CAPÍTULO 32

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EU NUNCA

Alice Schmitz
Alemanha | 22:20 - 01/03/2007

Estamos todos em pé na cozinha, os garotos estão procurando latinhas de energético na geladeira, para misturarem com as bebidas e criarem algum drink louco, que Gustav disse que me faria ter vontade de nunca mais beber nada na vida. Parece bom para mim.

Ver Georg despejando uma variedade absurda e muito duvidosa de álcool dentro do mesmo copo de plástico grande me deixa intrigada, mas com medo, e faz o cheiro da mistura se espalhar por toda a casa. Esses caras são malucos e com certeza vão ter uma parada cardíaca! Como alguém consegue ingerir tudo isso sem foder o fígado?

Encaro Georg, percebendo que ele já fodeu todos os órgãos dele a muito tempo. É o que me faz querer ser sua amiga.

26.

Tenho certeza que ele não passa dos 26 anos sem ser internado por cirrose pelo menos três vezes.

- Tá comercializando gasolina aí em baixo, Bill!? - congelo ao escutar essa voz - Se ascender um cigarro a casa explode!

Como consegui esquecer completamente, por cerca de vinte minutos, que ele ainda está aqui?

Fiquei tão concentrada e entretida com os meninos falando sobre seus planos mirabolantes para essa noite que nem mesmo tive tempo de pensar a respeito. Ainda não processei nada do que aconteceu entre mim e o Tom mais cedo.

- Desce logo, Medusa! - Georg grita, me dando um susto. Ele vê e ri para mim - Foi mal - murmura.

Dou um sorriso, achando um pouco de graça também.

Aparentemente terei que conviver com o hippie essa noite por mais tempo que o esperado.

É aceitável.

Consigo me controlar e não matá-lo.

Nem beijá-lo.

Fácil.

- Sabe, Ali, se você quiser chamar a Mia também, pode chamar, viu? - Georg consegue minha atenção.

Pisco algumas vezes antes de responder.

- Ah, claro, você amaria, não é?

- Óbvio! - ele faz uma careta em concordância - Ela viria?

- Acho que não, mas posso chamar.

Ele faz que sim com a cabeça, e vou até a sala buscar meu celular para mandar mensagem e ver se o jantar dos tios dela já terminou.

Rezo para que sim, e para que ela possa fugir escondida também. Seria perfeito.

- Ainda tá aqui, Barbie? Pensei que iria para casa - arregalo os olhos, vendo Tom descer os últimos degraus da escada e me olhar confuso, mas sorrindo.

- Seus amigos pediram para eu ficar - dou de ombros, assistindo enquanto ele senta no sofá com as pernas esticadas e as mãos atrás da cabeça.

- Meus amigos? - levanta uma sobrancelha para mim.

- Eu que pedi! - Georg grita do outro lado da casa.

- Ela ficou por causa de mim, seu babaca! - Bill repreende, me tirando uma risadinha.

Tom revira os olhos e eu fecho os meus.

- Nós dois sabemos por causa de quem você ficou - ele sussurra.

Ah, pelo amor de Deus.

- Se toca, idiota! - agarro a almofada mais próxima que encontro e arremeço contra seu rosto com força. PONTO! Acerto em cheio!

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora