CAPÍTULO 30

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FILME, SORVETE E MÚSICA
TUDO PODE DAR ERRADO

Alice Schmitz
Alemanha | 19:55 - 01/03/2007

MERDA!

Quando um dia é ruim, tudo de bosta possível que possa acontecer, acontece! Parece até karma ou Lei de Murphy, sei lá.

Encaro Tom (morrendo de vontade de me enfiar em uma toca de castor e me afundar, vivendo lá para sempre), que abre a porta e me olha de um jeito estranho.

- Ah, oi, o que você tá fazendo aqui? - ele pergunta com a voz esquisita, fazendo uma careta para mim.

- Oi, Hippie... - respondo, sem jeito - Eu vim por causa do Bill, nós combinamos de ver um filme.

Paro, olhando para ele, esperando uma reação (de raiva, por exemplo) qualquer coisa, mas o Tom está completamente inexpressivo, e não sei o que pensar sobre isso.

- Agora?

- É, agora.

- Veio para ver meu irmão?

Ele tá me zoando? Que tipo de pergunta é essa?

- Isso... foi o que eu disse, não foi?

- Só ele?

Como assim "só ele?"

- É.

Ok, tudo isso foi bem estranho...

Ele pensou que.. eu vim por outro motivo além do Bill?

Tom Kaulitz pirou de vez, foi?

Mais alguns momentos se seguem em que ele apenas continua me observando com cara de bunda antes de me deixar entrar. O analiso lentamente, pensando que está diferente hoje. Não só o jeito de falar e agir que está esquisito, mas o cabelo que, pela primeira vez, vejo preso sem boné. Fica fofo.

Não que ele seja fofo, claro que não, é o Tom, ele nunca é fofo. Mas acho que gosto dos dreads dele assim. Talvez. Não sei. É bem bonitinho.

Ou não.

Óbvio que não.

É o hippie, eu o odeio. Ele nunca está bonitinho, mas sim horroroso, péssimo, terrível. Nunca fofo.

Só hoje.

Droga, o que estou pensando!?

Me sinto perdida.

Balanço a cabeça discretamente, esvaziando meu cérebro, vendo ele fechar a porta atrás de mim.

Independente de tudo, agradeço mentalmente por entrar aqui, já que está realmente muito frio na rua, e minhas roupas já estavam ficando úmidas por conta da nevasca que está se formando.

Olho em volta, encarando tudo, enquanto Tom sobe as escadas correndo como um desesperado. É engraçado, porque suas calças largas ficam balançando a cada movimento de suas pernas, me fazendo torcer para que caiam e ele tropece, passando vergonha só de cueca. Seria uma cena cômica e maravilhosa, mas infelizmente não acontece.

A sala onde estou é bem grande e bonita, com tudo organizado e os móveis em madeira escura, combinando com o piso. Não se parece em nada com a minha própria casa, o que me faz instintivamente adorar o lugar.

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora