SCREAM | Tom Kaulitz (Tokio Hotel)

CAPÍTULO 23

UM BEIJO VALE POR MIL PALAVRAS

Alice Schmitz
Alemanha | 08:30 - 23/02/2007

Ela tinha mesmo que chegar para estragar tudo! Estava sendo um dia maravilhoso!

É até engraçado essa incrível quantidade de coincidências. Como assim o Bill, porco espinho que eu conheci por acaso numa boate, é irmão do hippie fumante e amigo do gostosão cabeludo? E, por favor alguém me explique, como eles tem uma banda? A banda para a qual EU estou fazendo teste, ainda por cima!

O mundo é realmente um lugar muito pequeno.

Tão, mas tão miudinho, que eu acabo sempre esbarrando com a mesma ruiva aguada.

- Meu carro quebrou no caminho então tive que vir de táxi, por isso não cheguei na hora, vejo que já está todo mundo aqui, incluindo ela - Bella me olha com desgosto - Qual era a ótima notícia que tinha para mim, então, sr. Hoffmann?

Todos encaram Axel meio sem jeito, esperando que ele explique tudo para ela de uma forma educada. Menos eu. Eu desejo que ele não seja nada educado.

- É, então... parece que houveram alguns... equívocos, e... bem, você não foi exatamente nossa primeira opção. Achamos melhor, por questões de melhores interações com os garotos mesmo, que Alice pegue a vaga.

As palavras, a declaração alta e clara me dá um pequeno choque de realidade. Um delicioso, esplêndido, brilhante e lindo choque.

Estou explodindo e implodindo. Se alguém me abrisse inteira agora e olhasse dentro de mim, ficaria cego com os fogos de artifício multicoloridos sendo bombardeados.

Meu coração está acelarado, minhas mãos estão suadas e estou sorrindo compulsivamente, sem conseguir parar. É o meu sonho. Se tornando. REALIDADE! Eu consegui, sem a ajuda e o dinheiro de ninguém. Pela primeira vez consegui algo realmente por minha própria conta, sozinha, com o meu talento e o meu esforço. Sem a vovó, a Dorota ou o meu pai.

E então um pensamento sombrio e doce vem a minha mente. Ele vai ter orgulho de mim.

É isso. Tenho certeza. Mesmo que apenas um pouco de orgulho, uma gotinha bem rala. É impossível que seja desalmado e desprovido de sentimentos ao ponto de se manter indiferente.

Chupa essa, Valentina! Quero poder gritar na cara da vaca bronzeada assim que ela chegar. A garotinha perfeita pode ser a preferida, mas eu finalmente vou ter meus quinze minutos de fama nessa família! E tudo porque eu mesma consegui! Consegui.

Estou parada ao lado da Dorota, apertando bem forte sua mão, ela sorri em resposta e consigo ver em seus olhos que está contente por mim, com aquela cara que as mães fazem quando os filhos vão para o primeiro dia na escolinha primária. Com a cara que ela sempre fez em todas as minhas apresentações musicais e artísticas do colégio. A carinha que eu sei que a minha mãe estaria fazendo para mim agora, se estivesse aqui.

Nada mais parece importante além do misto de sensações, sentimentos, euforia e felicidade que se multiplica e potencializa, quase transbordando pelos meus olhos na forma das melhores lágrimas da minha vida.

- Não - e então tudo vai para o ralo com uma simples palavra do Tom - Não, na verdade eu gostei muito da Bella, acho que ela sim deveria ser escolhida.

O QUÊ!?

Ah, vai tomar no olho do seu cu, garoto!

Eu, e todos, arqueio as sobrancelhas.