CAPÍTULO 16

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EU MEREÇO, PUTA MERDA

Tom Kaulitz
Alemanha | 14:25 - 19/02/2007

- Acho que eu não deveria ter voltado para a cama - Alice murmura, se arrastando entre as cobertas até encostar a cabeça no meu peito - Devíamos levantar, já deve tá bem tarde.

- Devíamos dormir o dia inteiro, isso sim - respondo - Tô cansadão.

- Você é um preguiçoso!

- Não. Você quem me deixou cansado.

- Eu?

Faço que sim com a cabeça.

- Acha que ficar correndo por um hotel com uma garota bonita não é cansativo? - Alice solta um risinho baixo - E para piorar não ganhei nem um prêmio.

- Você queria um, Tommy?

- Acho que eu mereço, né?

- E o que você quer de prêmio? - ela levanta a cabeça para olhar para mim.

- Não sei, talvez... - deslizo minhas mãos da sua cintura mais para cima, apertando seu corpo contra o meu com um pouco mais de força.

- Sai! - ela ri, me empurrando - Não vou deixar você encostar nos meu peitos, seu tarado!

- Por que não?

- Porque não!

Alice se senta na cama ao meu lado, arrumando o cabelo e fingindo não me ver. Passo alguns segundos quieto a olhando, admirando seus dedos, pescoço, costas, bunda.

- Tira a mão daí, Tom! - ela grita.

- Você só tinha proibido a parte de cima.

- Tá tudo proibido agora!

Faço cara de triste e sei que ela está rindo, mesmo que eu não consiga ver seu rosto completamente.

Alice se inclina sobre mim, irritantemente sugestiva, apenas para olhar o relógio na cômoda.

- Assim também não vale, loirinha. Você não precisa ficar provocando.

- Já são duas e meia! - ela me ignora - Que merda...

Levanta rápido, me largando na cama sozinho. Tento puxar sua mão para se deitar outra vez, dizendo que o horário não importa, mas ela não liga. Apenas arruma o vestido e vai ate o banheiro pentear o cabelo.

- Você tem alguma escova de dentes nova? - grita lá de dentro.

- Na segunda gaveta do armário.

- Obrigada.

Continuo enrolando, abraçando as cobertas. A luz do sol está batendo contra as cortinas, mas estou com muito frio. Simplesmente quero poder passar meu dia aqui, confortável e aquecido, sem preocupações, apenas conversando com a loira bonita e assistindo TV.

Sei que não posso fazer isso.

Axel e Bill já devem estar bem putos comigo, por ter perdido o café da manhã, onde íamos comentar sobre a nova voz da banda, e ver algumas coisas sobre os instrumentos.

Suspiro, pensando que inevitavelmente teremos essa conversa em algum momento. Tudo o que quero é adiar isso. E negar tanto até que todos esqueçam dessa ideia ridícula.

Olho para a porta do banheiro outra vez, vendo Alice escovar os dentes, alheia a todos os meus problemas. Tento esvaziar minha mente e apenas observá-la, lembrando que nesse momento o que importa somos nós dois, e que ela não tem nada a ver com tudo isso.

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora