CAPÍTULO 31

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WO SIND EURE HÄNDE:
ONDE ESTÃO AS SUAS MÃOS?

Alice Schmitz
Alemanha | 21:25 - 01/03/2007

Tom está sentado.

Está sorrindo.

Está tocando.

Eu estou nervosa. Completamente nervosa.

Nunca me sinto nervosa. Nunca, a não ser quando estou com ele.

É péssimo.

Ainda estou sentindo adrenalina, borboletas no estômago que parecem estar crescendo sem fim, prontas para estourarem minha barriga, e vontade de fazer cocô, o que é terrível.

- Você quieta? Tá doente, é?

Reviro os olhos quando escuto, voltando para a realidade.

- Devo estar, já que vim te ver.

Ele ri fraco, levantando os olhos até os meus, sorridente, mexendo no piercing com a língua.

- É, parece que a Barbie nunca deixa de ser marrentinha...

- Se liga, garoto - cruzo os braços, vendo-o dar risada.

- Tá tudo bem, eu gosto desse seu jeito de brava, loirinha.

Bufo, revirando os olhos novamente, me levantando por impulso e indo em direção a porta fechada.

- Quer saber, eu nunca deveria ter vindo até aqui - falo, com a mão na maçaneta, pronta para dar o fora.

O problema é que uma parte de mim, juro que muito, muito pequena, quase minúscula, deseja que ele me impeça.

Odeio essa parte com todas as minhas forças.

- Ei, ei, ei! Para, não - Tom se levanta correndo, quase derrubando a guitarra no chão, tropeçando e segurando meu pulso eufórico, me fazendo olhá-lo surpresa e conter um sorriso - Fica.

Sua mão encosta na minha e consigo sentir seu calor, sua pele e tudo queima de dentro para fora, de fora para dentro. Tudo desaba ao meu redor. Minhas pupilas dilatam e mantemos o contato visual durante um tempo realmente longo. Não sei o que fazer.

Os olhos de Tom pousam nos meus de uma forma que não consigo fugir e nem mesmo quero tentar escapar. Ele inclina o corpo para frente, me encurralando na parede e se aproximando um pouco, sem dizer nada, respirando de forma entrecortada sem desviar os olhos nem desencostar de mim.

Já está tarde, Bill está dormindo e nós estamos sozinhos. Seu corpo está tão próximo, suas mãos e as minhas, seus lábios. Estamos tão perto de fazer algo pela qual com certeza iremos nos arrepender.

Não quero acreditar nisso, mas encarando os olhos do Tom é totalmente impossível.

- Quero que você fique aqui - murmura com o rosto perto do meu - comigo.

Perco o controle.

Perco completamente o controle.

Juro que tentei.

Juro que fiz tudo o que podia.

Juro que não queria nada disso. Mas a pequena parte de mim que o deseja, que me atormenta diariamente com pensamentos a respeito dele, do nada se torna tudo. Do nada se transforma em todas as partes. De repente eu o quero com todo o meu corpo, de todas as formas possíveis.

Estou atacando seus lábios, devorando tudo. Minhas mãos estão sobre o seu pescoço, minhas unhas estão arranhando sua nuca, minha boca está na sua e sua língua desliza na minha. Suas mãos apertando minha cintura, meu quadril, me direcionando para a cama depressa.

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora