CAPÍTULO 41

149 10 26
                                    

FANTASY PARTY - PARTE I

Alice Schmitz
Alemanha | 19:35 - 09/03/2007

- Ficou perfeito!

Sorrio, contente.

- Eu sei que sou perfeito, mas valeu - ele me obriga a revirar os olhos, sempre que abre a boca para falar.

- Está perfeito porque eu te deixei perfeito. Se dependesse de você, nem estaria de fantasia.

Tom dá um sorrisinho para mim.

- Merece até um prêmio por isso - murmura.

- Mereço mesmo, por ter feito o milagre de te deixar maneiro. E, claro, ter te aguentado por uma hora quase inteira.

- Nós dois sabemos que você ama cada segundo comigo, Barbie.

- E você sonha que eu concorde, não é?

- Com certeza.

- Que pena.

Me inclino para levantar do sofá, recolhendo os pincéis de maquiagem, que usei para desenhar uma caveira preta e cinza no rosto do Tom. Demos sorte de Bill ter trazido todas as suas coisas, no caso de uma emergência, já que nem Mia nem eu lembramos.

Precisei meio que convencer o Tom a me deixar maquiá-lo, e só consegui isso com a ajuda do Georg. Mas, surpreendentemente, tivemos que ser bem menos insistentes do que imaginei, para que ele cedesse. "Quero apenas treinar maquiagem artística, seu idiota", eu disse, quando nos sentamos aqui. Mas tenho plena consciência de que não enganei ninguém com essa desculpa esfarrapada. O problema é o fato de eu realmente não saber o porque quis fazer isso.

Sinto seus dedos se fecharem no meu pulso, gelados. Me viro, pronta para dar uma resposta bem mal-educada para a sua ação, e dizer que tudo não foi nada demais. Mas, quando pisco, os lábios dele já estão tocando suavemente os meus. Fico em choque, como em todas as outras vezes. Não me movo. Por um momento não recuo. E Tom entende isso como um bom sinal, colocando sua mão na minha nuca e puxando meu rosto para mais perto do seu.

Sua boca está com gosto de café e menta. Uma mistura de fresco e quente, amargo e doce. Como ele. Como nós dois. Como o nosso relacionamento, se é que pode ser chamado assim.

Francamente, estou cansada. Cansada de estar confusa. Cansada de negar. E muito, muito cansada de fingir que não gosto disso.

Mas o orgulho é mais forte que eu.

- Ei, o que está fazendo? - pergunto, empurrando seu peito de leve, mas sem conseguir criar um real espaço entre seu corpo e o meu. Minha voz sai mais suave e baixa que o esperado, e não consigo parecer irritada, como sempre faço. Só consigo parecer surpresa.

- Seu prêmio.

Fecho os olhos com força.

Faço que não com a cabeça.

- Vai estragar meu trabalho assim - dou um sorrisinho, o olhando.

Ele me devolve o sorriso.

Seguro suas bochechas com uma mão, trazendo seu rosto até o meu e selando nossos lábios rapidamente, outra vez.

- Você está confundindo as coisas, sabia? - sussurro, então me levanto, enquanto ele me analisa.

Vejo a tinta preta na sua pele levemente borrada, mas não importa. Viro as costas, indo guardar as coisas. Consigo ouvir a risada abafada dele quando saio.

Dou alguns passos, colocando tudo dentro da bolsa preta do Bill, em um canto perto de uma mesa grande. As pessoas já estão começando a chegar, e Gustav está lutando com as caixas de som, para que funcionem, há alguns metros de mim.

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora