CAPÍTULO 42

145 13 18
                                    

FANTASY PARTY - PARTE II

Alice Schmitz
Alemanha | 22:40 - 09/03/2007

Que tremenda sorte a minha.

Um cara aleatório me ajudou a trazer o Tom aqui para o andar de cima, deixando que a festa continue, sem que ninguém mais se incomode muito. Aparentemente não deu nenhuma merda muito grande, pensei que tivesse rolado alguma briga, ou sei lá, mas não. Foi só o idiota do hippie caindo podre de bêbado no meio da multidão.

Ótimo...

Dou um suspiro pesado, cansada, pronta para deixá-lo aqui e ir curtir minha noite.

- Muito obrigada, não precisava ter feito isso - dou uma risada fraca para o garoto que me ajudou, caminhando com ele em direção à porta.

- Que isso, ele tá mal, não foi nada demais - sorri para mim - A propósito, sou o Max.

Estende a mão e eu aperto.

- Sou Alice.

- Muito prazer, Alice.

Nós dois sorrimos. Ele parece ser legal.

- Então, está afim de sair daqui e ir para algum outro quarto? Ou talvez dançar lá em baixo? - sugere, e consigo sentir uma pitada de nervosismo na sua voz, aguardando minha resposta.

Solto uma risadinha. É, Max não é nada mal. Analiso seu rosto por um segundo, observando as feições amigáveis, o cabelo castanho claro e os olhos cor de mel. Ele é com certeza bonito. Está com uma fantasia simples, de enfermeiro zoombie azul bebê, com manchas vermelho-escuro de sangue, mas eu gosto, mesmo não sendo nada muito elaborado.

- Na verdade, dançar parece uma boa - respondo, sorridente.

Ele fica feliz, e percebo que talvez hoje não seja um dia totalmente perdido. Posso fingir que nada do que aconteceu mais cedo foi real, posso viver como se não conhecesse o Tom, e ele fosse completamente irrelevante para mim. Mas assim que me viro para fechar a porta, o vejo sentado na cama do Gustav, batucando os pés no chão e olhando para mim, com cara de bobo. Seu rosto está pálido, e sei que ninguém vai subir aqui para ficar com ele, nem notar caso piore.

Reviro os olhos com raiva. Odeio esse porra.

- Hum... é que eu... na real esse cara idiota aqui é meio que meu amigo... - começo a falar, perdidamente.

- Ah, qual é, ele vai ficar bem. Não se preocupa.

Quero acreditar que sim. Quero só poder aproveitar um pouco.

- É, mas... é melhor alguém cuidar dele, sabe?

- Não pode chamar outra pessoa?

- É que eu não estou muito afim de estragar a noite de mais alguém.

Max bufa.

- Tá legal, então. Será que eu ganho pelo menos um beijo ou algo assim?

- Ah... eu...

Olho para o lado, vendo Tom nos observando de longe. Vingança é algo estúpido, mas com certeza vai me fazer sentir melhor.

Não tenho tempo de concordar, quando o olho, Max já está me agarrando. Me assusto a princípio, mas retribuo rápido.

É um beijo ok.

Não é ruim.

Mas também não é bom.

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora