiu atingida, tornou a falar adotando uma voz mais séria:
ㅡ Em primeiro lugar, as células diplóides do sangue demoníaco estão se multiplicando rapidamente no corpo dela. Isso pode causar graves danos aos órgãos e sistemas do corpo, incluindo problemas com a coagulação, funções metabólicas e sistema imunológico. É importante que S/n receba ajuda médica e sem interrupções o mais rápido possível para avaliar os riscos e tratar essa condição de maneira rápida e eficaz... Garanto, ela não vai querer vê-lo lá... Perdão. Ela não vai poder vê-lo lá. ㅡ acrescentou, rindo levemente.
Obanai olhou uma última vez e virou as costas, sem responder. Os olhos continuavam arregalados, sua realidade estava começando a bater na porta. Ele não queria aceitar que poderia perder a garota pela qual acabou de começar a demonstrar seus sentimentos. Seus olhos estavam marejados e ele passou a costa da mão direita para limpar a lágrima que ia cair, interrompendo seu caminho.
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ʏᴏᴋᴜʙᴏ, ʟᴇɢᴇɴᴅ. ⸺ Obanai Iguro +18
FanficQuando Hikari retorna para casa tarde da noite, ela é recebida por uma cena aterrorizante: sua mãe e seu irmão estão mortos. Antes que ela possa processar a tragédia, seu irmão ressuscita como um demônio sedento por sangue. Em um momento de desespe...