CAPÍTULO 12

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ÁREA PARA FUMANTES

Alice Schmitz
Alemanha | 19:20 - 18/02/2007

CA - RA - LHO!

Se um dia eu julguei a festa do Axel por ser em um hotel, eu não me lembro. Sério mesmo.

Esse lugar é incrível.

Simplesmente incrível!

Não faço mínima ideia de como não conhecia.

Se trata de um desses hotéis cinco estrelas com uma dúzia de porteiros gatos e uma faixada bonita e brilhante, que faz qualquer um perder o fôlego. O que, admito, já era esperado.

Mas o tal "salão de festas", que Mia e eu imaginamos sendo lá dentro, na realidade é algo muito, muito maior e melhor! Pega o restante da calçada inteira do quarteirão, como uma boate gigante, com luzes por todo lugar, e música tão alta que é capaz de se ouvir há uns dez quilômetros.

Estou de boca aberta. Literalmente.

- Isso aqui é bem mais do que eu esperava - Mia diz, ao descer do táxi ao meu lado.

- Parece um sonho.

Ficamos alguns segundos paradas na calçada, feito dois de paus, apenas admirando.

- Senhoritas, vieram para a festa do sr. Hoffmann? - olho para o lado, me deparando com um segurança alto e forte.

- Ah, sim! - me recomponho o mais rápido possível - Sim, exatamente isso.

- Posso checar seus nomes na lista e identidades, por favor.

-Identidades? - ah, mas que merda.

- Se forem menores de idade não podem consumir álcool dentro do estabelecimento, mas vou deixá-las entrar se os nomes estiverem na lista.

-Ah, claro. Maiores de idade, sim.

- Quantos anos você tem?

- Dezoito - sorrio simpática ao mentir - Meu aniversário é hoje.

- Sério? - faço que sim com a cabeça - Meus parabéns então. As identidades, por favor.

- Deixa eu só procurar aqui, sabe como é, não sou acostumada a levar para todo lugar - solto uma risadinha fingidamente natural.

Mexo na minha bolsa, abrindo a carteira e vendo dois documentos. Rápido, sem que o segurança veja, checo qual é o verdadeira.

- Aqui, senhor - entrego para ele, ao mesmo tempo que Mia.

O homem alto lê atentamente cada informação, e sinto meu coração acelerar levemente. Não importa quantas vezes faça isso, os segundos em que checam o RG falso são sempre uma tortura.

- Certo, srta. Schmitz e srta. Sperb, parece tudo correto aqui - meus músculos se aliviam involuntariamente e me sinto leve quando ele nos dá passagem para entrar.

O lugar é escuro, com fumaça que cheira a tuti-fruit, lâmpadas multi-coloridas e flashes neon vindo do teto. Tem um palco bem maior que o da festa de ontem, e tudo aqui parece mais espaçoso e enorme. Vejo camarotes amarrotados de garotas vestindo micro-saias e tops que mal cobrem seus peitos inteiros, dançando enquanto alguns caras bêbados observam. Eu definitivamente não quero ir em nenhum desses camarotes.

Quando desvio o olhar, encaro a pista de dança, com gente da minha idade pulando animadamente, na batida da música que ressoa, balançando o cabelo e rindo sem parar.

SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)Onde histórias criam vida. Descubra agora